Aparelho está sem funcionar há quase um mês

Na semana passada o Hospital Cirurgia anunciou que após dois meses voltou a realizar cirurgias cardíacas mas continuam suspensos todos os procedimentos realizados com radioterapia. O equipamento de radioterapia está sem funcionar desde o dia 10 de agosto. De acordo com a assessoria de imprensa, duas peças, o Magnetron e o Thyratron, apresentaram defeito e as providências para realizar os reparos já foram adotadas, mas ainda não há previsão para normalizar o atendimento.

Continua o drama para os pacientes oncológicos. A empregada doméstica Maria Auxiliadora Lima, que mora em Nossa Senhora do Socorro, está entre os pacientes que tiveram o tratamento interrompido. “Quem tem câncer tem pressa e não pode esperar. A cada dia que o tratamento não é realizado tenho a sensação que vou perdendo mais um pouco a esperança de viver. A máquina quebra com frequência e sempre é a mesma novela. Cada dia quebra mais uma peça e hospital tem dificuldade para comprar. O problema é que a máquina é muito antiga e o Governo de Sergipe não compra outra mas fica economizando fazendo reparos. Isso é um absurdo e não podemos permitir”, lamenta.

De acordo com informações da assessoria de imprensa do Hospital de Cirurgia, os pacientes que necessitam do tratamento estão sendo remanejados para outras unidades até a reativação do equipamento. A assessoria informoua ainda que os pacientes estão sendo remanejados com acompanhamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que controla a prestação do atendimento a pacientes amparados pelo Sistema Único de Saúde (Saúde).

Huse
Os médicos que trabalham no setor de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe se reuniram mais uma vez para debater a situação de trabalho e atendimento no maior hospital público do estado e único no tratamento contra o câncer. Desde o inicio do ano, os profissionais já se encontraram quatro vezes para falar sobre o assunto.

A categoria aponta falhas que vão desde a compra de um novo aparelho de radioterapia, passando pela formas de diagnóstico da doença, uma maior agilidade administrativa, diversos problemas nos serviços entre outros aspectos que comprometem o trabalho e o atendimento dos pacientes.

O presidente da Sociedade Sergipana de Cancerologia, Roberto Gurgel, afirma que se esses problemas fossem resolvidos, haveria uma maior taxa de sobrevida. “Eu acredito que quando um estudante de medicina opta por seguir na especialização da oncologia, ele aprende que os diversos tipos de tratamento precisam se complementar no tempo certo, contudo, isso não acontece no HUSE. De nada adianta a pessoa realizar uma quimioterapia e não saber quando fará a radioterapia”, ressalta.

No inicio deste ano, os médicos encaminharam um relatório para o Conselho Regional de Medicina em Sergipe (CRM/SE) apontando as dificuldades encontradas no hospital e as possíveis formas de solução. Segundo consta no relatório, hoje mais de 15 mil pacientes estão cadastrados para o tratamento contra o câncer.

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