Alto potencial para exportação do artesanato sergipano foi ressaltado por compradores de diversos países devido a história, singularidade da técnica e a qualidade das produções feitas por rendeiras do Estado

Rendeiras do município de Divina Pastora, leste de Sergipe, marcaram presença pela primeira vez em uma Rodada Internacional de Negócios. A participação aconteceu na quinta-feira, 28, durante a realização de mais uma edição da Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce) que acontece até 1º de outubro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. A participação no evento foi intermediada pela Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem) e objetiva fomentar o potencial exportador do artesanato sergipano.

Mais de 58 representantes da categoria em todo o Brasil estarão na rodada promovida pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), incluindo sergipanas da Associação das Rendeiras Independentes de Divina Pastora (Asdrin). O potencial exportador da renda irlandesa foi ressaltado por compradores de diversos países, entre eles, a Irlanda, China, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Áustria.

“Em breve, com o apoio da Apex, estaremos tramitando todo esse processo para que a nossa renda irlandesa seja exportada para esses países. O nosso produto foi destaque durante essa rodada de negócios como um produto exclusivo, como uma renda que o único lugar do mundo em que ela é feita é no Estado de Sergipe, no município de Divina Pastora e nos municípios circunvizinhos como Laranjeiras, Maruim e Nossa Senhora do Socorro”, salienta o secretário da Seteem, Jorge Teles.

Teles também ressalta a importância da participação e representação do artesanato sergipano na Fenacce, considerada uma das maiores feiras do país, não somente pela promoção do escoamento de produtos, mas também pela troca de experiências e alcance a nível internacional. “O Governo do Estado fomenta o artesanato sergipano, ao apoiar o artesão na vinda para essa feira. Assim, valorizamos a nossa cultura, a nossa arte, a nossa ancestralidade e o talento do povo sergipano”, afirma Teles, ao lembrar das ações do governo para valorização da categoria, a exemplo do caminhão-baú destinado para transporte de produtos artesanais.

Entre os elogios à renda irlandesa durante a rodada de negócios, está o de potencial comprador representante da China. “Acredito que esse material, no mundo todo, pode ser internacionalizado muito bem e muito provavelmente será acolhido nos mercados de outros países. Acredito que este estilo de arte é muito importante e necessária”, destaca.

Experiência e reconhecimento

Para a presidente da Associação das Rendeiras Independentes de Divina Pastora (Asdrin), Neidiele Silva, a participação na rodada de negócios foi muito positiva. “Foi escrito um capítulo na história da renda irlandesa de Divina Pastora. Um capítulo muito positivo. Nunca tínhamos participado de uma rodada de negócios com vários países interessados. Para a renda irlandesa e para as rendeiras de Divina Pastora isso foi uma honra. A gente vem há anos lutando. E agora tivemos essa valorização, ao ouvir que o nosso produto, a nossa arte é de qualidade e ela conseguiu encantar várias pessoas de vários países. É muito gratificante”, conta.

Reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), a Renda Irlandesa produzida em Divina Pastora tem atraído os olhares do Brasil e do mundo. Há mais de um século, a singularidade do saber-fazer e o conhecimento passado de geração em geração marcam as histórias de diversas rendeiras sergipanas que veem nesse artesanato o sustento de suas vidas e o fortalecimento da cultura e das tradições locais.

As expectativas são positivas e não faltaram elogios sobre a singularidade da técnica, da qualidade dos produtos e do valor histórico que está por detrás de cada um deles. “A gente trocou contatos e agora encaminharemos todas as informações que foram solicitadas. Aguardamos positivamente uma possível exportação”, afirma Neidiele, destacando a importância do apoio do governo por intermédio da Secretaria do Trabalho.

“A gente já tinha participado de rodada de negócios, mas com interesses locais. A intermediação da Secretaria foi fundamental, porque conseguiu com maestria direcionar e mostrar, juntamente conosco, a importância do trabalho, a riqueza que tem, que não é só um produto, na verdade. É um produto, sim, mas que tem todo um contexto histórico. São vidas que são transformadas através deste produto”, finaliza a presidente da Asdrin.

 

 

Fonte: Agência Estado de Notícias – SE

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