Há 44 anos, formava-se em medicina pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) um dos mais renomados e humanistas profissionais médicos que esse Estado já produziu: Dr Lúcio Prado Dias. Ao longo de quatro décadas, ele se dedicou à honrosa missão de salvar vidas e também foi um exímio defensor dos direitos da categoria. Em homenagem ao Dia do Médico, comemorado nesta terça-feira, 18, contamos um pouco sobre a trajetória desse ilustre representante da classe médica em Sergipe que até hoje inspira as novas gerações.

A escolha pelo curso de medicina teve influência direta dos irmãos mais velhos, Marcos Prado Dias (já falecido) e Magali Dias de Carvalho. “Curiosamente, no ano que Marcos se formou (1969), Magali entrou na universidade e quando ela se formou (1973) eu ingressei, ou seja, por dezoito anos a Faculdade de Medicina teve um “Prado Dias” nos seus quadros”, comenta Dr Lúcio.

Inicialmente, ele trabalhou no município de Santa Rosa de Lima como clínico e foi plantonista da UTI recém-fundada do Hospital Cirurgia. Também atuou durante muitos anos no Hospital Santa Isabel, onde estagiou e teve o seu primeiro emprego. No final do curso, Dr Lúcio Prado escolhe a gastroenterologia para se especializar, fruto do fascínio exercido sobre ele pelo médico Wellington Sabino Ribeiro Chaves, que exercia a medicina com entusiasmo, conhecimento e pela relação que ele possuía com os seus pacientes. “Ele foi fundamental para a minha formação”, recorda.

Juramento na formatura, representando todos os cursos da área da Saúde, em 1978

Por anos, Dr Lúcio manteve o consultório aberto para o atendimento aos seus pacientes. Fez alguns cursos de pós-graduação em Medicina do Trabalho, Medicina do Tráfego e de Gestão Empresarial, pela necessidade de dirigir a Unimed (de 1998 a 2008) que é detentora de um capítulo especial da sua trajetória profissional. “Foi um grande desafio para a gente. Pegamos a cooperativa em uma fase crítica e em dez anos a transformamos em uma empresa pujante à época, modelo para todo o país”, relembra.

Dr Lúcio Prado Dias também recorda com felicidade os anos de atuação no Hospital Santa Isabel, que para ele foram de grande aprendizado por ter lhe proporcionado a oportunidade de conviver com grandes nomes da medicina sergipana, como Gilvan Rocha, Francisco Rollemberg, Marcos Prado Dias, entre outros. Aposentado dos empregos públicos, atualmente ele atua como médico perito credenciado do Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe (Detran/SE).

 Recebendo a Medalha Nacional do Mérito Médico em São Paulo

Dedicação à categoria

Detentor de uma carreira brilhante, dedicou parte da sua vida ao associativismo e foi presidente por dois mandatos (de 1993 a 1997) da Sociedade Médica de Sergipe (Somese). Atualmente, é presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores/Regional Sergipe (Sobrames/SE), que representa o lado cultural da Academia Sergipana de Medicina (ASM) e busca fomentar o lado artístico dos colegas médicos.

“Presidi a mais antiga instituição médica do Estado. Conseguimos montar uma equipe dedicada e criativa, nas diversas áreas, associativa, cultural e de defesa profissional. Enfrentamos em 1995/96 uma das mais aguerridas lutas contra os planos de saúde mercantilistas que exploravam o trabalho médico. Com o slogan “Dignidade Já”, paralisamos o atendimento por nove meses e essa luta foi conhecida e ressaltada nacionalmente, pela Associação Médica Brasileira, que me outorgou a Medalha Nacional do Médico, em reconhecimento à minha atuação médico-associativa, com muita honra e alegria”, destaca.

“A Medicina ainda é, nos dias de hoje, uma das profissões mais importantes para a humanidade. Importante para todas as categorias sociais. Para todas as partes do mundo, para o mundo pobre, para o mundo rico. Exercê-la com alma e dedicação, pensando sobretudo em minorar o sofrimento do próximo, essa é missão divina”.

Dr Lúcio Prado Dias

Com os filhos, mãe, esposa, noras e genro

Amante das artes

Além de médico, Dr Lúcio Prado Dias é escritor, membro da Academia Sergipana de Letras, e um amante das artes. A inspiração para a literatura vem da influência da sua família, mais precisamente dos meus pais, Antônio Conde Dias (in memoriam), jornalista e escritor, e da sua mãe Natália Prado Dias. “A casa deles em Itaporanga D’Ajuda era o “centro cultural da cidade”, como bem destacou o poeta e escritor Amaral Cavalcante, frequentador contumaz das tertúlias. Cresci vendo os saraus de piano da minha avó Carmelita, das tias Lola e Jaci, essa última era casada com o poeta do social José Sampaio, precocemente falecido. Depois veio a forte convivência com a família da minha mulher Cristina, do seu pai Antônio Garcia, médico ilustre, professor, poeta, compositor e cantor. Influências não faltaram, como vocês podem perceber”, disse Dr Lúcio.

Apaixonado pela medicina, ele garante que se fosse começar, faria tudo de novo. “Exerci a medicina na sua plenitude, nos ambulatórios, consultórios, hospitais, plantões e nos serviços de saúde pública. Nenhuma outra profissão, a meu ver, tem tanto poder de relacionamento com as pessoas como a medicina propicia. Se nem todos os males podem ser curados, muitos deles podem ser confortados e aliviados, nas mais variadas formas”, finaliza.

Dr Lúcio Prado tem na família o pilar de sustentação para enfrentar as adversidades do dia-a-dia e célula fundamental para a preservação dos valores humanitários. Ele é casado Cristina Maria Garcia Dias, pediatra, e pai de três filhos: Lúcio Garcia Dias, médico anestesista; Marcela Dias Cerqueira, psicóloga e colaboradora do Tribunal Regional Federal (TRF) e Bruno Garcia Dias, médico urologista. É vô de quatro netos: Larissa, Daniel, Luca e Luan e em breve mais um que está chegando por esses dias: Clara.

 

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