Uma das coisas que mais combinam com combo “Calor, Verão e Carnaval” é uma boa e gelada cerveja, correto? Mas você conhece todo o caminho que ela percorre até chegar nas suas mãos? A equipe do CINFORM fez esse trajeto desde o momento em que ela é apenas um pequeno grão de malte até a sua venda.

O cervejeiro Victor Hugo Batista, da Cervejaria Uça, nos explicou como se dá o processo de fabricação dessa bebida conhecida e consumida pelos antigos povos sumérios, egípcios, mesopotâmios e iberos desde 6 000 a.C..

Para que a mistura de todos os ingredientes se transforme de fato em cerveja são necessários mais de 20 dias e seis etapas fundamentais: a Mosturação, Clarificação, Fervura, Whirlpool, Resfriamento e Fermentação.

Segundo Victor Hugo, cada ingrediente tem uma função especifica no processo de fabricação da cerveja. “O amido do malte será convertido em açúcares fermentáveis e não fermentáveis. E é esse açúcar fermentado que durante o processo de fermentação vai gerar o álcool e gás carbônico, além de dar sabor e corpo a cerveja. Já o lúpulo é o ingrediente responsável pelo amargor e sabores frutados, florais ou herbais. Quanto mais lúpulo, mais amarga será a cerveja”, explica.

Processo de fabricação da cerveja

Mosturação: Nesta primeira fase do processo, só se utiliza água e malte moído. O malte é cozido por cerca de 1h e é aí que o amido do malte se transforma em açúcar.

Clarificação: Nessa etapa, os cervejeiros tentam deixar a cerveja mais clara o possível. Para então fazer uma filtragem da mistura com as cascas do malte.

Fervura: Depois da retirada dos grãos de malte, o mosto cervejeiro é fervido. A água e outros compostos indesejáveis evaporam e o lúpulo é adicionado.

Whirlpool: Aqui é feita a separação de tudo que é sólido que ainda está no mosto. É feito um redemoinho no mosto para que todos os sólidos se concentrem no fundo da panela.

Resfriamento: Nesta etapa, o mosto passa de uma temperatura em torno de 100ºC para aproximadamente 20ºC, o mais rápido o possível.

Fermentação: No fermentador o mosto cervejeiro recebe a adição do fermento e lá fica por mais ou menos 21 dias, a depender do tipo da cerveja. Após isso a cerveja está pronta.

Com a cerveja pronta, ela pode ser engarrafada, enlatada, ser colocada em barris ou até mesmo nos growlers – garrafões com capacidades variadas e que conservam a bebida.

Nos tradicionais depósitos de bebida da cidade o que mais encontramos foram cervejas em lata. No depósito de bebida Gelão, nos deparamos com pilhas e mais pilhas de cerveja que ocupavam parte das calçadas, além dos dois galpões do depósito de bebida conhecido pela grande movimentação nos fins de semana e festas.

Atendendo durante todo o carnaval e com o horário estendido, o gerente do depósito, Lavozier Thomaz, garante que ninguém vai sair sem a bebida. “Nós aumentamos o nosso estoque e esperamos um bom resultado de vendas nesse carnaval. Esperamos um aumento de aproximadamente 60% nas vendas com relação aos dias normais”, afirma.

Por ser uma época muito festiva, muitas pessoas aproveitavam para tirar uma graninha extra para pagar as contas de início de ano. Mas neste ano, muitos comerciantes pequenos e ambulantes afirmam passar por dificuldades nas vendas.

Uma dessas pessoas é Belonizia Ferreira. Mesmo sendo corretora de imóveis, há muitos anos ela aproveita as festas que acontecem na cidade para fazer um extra. Mas comenta que as vendas no carnaval deste ano não começaram tão boas. “Nós não precisamos pagar para vender no Bloquinho do Inácio (como acontece em festas maiores), mas eram tantos vendedores e pessoas com as suas próprias bebidas, que não conseguimos faturar. Só deu para cobrir os gastos, na verdade”, desabafa.

Como Belonizia comentou, muitas pessoas estão levando suas próprias bebidas para as festas, como é o caso de Antônio da Silva. “Uma caixa de cerveja no supermercado custa em torno de R$ 25,00, então acaba saindo mais em conta você levar o seu próprio isopor com cerveja e refrigerante para os filhos. Além de poder levar algum tira-gosto”, comenta.

DICA DO SOMMELIER

Victor Hugo Batista, que também é sommelier (especialista em harmonização de bebidas alcoólicas) dá algumas sugestões para quem quer aproveitar o carnaval para experimentar outros tipos de cerveja.

“Para quem quer experimentar algo diferente, eu indico as do tipo Sour, que são mais ácidas e azedas, e ao mesmo tempo bem leves e refrescantes. Geralmente elas levam adição de fruta, então é uma dica bem legal. Além delas, eu indico as Witbier, que são feitas com trigo, coentro e cascas de laranja, o que a torna um estilo muito leve, refrescante e prazeroso de se beber”.

 

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