Livro-reportagem narra a primeira greve dos comunicadores sergipanos
O jornalista Henrique Maynart mergulhou no passado e resgatou a história do fato mais marcante na comunicação sergipana: a greve dos jornalistas e radialistas. Maynart escreveu o livro ‘Nem copo de cachaça nem prato de comida: a primeira greve dos comunicadores sergipanos’, com todas os detalhes e a obra será lançada no dia 13 de setembro, a partir das 17h no Centro Cultural de Aracaju, na Praça General Valadão, Centro.
“Você sabia que esta greve ocorreu? Que as estações de rádio e TV tiveram suas programações interrompidas? Que a final antecipada do campeonato sergipano de futebol, protagonizada por Sergipe e Confiança, não foi transmitida? Conto todos os detalhes no livro e conto com a presença de todos para este lançamento que promete ser um grande encontro entre os comunicadores sergipanos”, convida o escritor.
Greve
A primeira obra do jornalista detalha como tudo ocorreu em 1991. “Fiquei sabendo deste momento histórico através de um bate papo com o jornalista Cristian Gois, fiquei impressionado e logo me interessei pelo assunto. Escolhi este tema para fazer meu projeto de conclusão do curso de jornalismo e mergulhei na história”, recorda.
“A ideia do projeto começou em 2013, mas foi em 2017 que fiz as entrevistas, foram cerca de 25. Entre os meus entrevistados que me ajudaram com as informações estão o presidente do Sindicato do Jornalistas de Sergipe, Paulo Souza, e o presidente do Sindicato dos Radialistas Fernando Cabral”.
Henrique buscou informações nos arquivos dos jornais impressos e foi também até o Instituto Histórico de Geográfico de Sergipe. “Encontrei registros as edições da época dos extintos Jornal de Sergipe e Gazeta de Sergipe, e também no Jornal da Cidade e Cinform. Os arquivos do Instituto Histórico e Geográfico e as atas dos registros dos sindicatos também foram muito importantes para meu projeto”, revela o escritor.
Henrique descobriu que o único veículo tradicional da comunicação da época que não aderiu a greve foi o Cinform. “O jornal pagava em dia e não aderiu a greve mas cobriu a paralisação de forma muito positiva mostrando as lutas dos sindicatos. A repercussão foi muito boa e os resultados do ato foram comemorados. A categoria avançou e passou a ser mais valorizada e respeitada, mas pecou no ponto de vista que faltou alguém para fazer esse registro muito importante. Acredito que até hoje muita gente não sabe que a greve ocorreu. Agora já temos este livro-reportagem com todos as informações”, orgulha-se.
Polêmica
O livro traz uma frase polêmica que causou uma grande indignação e desconforto entre os comunicadores da época e agora virou o tema da primeira obra de Henrique Maynart. “Em Sergipe, para comprar um jornalista ou um radialista basta um copo de cachaça e um prato de comida”. Esta afirmação, remetida nas rodas informais ao ex-deputado e empresário Viana de Assis, foi duramente combatida em uma sexta-feira de novembro de 1991. Jornalistas e radialistas, unidos, bambearam uma verdade tida como inabalável em uma greve ousada, insolente e largada pelas dobraduras do esquecimento.
Esse momento é relatado no livro ‘Nem copo de cachaça nem prato de comida: a primeira greve dos comunicadores sergipanos’. “O livro-reportagem detalha diversos acontecimentos importantes do momento histórico. Espero que todos suguem as informações para entender um pouco da nossa própria história”, finaliza o escritor e jornalista.