Os Salmos é o maior de todos os livros que compõem a Bíblia e é certamente um dos mais lidos e mais amados por todos aqueles que professam as religiões a ela vinculadas, sejam aquelas que aceitam apenas o Velho Testamento como sendo a palavra do Deus dos Antigos, sejam as igrejas cristãs que reconhecem no Cristo o Messias e, consequentemente o Novo Testamento. Segundo os historiadores da igreja os Salmos foram compostos num lapso temporal de mil anos, desde a data aproximada de 1440 a. C., quando houve o êxodo dos israelitas do Egito até o cativeiro da Babilônia, o que possibilita traçar um paralelo entre os acontecimentos históricos vividos pelo povo judeu e as composições que caracterizam esse livro.

A autoria da maioria dos salmos é atribuída a Davi que teria escrito pelo menos 73 poemas dos 150 cânticos que compõem o livro ou, na versão da Igreja Ortodoxa, 151, e levou cerca de 800 anos sendo produzidos, desde a autoria de Moisés até Salomão. Existem salmos de sofrimento, de louvor, de sabedoria, penitenciais, históricos, messiânicos e os que cantam Sião, uma referência à Jerusalém, sinônimo de pátria e liberdade onde o povo escolhido poderia adorar o seu deus e exercitar as regras e práticas inerentes à fé que professavam.

Segundo o historiador e professor de Harvard Martin Puchner, Esdras, o escriba, personagem da tradição judaico-cristã que liderou o segundo grupo de retorno de israelitas da Babilônia em 457 a. C. levou consigo um feixe de textos com diferentes fontes e em Jerusalém os compilou na forma como hoje é conhecida.

No salmo de número 10, certamente um salmo de muito sofrimento, o compositor pergunta: “ Por que, Senhor, te conservas longe e te escondes em tempos de aflição?”

Antonio Frederico de Castro Alves, poeta baiano, escreveu um dos mais famosos e mais conhecidos versos da sua extensa obra poética cujo grito foi mandado, segundo ele, há dois mil anos: “Deus! Ó Deus, onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu’estrela tu te escondes, embuçado nos céus?

O poeta encontrou o salmista no sentimento de aflição compartilhado em relação ao sofrimento e na indagação sobre a interferência de um Deus todo poderoso para aliviá-lo. O homem como indivíduo ou a humanidade como povo são sempre os mesmos e vivem as mesmas dores mil anos antes de Cristo ou dois mil anos depois.

Estamos vivendo tempos conturbados que têm se prolongado num compasso de espera que parece sempre mais longe cada vez que imaginamos a solução está logo ali. Parece que não está e como escreveu Castro Alves ao final do poema em que encontra o salmista a sensação é que “Stamos em pleno mar”…e o mar é insondável, misterioso e grande demais para que nós, pequenos seres humanos que somos, tenhamos o poder de controlá-lo. O salmista porém é mais confiante que o poeta e ao final do seu cântico ele diz: “O Senhor é rei eterno: da sua terra somem-se as nações”. Fiquemos então com ele desejando que todas as nações da terra possam se somar na luta para fazermos a travessia desse mar vermelho e conquistarmos enfim a liberdade tão sonhada!

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