O tiro esportivo é uma modalidade pouco divulgada no Brasil, mas ganhou destaque nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 com a primeira medalha no esporte. A prata foi conquistada pelo atleta Felipe Wu. Em Aracaju o esporte ganha adeptos.
O tiro desportivo está enquadrado como esporte formal, conforme previsto na Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. Considerado perigoso, já que para a prática é usada uma arma letal, é necessário um certificado de registro emitido pelo Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados (FPC), a cargo do Exército Brasileiro, para os interessados em atividades de colecionamento, tiro desportivo ou caça.
Prática
Roberto Duarte, praticante de tiro há um ano, conheceu o clube de tiro através de um amigo e, após acompanhá-lo, resolveu tirar seu certificado, processo que durou cerca de três meses. No processo é exigido toda a documentação do interessado, comprovando que não há nenhum inquérito policial ou processo, além de comprovantes de capacidade técnica e psicológica.
“Eu tive que passar por uma série de processos para poder atirar. Não é só chegar lá e pegar uma arma. É feito uma série de exigências do Exército para comprovar que você tem a capacidade a praticar o tiro”, comentou Roberto.
Roberto também explicou que a permissão é limitada, a arma que o mesmo possui só pode ser transportada da sua casa para o clube em que é credenciado e a prática só deve ser efetuada dentro do clube com todas as medidas de segurança necessárias.
Roberto ainda destaca que o trâmite do exército é rigoroso. “Não é qualquer pessoa que tem condição de pegar uma arma para poder atirar, tem que saber como se comportar e saber todo o processo de segurança”.
Psicologia
O psicólogo Marcelo Barreto comenta que esportes que oferecem um perigo iminente podem ser bons em alguns tipos de terapia, já que eles podem canalizar personalidades agressivas, por exemplo.
“Esportes que envolvem mais essa adrenalina e envolvem força podem ter um benefício em relação à agressividade. Mas não se pode ver essa agressividade como violência e sim, como uma pulsão que nos move para algo. Às vezes a pessoa pode canalizar a agressividade para um ato de violência, como uma briga, mas essa mesma agressividade pode ser canalizada para algo mais saudável em um esporte assim”, disse.