Ir ao Mercado, “lá embaixo” é uma experiência de sabores, cheiros, cores, pessoas e culturas, pois essa vivência é o melhor de Aracaju.  Esse espaço que completou 73 primaveras é um lugar de muitas trocas, memórias e patrimônios do povo sergipano. Por isso vou relatar um pouco desse pedacinho de Sergipe para colorir melhor.

PORQUE NECESSITA DE UM MERCADO? – Desde sua fundação Aracaju teve feira, pois o tamanho dela sempre vai demandar de um espaço adequado e coberto para a comercialização de inúmeros produtos e mercadorias, essa demanda sempre é por um Mercado em razão do tamanho da feira. Em 1864 quando o então presidente da província o Cincinato Pinto da Silva, autorizou a construção da Casa do Mercado na hoje Avenida Rio Branco, nas imediações da Rua Laranjeiras, esse mercado existiu até a segunda década do século XX , quando o então presidente de estado , Graccho Cardoso, mobiliza a iniciativa privada junto com o poder público na construção de um grande Mercado para abrigar a grande feira que passava da então Casa do Mercado e tomava a Rua da Frente prejudicando a circulação na via, além de não oferecer condições de salubridade. É quando o então empresário de uma família de latifundiários, Antônio Franco participou financeiramente da construção do então Mercado Modelo de Aracaju que mais tarde receberia seu nome, o Mercado Municipal Antônio Franco que foi inaugurado em 8 de fevereiro de 1926 em estilo eclético com belo relógio inglês no centro da construção. Para lá foi mudada a velha feira que tomava a Rua da Frente. Mudada não, empurrada. A cada semana os feirantes eram levados para o novo Mercado.

A feira cresce e nos anos 40 necessita de outro mercado. Lembrando que nesta época não existia as grandes redes de supermercados e shoppings que temos hoje, então tudo que necessitava se encontrava no Mercado Municipal.

NÃO COMPORTA MAIS A FEIRA NO ANTÔNIO FRANCO – A partir de 1941 a feira já ultrapassava as portas do Mercado Antônio Franco, além dos comerciantes de Aracaju, vinham feirantes de todos os cantos do estado e dos estados vizinhos para comercializar, pois o Mercado estava localizado na beira do cais do Porto de Aracaju, isso facilitava a circulação de comerciantes e mercadorias. Quando em 1947 o Prefeito de Aracaju, Marcos Ferreira de Jesus decide abrir uma parceria com o Governo Estadual de José Rolemberg Leite para a construção de o Mercado Auxiliar, que seria inaugurado em 26 de agosto de 1949 em estilo neocolonial, padrão arquitetônico que estava muito em alta na época. Para construir esse Mercado, a Prefeitura sacrifica a Praça Inácio Barbosa, que ficava localizado o monumento ao fundador da cidade, para a construção do novo espaço comercial que iria abrigar feirantes, lojistas e negociadores de armazéns. O Mercado novo recebeu o nome do famoso industriário Thales Ferraz.

Esse Mercado supriu a demanda de espaço para os feirantes até 1962 quando são construídos outros anexos no entorno dos Mercados. Só no final do século XX, com o projeto de revitalização proposto pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) em parceria com o Governo do Estado para o Centro da cidade, foi construído o Mercado Albano Franco, hoje Mercado Virginia Leite Franco, já com uma arquitetura bastante diferente dos outros dois.

QUEM FOI THALES FERRAZ? – Nasceu em Aracaju no ano de 1878. Filho de Anna Ferraz e José Augusto Ferraz, ex-auxiliar e sócio da fábrica de tecidos “Sergipe Industrial”, empresário e engenheiro têxtil, formado em Manchester -Reino Unido, foi Diretor da Fábrica Sergipe Industrial, de 1906 a 1927. Thales Ferraz tentou repassar seus conhecimentos técnicos e científicos aos mestres e contra-mestres da fábrica e introduzir novas regras nas relações capitais versus trabalho. Em 1913 foi aos Estados Unidos estudar o lazer entre os operários e quando retornou criou o Parque Sergipe Industrial, complexo de arte e lazer cultural e desportivo que funcionou até 1955.

O Antônio Franco serve como um Centro comercial popular para fins turísticos. Já o Thales Ferraz mantém a riqueza gastronômica da cidade com a venda de mel, queijos, castanha, enquanto o Albano Franco é dedicado ao ramo de hortifrutigranjeiros”.

O Thales Ferraz de muitos feirantes, comerciantes, do Espaço do Beiju onde encontramos beijus, sarolhos, pés-de-moleque e entre outras gostosuras; das ervas sagradas e medicinais; dos artesanatos; dos doces, queijos e castanhas; dos potes, tigelas e panelas; de linhas e aviamentos. Passe em Teca e Cícero do Beiju, na Galega das Ervas, nos Armarinhos que ainda revestem botões, nos bares e nos Irmãos Santos dos Laticínios. Portanto devemos preservar esse magnífico patrimônio do povo de aracajuano.

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