O amado e querido Sergipe é o menor estado da federação brasileira, mas não se engane, pequeno apenas no tamanho, isso se comparado a outros estados e o próprio Brasil com suas dimensões continentais, pois, nele habita um povo aguerrido pela própria natureza.

As terras “do cacique Serigy” foram conquistadas no ano de 1590 pelo português Cristóvão de Barros e, desde então, ficou sob a tutela da Bahia. Barros conseguiu vencer os indígenas e passou a dividir o território em sesmarias (lotes de terras distribuído a um beneficiário, em nome do rei de Portugal, com o objetivo de cultivar terras virgens).

A histórica povoação de São Cristóvão e o Rio Sirigipe (atual Sergipe) identificados no Atlas do Brasil de 1640, de Albernaz. Nessa época, a região estava ocupada pelos holandeses.

 

 

Durante quase dois séculos e meio, Sergipe foi capitania subalterna, dedicada a abastecer a Bahia com sua produção agropecuária. Dela, recebia as famílias dominantes, os encargos e os produtos de seu comércio. Dessa forma, o território sergipano garantia um terço da renda baiana.

Acontece que em 8 de julho de 1820, por meio de uma Carta Régia, assinada pelo Rei de Portugal e do Brasil, D. João VI, separou, definitivamente, Sergipe da Bahia, elevando-a à categoria de Capitania Independente. Sabe o que isto significa, caro leitor? Desde então, foi conferida à nova capitania sergipana, unidade política, com governo próprio, e capacidade para a administrar seu território e a controlar suas rendas.

 

 

Carta Régia assinada em 1820 por Dom João VI

 

Por ocasião do retorno de D. João VI para Portugal, a carta régia – a bendita carta! –, foi contestada, assim como a indicação de Carlos César Burlamarqui como primeiro governador da recém-criada província. Sem apoio, o mandatário chegou até a tomar posse, mas foi deposto e preso, enquanto Sergipe voltava à condição de Comarca da Bahia. Vejam que toma lá dá cá! O caso é tão sério que essa data entra em conflito com outra.

Você sabia que a data de emancipação até o final da década de 1990, foi 24 de outubro, quando se comemora a recuperação da Independência de Sergipe? Pois sim, é apenas no início dos anos 2000, por emenda constitucional, que a data de fato passa a ser 8 de julho e, 24 de outubro, a partir de então, será considerado como Dia da Sergipanidade. Tema que falaremos em outra oportunidade.

Mas voltemos ao movimento de independência do nosso Estado! Se pararmos para observar com mais precisão, existe um pano de fundo nesse enredo todo, na historiografia chamamos de contexto, é o fato de acreditar-se que a emancipação foi uma forma de compensação por parte de D. João VI, pois, os sergipanos apoiaram a corte portuguesa na Revolução Pernambucana de 1817.

Visão da Praça São Francisco na primeira capital sergipana – São Cristóvão

Vale destacar ainda que Sergipe também teve participação decisiva no combate às tropas baianas, fiéis a Portugal, para obriga-los a reconhecer a emancipação brasileira. Opa! Detalhe importantíssimo – a emancipação sergipana passa a confluir com o processo de independência do Brasil. Tudo isso contribuiu para Pedro I, que assumiu depois da abdicação de seu pai e proclamou a independência do Brasil, reafirmar, por Carta Imperial em 5 de dezembro de 1822, a Carta Régia de D. João VI, confirmando assim a autonomia de Sergipe.

 

Orla de Atalaia – Aracaju

Agora já passamos do bicentenário, 8 de julho de 2021 completam-se 201 anos da Carta Régia que desanexou Sergipe da Capitania da Bahia de Todos os Santos, emancipando politicamente nosso Estado. Longa vida aos sergipanos!

 

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