SALVADOR–(DINO – 26 dez, 2018) –

Seis pessoas morreram e mais três ficaram feridas em um tiroteio na Catedral Metropolitana de Campinas (SP) no dia 11 de dezembro. Um atirador abriu fogo após invadir o local e depois cometeu suicídio em frente ao altar. Casos assim muitas vezes são decorrência de transtornos mentais que podem culminar em um surto psicótico, custando vidas

 

O psiquiatra e diretor clínico da Holiste, Luiz Fernando Pedroso, salienta que a doença mental pode ser silenciosa, passar despercebida e frequentemente menosprezada quando não apresenta sintomas extravagantes, o que torna a situação ainda mais perigosa. Sem o tratamento adequado, o doente mental passa a oferecer risco para si e para terceiros.

 

É preciso quebrar os estigmas que envolvem a saúde mental, os tabus em torno da internação psiquiátrica, do eletrochoque e de tantas outras práticas terapêuticas que salvam milhares de vidas. Não há dúvidas sobre a eficácia e importância destes tratamentos. O problema é que hoje eles estão restritos às pessoas que podem pagar um serviço de saúde particular. O preconceito em torno das doenças mentais só aumenta a desinformação, a desassistência e o número de tragédias”, lamenta o psiquiatra.

 

A psiquiatra Fabiana Nery, salienta que somente exames psiquiátricos e toxicológicos podem ajudar a esclarecer o caso, e explica que um surto psicótico é quando há alteração de pensamento que faz com que a pessoa se comporte de maneira estranha

 

O que muitas vezes dificulta a identificação da perda da noção de realidade e desorganização do pensamento é o preconceito em torno do surto psicótico.  Fabiana alerta que é importante é observar mudanças de comportamento.

 

“Em geral, os sintomas aparecem de forma sigilosa, lentamente.  Vem de um isolamento social, a pessoa torna-se mais introvertida, deixa de comer certos tipos de comida ou não sai mais com amigos.  Qualquer tipo de mudança de padrão de funcionamento é um sinal, e isso precisa ser avaliado”, aponta

 

Uma questão urgente

As doenças e transtornos mentais estão entre as doenças que mais afastam pessoas do trabalho em todo mundo. Estima-se que 20 a 25% de toda a população mundial sofra com algum tipo de doença mental.  De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS),  cerca de 75% a 85% destas pessoas não têm acesso ao tratamento adequado.

 

Para o psiquiatra Luiz Fernando Silva Pedroso, diretor clínico da Holiste, a negligência em relação à saúde mental contribuiu para que tais enfermidades ocupem posições de destaque entre as doenças mais prevalentes na população mundial  “A doença mental mata se não for tratada adequadamente, portanto deve-se buscar atendimento médico tão logo se manifestem reações psicoemocionais frequentes que fogem à normalidade”, ressalta.

 

O agravamento das enfermidades psiquiátricas pode acarretar consequências graves, como o suicídio, inanição, violência, desajuste social, abuso de drogas, acidentes e reações de desequilíbrio emocional. Um dos aspectos que dificultam o suporte médico adequado é o preconceito, muitas vezes existente na própria família, devido ao estigma que as doenças mentais carregam. Muitas vezes, a pessoa com transtorno mental é tratada como se tivesse um problema de temperamento ou um desvio de conduta  “Muitas vezes só se busca o recurso terapêutico adequado nos picos de crise”, comenta o psiquiatra.

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