O fechamento da fronteira da Venezuela com a Região Norte do Brasil, ordenado pelo presidente do país vizinho, Nicolás Maduro, é motivo de preocupação entre os senadores, que pedem uma saída diplomática para a crise.

Nesta quinta-feira (21), o governo venezuelano determinou o bloqueio da fronteira para barrar o envio da ajuda humanitária solicitado pelo autoproclamado presidente venezuelano Juan Guaidó. Senadores pelo estado de Roraima, região mais afetada pelo fechamento, temem que Pacaraima, cidade que fica na fronteira, se torne palco de conflitos.

O senador Mecias de Jesus (PRB-RR) considerou a decisão de Maduro de fechar a fronteira como um ato de desrespeito aos cidadãos venezuelanos e aos organismos internacionais que tentam enviar alimentos e medicamentos.

— Lamentamos profundamente a situação por qual passa nosso país vizinho, que é vítima dos desmandos de um governo ditatorial, que mergulhou a economia no caos e deixou seu povo à míngua, sendo obrigado a fugir de suas casas em busca de abrigo em outros países — criticou.

O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) lembrou que Maduro, legítimo ou não, ainda está instalado como presidente da República. O senador, que viajou para Pacaraima a fim de acompanhar de perto o problema, enfatizou que é fundamental garantir a integridade dos brasileiros que vivem na região.

— Essa ajuda é importante, mas não podemos transformar a fronteira do Brasil, na localidade de Pacaraima, num palco de guerra — alertou.

O senador Telmário Mota (Pros-RR) alertou para os impactos no comércio e para o desabastecimento de energia. A maior parte da energia consumida no estado é produzida na Venezuela. Moradores da região também costumam atravessar a fronteira para abastecer seus veículos.

— Dependemos de combustível e a Venezuela compra nossos alimentos na fronteira. Hoje nós consumimos 200 megawatts de energia, dos quais 130 vêm da Venezuela. Corremos o risco de ficar no apagão — alertou.

Tradição pacífica

Em entrevista coletiva na noite desta quinta-feira (21), o porta-voz do presidente Jair Bolsonaro, Otávio Rêgo Barros, informou que o Brasil manterá o envio de ajuda humanitária programado para o próximo dia 23. No entanto, Barros ressaltou que o “limite da ação” do país é a fronteira.

Integrantes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) esperam que o país honre sua tradição pacífica. O presidente do colegiado, Nelsinho Trad (PSD-MS), avalia que o governo brasileiro tem atuado com equilíbrio na crise política e institucional da Venezuela. Ele registrou que a presidência autoproclamada de Juan Guaidó foi reconhecida por diversos países, incluindo o Brasil e criticou o bloqueio imposto por Maduro.

— Torcemos para que as lideranças e o povo que apoia Guaidó farão essa ajuda humanitária chegar em segurança aos que necessitam — disse o parlamentar.

Ministro da Defesa durante o governo Dilma Rousseff, o senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que acompanha com preocupação os recentes eventos de tensão internacional envolvendo a fronteira com a Venezuela.

— A defesa da paz e da não-intervenção são princípios que regem o nosso país nas relações internacionais desde o início da nossa República. Espero que as autoridades brasileiras atuem com serenidade, segundo nossa Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pelo Congresso Nacional, que estabelece como princípio contribuir para a estabilidade regional e para a manutenção da paz e da segurança internacionais — afirmou.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre disse considerar mais prudente que o governo mantenha a ajuda humanitária do lado brasileiro.

— Acho que a Venezuela não poderia se furtar de receber uma ajuda humanitária, [mas] quem tem que vir buscar essa ajuda é o Governo da Venezuela — disse Davi.

Fonte – Agência Senado/ Foto – Paolo Stefano

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