A implantação de uma cadeia de valor do hidrogênio verde no Brasil é necessária para acelerar a neoindustrialização da economia do país. Essa é a avaliação do especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental da Secretaria Nacional de Mudança do Clima, Carlos Alexandre Principe Pires. Para ele, o Brasil vai desempenhar um papel importante na transição energética global, como fornecedor do hidrogênio de baixa emissão de carbono.

“Nós devemos internalizar toda a cadeia de valor do hidrogênio para colocar em nosso país condições de uma neoindustrialização ou uma industrialização de baixo carbono para que nós não apenas exportemos o hidrogênio de baixo carbono, mas exportemos produtos industrializados com altíssimo valor agregado. Esse valor agregado nada mais é do que a própria baixa emissão de carbono que está sendo muito valorizada em todo o mundo”, afirma.

O especialista da Secretaria Nacional de Mudança do Clima ainda ressalta que o hidrogênio verde é uma alternativa para a mitigação de gases de efeito estufa dos setores que são de difícil abatimento. “Ele tem essa capacidade de resolver algumas questões de setores muito complicados, como siderurgia, cimento, fertilizantes e transporte”, diz.

As declarações foram feitas durante debate realizado pela Comissão Especial de Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde da Câmara dos Deputados, no final de setembro.

Avaliação de impactos

Na ocasião, o coordenador de Licenciamento Ambiental do Ibama, Eduardo Wagner Da Silva, defendeu a aplicação da  Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) previamente para tipologias de geração de energia como eólica offshore e hidrogênio verde. O papel da AAE é fornecer instrumentos de planejamento para avaliar impactos ambientais, auxiliando na formulação de políticas, planos ou programas.

“Ao aplicar Avaliação Ambiental Estratégica para determinada tipologia de geração de energia ou cadeia produtiva, você consegue identificar previamente problemas, pontos negativos ou positivos que podem muitas vezes impactar no licenciamento ambiental e no desenvolvimento desses projetos por si só”, explica.

Para ele, a AAE como instrumento de planejamento prévio é necessária para o desenvolvimento de uma cadeia produtiva do hidrogênio verde no país.

“Você conseguiria identificar, previamente, quais ações que estão envolvidas com a implantação desse empreendimento no local. Pode quantificar toda a cadeia produtiva, o que está relacionado, o que é que você vai conseguir gerar de novas oportunidades de negócios, geração de emprego, assim como você também consegue identificar atração populacional. Onde essas pessoas vão pressionar mais a saúde pública, a educação ou até prováveis áreas de desenvolvimento de novas áreas residenciais”, afirma.

O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), que integra a Comissão Especial de Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde, reforçou a importância da avaliação estratégica do impacto que a expansão da cadeia produtiva de energias renováveis causará.

“O onde, o como e o tamanho têm que sempre se considerar, no processo de implementação do empreendimento, mesmo que ele dialogue perfeitamente com a necessidade do enfrentamento da crise climática. Eu acho que isso vai acumulando para a gente aprofundar e aperfeiçoar cada vez mais o marco legal”, enfatizou.

 

Fonte: Brasil 61

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