Modelo de negócio diminui o risco de insucesso, segundo especialista, por isso atrai quem quer entrar no mercado
As franquias e os negócios próprios (feitos do zero) são modelos de negócio completamente diferentes, segundo a analista da unidade de atendimento individual do Sebrae, Adriana Lira. Segundo ela, enquanto aqueles que querem abrir a sua própria marca precisam criar o seu próprio processo operacional e planejamento financeiro, além de descobrir quais serão os seus custos operacionais, aqueles que optam pelo modelo de franquias já recebe tudo isso próprio da marca que ele escolheu aderir.
“Na franquia você lida com um negócio que já foi testado e consolidado por uma empresa que já está há, pelo menos, dois ou três anos no mercado. Quando você adere a essa marca já consolidada, você paga a chamada taxa de adesão, justamente para poder utilizar o nome dessa marca e o seu modelo gerencial. Isso não quer dizer que no modelo de franquia você não corre o risco de um insucesso, mas esse risco é muito menor”, explica.
Quando o advogado Antônio Lima e o administrador Leonardo Alves decidiram abrir uma loja especializada em cervejas artesanais, o modelo de franquia os atraiu pelas inúmeras facilidades e comodidades que ele traz para o franqueado.
“A opção pela franquia veio porque eu e o meu sócio temos atividades prioritárias, eu sou advogado e ele administrador. Então nós não conseguiríamos ter uma dedicação tão grande para fazer a pesquisa inicial do negócio, para fazer a montagem etc. E com a franquia já vem tudo pronto. Identidade visual, o contato de todos os fornecedores está sempre à mão, em datas comemorativas nós não precisamos nos preocupar em criar uma campanha porque isso já vem da marca”, comenta Antônio.
COMO ABRIR UMA FRANQUIA?
Adriana Lira comenta que antes de tudo é preciso haver uma afinidade entre o investidor e o segmento em que ela quer abrir uma franquia. Em seguida, o interessado deve consultar se a marca que ele deseja aderir possui registro no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), onde marcas e patentes são registradas, e se há algum problema com o CNPJ da empresa.
No entanto, a abertura de uma franquia não se limita ao desejo do investidor. “Não basta ter o dinheiro e a intenção de abrir o negócio. Existe toda uma negociação de prospecção mercadológica do franqueador para ver a viabilidade do negócio na região que ele deseje”, alerta.
CENÁRIO NACIONAL
Apesar de os dados divulgados em outubro pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostrarem um saldo de 1,4% de unidades de franquia abertas no Brasil, um número um pouco menor que no mesmo período do ano passado, quando o saldo foi de 2,2%, tanto o número de empregos quanto o de faturamento apresentaram um aumento no terceiro trimestre de 2018.
Entre 2017 e 2018, foram criados quase 81 mil empregos nas unidades de franquias abertas no país, um aumento de 6,7%. Já o faturamento das lojas aumentou 7% no período, atingindo R$ 170,9 bilhões no acumulado entre o terceiro trimestre de 2017 e o mesmo período de 2018.
Entre os segmentos que têm um desempenho maior no setor de Franchising no Brasil estão o de entretenimento e lazer (25,2%), serviços (10,3%) e o setor de saúde, beleza e bem-estar (9,7%). No entanto, Adriana Lira destaca que o segmento de alimentação continua a crescer no país. “O setor de alimentação não teve um crescimento tão grande no terceiro trimestre de 2018 [6,7%], mas há uma grande demanda por ele, principalmente porque este é um dos setores que mais prosperam”, comenta.