Ford Corcel, modelo 1974: ícone da indústria ainda novinho em Aracaju/Fotos: Vieira Neto

Emblemático, ele anda bem, segue preservado
e conta parte da história automotiva brasileira

Para quem olha para o mix de produtos automotivos da atualidade brasileira, talvez seja difícil entender porque um modelo, reforçado por suas derivações posteriores e presente no mercado por 30 anos, ainda pode ser um desejo de consumo por parte de algumas pessoas. Mas, em relação ao Corcel 1976 de Luis Eduardo Peixoto, coisa fina, conservado até o talo, essas dúvidas podem se dissipar facilmente.

Vindo ou indo: impecável!

Painel absolutamente original!

“Comprei esse carro porque foi nele que aprendi a dirigir. Eu tinha nove anos e meu padrasto comprou um Corcel. Eu ficava na garagem mesmo, passando a primeira, a segunda, e ali aprendi e me apaixonei pelo modelo”, explica o feliz proprietário deste Corcel 1976, um ícone da indústria automotiva nacional. Para Luis, valeu a luta: “forma dois anos eu fazendo a oferta. Só pagava R$ 20 mil. O dono queria R$ 30 mil. Depois de muito insistir, consegui”, revela Luis, não sem antes deixar a reportagem boquiaberta: o carro saiu de Jundiaí, interior de São Paulo, até Aracaju, ou seja, mais de 2000 km, rodando.

“Foi meu cunhado quem trouxe ele de lá. Mas eu já fiz viagens médias, como de Aracaju para Inhambupe, coisa de 250km. E mais: acelerei até 140 km/h sem nenhum problema”. No estado em que se econtra, o Ford Corcel de Luis poderia ter a placa preta, que identifica carros absolutamente originais. “Mas aí a placa não seria minha, seria do clube. Se o clube quiser arcar com despesas…”, dá a deixa Luis, que é associado do Clube de Antigos de Sergipe.

Apimentando a máquina

Motor está “apimentado” temporariamente, mas peças originais seguem guardadas

Enquanto mostra o carro para o repórter, Luis vai contando histórias interessantes. “Ele foi comprado, em 1976, por uma família muito rica, do ramo de aviação, numa loja da Mesbla, que nem existe mais, no Rio de Janeiro. Era para a esposa do proprietário. Quando ela faleceu, ficou 25 anos na garagem. Quando o esposo faleceu, o filho tirou da garagem e rodou um bom tempo antes de vender para esse antigo dono em Jundiaí”. E assim lá se vão 53 mil km marcados no odômetro. Mas essa marcação já foi virada? “Não, ele nunca foi virado”, assegura Luis.

Em 1976 o motor de toda a gama Corcel era o mesmo: 1.4, conhecido como XP. No caso do modelo de Luis, pequena alteração no filtro de ar e no carburador. “Como coloquei um câmbio de 5 marchas, para melhorar o desempenho, fiz essa mudança no motor também. Mas tem um detalhe: ambos, caixa de marca e carburador, originais, estão guardados e prontos para entrar em ação, se for preciso”.

Eis que o repórter, que não é bobo, aproveitou para dar um pequeno rolé. E olha, apesar das respostas serem mais, digamos, lentas que nos carros da atualidade, por óbvio, o desempenho desse Cordel é algo digno de nota. E 10, frise-se! E isso com um acabamento LDO, sigla que significa Luxuosas Decorações Opcionais, que garante um conforto acima da média, mesmo para veículos dos mais modernos e atuais.

Por fim

Olha o sorriso do Luis Eduardo diante de seu Corcel…

Diante da qualidade do Corcel e do gosto de Luis por veículos antigos – o cara tem ainda uma Honda 500 Full, 1974, que já está prometida para uma outra reportagem, claro! –, a pergunta é uma só: venderia esse Corcel? “Olha, eu vendo, pois tudo tem seu preço. Muita gente já chegou para comprar e eu já disse: custa R$ 30 mil. Nenhum centavo a menos”.

E não é para menos, seja pelo estado de conservação, que é impecável, seja pelo que o modelo representa historicamente, o Corcel de Luis tem o valor que ele desejar. Pois, vale destacar: o Corcel e seus derivados – Corcel II, Belina, Del Rey, Pampa e afins – foram fabricados no país entre 1968 e 1997. E 30 anos não são 30 dias. Diante disso, o que significariam, então, os R$ 30 mil pedidos por Luis no seu xodó?

Roda é a do modelo GT do mesmo Corcel

Acabamento era um dos mais luxuosos da época e segue muito bem

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