O Brasil enfrenta uma preocupante escalada nos casos de dengue em 2024, com números alarmantes destacados pelo Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Até o momento, o país registrou 408 mil casos prováveis, resultando em 62 vítimas fatais confirmadas nas cinco primeiras semanas do ano. Adicionalmente, 279 mortes suspeitas estão sob investigação, contrastando com as 61 mortes ao longo de todo o ano de 2023.

O médico infectologista e diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Dr. Marco Aurélio Góes, destaca que em Sergipe, durante 2023, foram notificados 10.071 casos, com 2.568 confirmações e 10 óbitos. Em janeiro de 2024, foram registrados 360 casos notificados, 20 confirmados, sem ocorrência de mortes. Góes alerta para a circulação do subtipo 3 da dengue, identificado no Brasil após 15 anos.

Dr Marco Aurélio Góes: “É importante desde o início procurar o serviço de saúde”

“Existem quatro subtipos da dengue: 1, 2, 3 e 4. A ausência recente do subtipo 3 sugere uma grande parcela da população não imune a ele. Se sua circulação se intensifica, o risco de surtos e epidemias aumenta. Embora não seja de gravidade extrema, o alerta se volta para um maior risco de propagação”, afirma Dr. Marco Aurélio Góes.”

Dr Marco Aurélio Góes reforça que o desafio para manter o controle dos casos e diminuir o risco de surtos e epidemias é contínuo e faz parte das ações do dia a dia da Secretaria de Estado da Saúde, assim como das Secretarias Municipais, através da identificação e notificação de casos suspeitos e das ações de campo no combate a possíveis criadouros do mosquito, onde os agentes de endemias desempenham um papel fundamental.

“Nesse momento, quanto estamos no verão com altas temperaturas e pancadas de chuva, e vários estados do país já apresentando aumento de casos, o desafio é maior. Por isso, a SES iniciou um grande processo de mobilização dos gestores municipais, através de medidas que se estabeleçam de forma integrada, como a discussão do cenário epidemiológico, o monitoramento continuo dos casos notificados, o treinamento dos profissionais de saúde e a mobilização da população”, comenta o especialista.

 Sinais de alerta

A dengue é uma virose que traz sintomas generalizados, destacando-se muita dor no corpo, dor de cabeça, febre alta e algumas vez aparece manchas na pele. O diretor de Vigilância lembra que a dengue, na maioria dos casos, se resolve de forma espontânea, e por isso algumas pessoas acabam menosprezando os sintomas e fazendo uso abusivo da automedicação, o que pode levar a complicações.

Nos primeiros dias não é possível diferenciar quais casos irão evoluir para formas mais graves, por isso, quando aparece alguns sinais de alerta, é importante que a pessoa procure imediatamente o serviço de saúde mais próximo. “Entre esses sinais, destaca-se o aparecimento de dores muito intensas, principalmente abdominal. Em crianças menores ou que não se comunicam, os sintomas se refletem em irritabilidade e choro contínuo, vômitos persistentes, sangramentos de mucosa, como nariz e gengiva, ou nas fezes”, aponta Dr Marco Aurélio Góes.

É fundamental a utilização de repelente para evitar a picada do mosquito.

A maior para das infecções por dengue ocorre ou dentro do domicílio ou nas suas proximidades, isto que dizer, que os prováveis focos estão perto das pessoas, por isso é importante que a população seja mais ativa nesse combate. Um outro ponto importante é que no momento em que existe uma alta nos casos de dengue (ou das outras arboviroses como zika e chikungunya), principalmente no período do amanhecer e do entardecer, é fundamental a utilização de repelente, para evitar a picada do mosquito.

“A ação do agente de endemias é muito importante, mas tem um caráter principalmente educativo, pois no dia a dia o cidadão é que tem que olhar o seu domicílio e eliminar os possíveis criadouros (recipientes que acumulam água). Então pelo menos uma vez por semana temos que ter esse compromisso”, conclui.

 

 

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