O mês junino tem um ritmo marcante e cores empolgantes. As quadrilhas juninas são o marco dessa cultura nordestina e, é por esse motivo, que em Sergipe são consideradas Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado.

A Lei Nº. 8.110 de 19 de abril de 2016, de autoria do deputado Garibalde Mendonça (PDT) declara as quadrilhas de Sergipe como Patrimônio Cultural e Imaterial e destaca a sua importância para a divulgação dos festejos juninos no estado e fora dele. A Assembleia Legislativa de Sergipe já reconheceu diversas quadrilhas como de Utilidade Pública Estadual através das leis Nº 7.962/2015, de autoria do ex-deputado Luiz Mitidieri, Nº 7.333/2011 e Nº 7.088/2010, ambas do Deputado Garibalde Mendonça, Nº 7.311/2011, do ex-deputado Gilson Andrade, Nº. 7.290/2011, do ex-deputado João Daniel, Nº. 7.202/2011, do ex-deputado Venâncio Fonseca, Nº. 7.201/2011, da deputada Maria Mendonça e Nº. 7.129/2011, do deputado Francisco Gualberto.

Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese

Maria Mendonça destacou a importância desta manifestação cultural para a região. Ela explicou que os nordestinos têm orgulho das quadrilhas por tudo o que representam através da animação dos bailarinos e as estórias contadas.

“Para além da dança e do colorido das roupas, as quadrilhas juninas, a meu ver, representam a alegria e a força do povo nordestino. É uma das principais manifestações culturais que atravessa décadas e, a despeito das dificuldades, continua viva. Importante destacar que a quadrilha é para o Nordeste, o que o carnaval é para o Rio de Janeiro e São Paulo”, afirmou.

Este dia 27 de junho é o Dia Nacional do Quadrilheiro Junino. Esta função, que faz a quadrilha existir é celebrada pela Lei Nº 12.390/2011, que diz que é considerado quadrilheiro junino todo profissional que utiliza meio de expressão artística cantada, dançada ou falada transmitido por tradição popular nas festas juninas.

“A importância dessa data tem a ver com a nossa cultura, a cultura popular, nordestina e tem a ver com a valorização daqueles que conseguem preservar essa cultura e manter viva a chama da festa e daquele trio de santos que marcam de forma decisiva o período junino: Santo Antônio, São João e São Pedro. Os quadrilheiros juninos são a expressão artística forte desse momento”, afirmou o historiador deputado Iran Barbosa (Psol).

Foto: Joel Luiz/Agência de Notícias Alese

Ele parabenizou estes profissionais pela data e manifestou sua preocupação com as mudanças que podem acontecer na cultura desta manifestação cultural nordestina. O parlamentar falou que os quadrilheiros precisam resistir para manter viva esta dança, música e colorido das quadrilhas.

“Eu desejo que eles continuem preservando a nossa cultura, resistindo a uma invasão cultural alienígena que quer tomar conta desse espaço porque nós queremos manter a tradição do nosso povo viva e acesa”, declarou.

Essa histórica manifestação cultural é tida como o momento de diversão para a população. É ainda uma tradição que passa de geração em geração, tornando cada dia mais forte a sua presença na vida dos nordestinos, como explicou o marcador da quadrilha Século XX, Joel Reis.

“Para mim, a quadrilha junina é tudo. Não sei viver sem a quadrilha junina, principalmente a Século XX porque foi meu pai quem fundou, então passou de pai para filho. Ela é referência em Sergipe e no Nordeste. Disputamos vários títulos na região e, em 2013, o nosso marcador foi consagrado o melhor Marcador do Brasil pelo Campeonato Brasileiro de Quadrilha Junina”, disse.

Foto: Joel Luiz/Agência de Notícias Alese

Para ele, o quadrilheiro é essencial na animação e na realização da quadrilha junina. “Ele é importante porque representa a cultura de Sergipe. Ele leva alegria para os familiares amigos turista com sua forma de dançar, de brincar, de contagiar o público”.

O presidente da Quadrilha Unidos em Asa Branca, Marcos Borges, lembrou que a história conta a origem europeia das quadrilhas juninas. Ao chegar ao nordeste brasileiro, elas foram modificadas e se tornaram uma das principais manifestações populares do povo nordestino.

“Hoje, a quadrilha junina é um patrimônio brasileiro, não mais só do Nordeste, hoje a gente tem quadrilha junina em todas as regiões do país, o que mostra a força do forró, que é patrimônio cultural e material brasileiro. Então a quadrilha também nasce desse gênero musical, que para nós sergipanos é mais do que uma cultura, é uma identidade da nossa gente. E ser quadrilheiro é, acima de tudo, ser um defensor dessa arte, da cultura popular e, sobretudo, da cultura nordestina”, afirmou.

 

Agência de Notícias Alese

 

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