Pré-candidata ao Senado critica atual cenário político
A professora aposentada Sônia Meire é uma aposta do PSOL para conquistar uma das vagas do Senado nas eleições deste ano. Sônia já foi candidata ao Governo de Sergipe e à Prefeitura de Aracaju, defende que a mulher deve ter espaço na política e critica Belivaldo Chagas e Jackson Barreto. Apesar de ser conhecida no estado após as eleições de 2014, Sônia começou na política desde a sua adolescência.
“Desde os 14 anos que tenho uma militância política, das comunidades eclesiais de base a partidos clandestinos nos anos 70. Depois continuei na luta sindical e nos movimentos sociais em especial pelo direito à terra. Na realidade é pelo processo de construção das lutas que nosso nome chega para participação nas eleições como ocorreu em 2014 a única mulher candidata ao governo de Sergipe, depois à prefeitura de Aracaju , em 2016, e agora pré-candidata ao Senado. A mulher sempre foi sub representada na política e nós estamos enfrentando essa condição histórica a qual fomos colocadas para reverter essa situação e estimular outras mulheres a participarem da disputa também nas eleições. Lugar de mulher é na política”, garante.
A pré-candidata foi professora da Universidade Federal de Sergipe e professora da rede estadual onde atuou como pedagoga antes de passar no concurso da UFS. “Participei também da coordenação nacional de educação do Campo no Incra E MDA, e cheguei a ser secretária Adjunta no Governo Marcelo Déda na Secretaria de Estado da Inclusão Social durante dois anos, quando ainda estava filiada ao PT”, recorda
Mulher na política
Sônia Meire disse que mulheres socialistas que defendem uma transformação radical da sociedade devem colocar os nomes à disposição da classe para defender os interesses desta e não interesses privados.
“Nós, mulheres somos maioria da população, mas o ocupamos a menor fatia no mercado de trabalho, como os menores salários e, se formos mulheres negras, a situação ainda é pior. Os homens ganham três vezes mais que as mulheres brancas e negras. É crescente o número de famílias chefiadas por mulheres, mas não há políticas públicas adequadas para reduzir a vulnerabilidade das mulheres que sofrem com o machismo e a ausência de condições para produzir e construir a sua família”, alerta.
A pré-candidata ao Senado disse que em casos de machismo continuam sendo registrados com frequência. “As mulheres continuam sendo mortas por serem mulheres na maioria por companheiros ou ex-companheiros, chegando a aproximadamente 5 mil mortes por ano no Brasil (2011). Esses não são temas que tenham a devida atenção em nossa sociedade de base patriarcal. Menos de 10% das câmaras de vereadores, assembleias legislativas e câmara federal são ocupadas por mulheres”.
Até o momento, Sônia é a única pré-candidata ao Senado neste ano, a vereadora Emília Corrêa desistiu de entrar na disputa. “No Senado a situação é ainda mais gritante. O perfil é de homens brancos oriundos da velha política da oligarquia e dos grandes interesses do capital. Em Sergipe, não é diferente. O Senado tem sido ocupado por homens em sua maioria que se encastelam para defender suas aposentadorias e retirar nossos direitos com práticas as mais expurias. A decisão sobre meus e políticas que afetam as mulheres no Brasil sempre foram feitas por homens, inclusive, sobre os direitos sexuais e reprodutivos. Por isso, é necessário ter mulheres em todos os espaços da política”, incentiva.
Alianças
O PSOL nacionalmente fez aliança com o PCB , MTST e APIB para as eleições deste ano. “Aqui em Sergipe estamos em construção de uma aliança com PCB e com MTST. Nosso arco de fianças está no campo da esquerda também com os movimentos sociais”.
Sônia faz uma avaliação do cenário político e afirma que a situação é bastante preocupante. “Primeiro porque todos os pré-candidatos a governo até o momento, exceto o PSOL, estão vinculados à política do golpe e em alguns momentos, defendeu o impeachment . Também tem profundos vínculos com a retirada de direitos contra os trabalhadores”, lamenta.
“Grupos que controlam a política conservadora ou de centro esquerda que não pode sustentar a defesa da nossa classe, nem da população ao negra, das mulheres e da juventude. São grupos que apresentam pré-candidatos mais jovem, mas todos presos à velha política de vínculo com os grandes empresários. O toma lá, dá cá. Não oferecem nenhuma renovação ou segurança para os eleitores. Além de projetos que defendem o extermínio da população negra e pobre. Por outro lado, uma parte da esquerda não consegue se afastar do projeto de conciliação de classe que não tem ajudado aos mais pobres, desempregados e a própria juventude ter esperança na sua capacidade de organização e luta. Nossa participação nas eleições devem fundamentalmente debater esses projetos e a urgente necessidade de construir um outro alternativo e com a força dos debaixo”, explica.
Sônia Meire faz uma avaliação do atual cenário político em Sergipe. “Belivaldo Chagas (PSD) e Jackson Barreto (PSDB) aumentou o fosso entre os mais ricos dos mais pobres. Vem destruindo os serviços públicos e as condições de vida dos servidores, desinvestimento aumentando o desemprego, isenta impostos dos grandes e cobra dos impostos aos que ganham menos. Coloca a nossa vida em risco a partir do pouco investimento ou quase nenhum em áreas estratégicas como saneamento, moradia, saúde e educação. É responsável pelo aumento da violência em todo estado. Um governo braço do golpista do Temer”.
“Quero ser eleita senadora para lutar por revogar todas as contra reformas do Governo Michel Temer, incluindo a lei das terceirizações”, finaliza.