Durante meses, veículo da Polícia foi usado para encontros amorosos em frente ao Cinform

Para que serve uma viatura do Grupo de Operações Especiais – GOE -, da Polícia Civil do Estado, vinculada à Secretaria de Estado da Segurança Pública – SSP? Se essa pergunta for feita aos milhares de cidadãos sergipanos, com certeza, a resposta será: “investigar ações criminosas que, infelizmente, constantemente, ocorrem em Sergipe”. Mas, na prática, ao que parece, os veículos da Instituição passam longe de sua real função.

Durante quase três meses, mais precisamente de maio a julho deste ano, a reportagem presenciou cenas para lá de suspeitas, justamente, em frente à sede do Cinform, na Rua Porto da Folha, no Bairro Getúlio Vargas, envolvendo uma caminhonete Toyota oficial do GOE e um casal – um homem e uma mulher.

Na manhã do último sábado, 29, o que era suspeita, confirmou-se. O casal foi flagrado pelas lentes fotográficas da reportagem em momentos íntimos – trocando carícias, beijos -, em plena luz do dia. Ou seja, ao invés de estar nas ruas do Estado, realizando diligências, o carro do GOE serve de abrigo para práticas amorosas.

À noite, a mesma viatura também, rotineiramente, é vista em frente à sede do Cinform, um exemplo disso foram os encontros nos dias 3 de junho e 9 de julho.

CIDADÃOS SEM POLICIAMENTO

Condutor do veículo será identificado pela SSP por meio da placa (crédito: Cinform)

Sempre a mesma cena: um condutor chega, estaciona a viatura do outro lado do Cinform, uma mulher entra – advinda da Travessa Antonina, uma vielazinha – e ali fica por mais de uma hora dentro do veículo.

Enquanto isso, a sociedade sergipana sofre com a insegurança que só faz crescer e crescer. Como é de conhecimento de todos, o Mapa da Violência de 2016 apontou que Sergipe é o 3° Estado do País em número de homicídios. Mas, ao invés de tentar reverter este cenário triste, efetivo da SSP desvia função e utiliza de carros oficiais da corporação para se encontrar com namoradas, esposas, amantes.

Tal ação é digna de uma punição administrativa, com certeza, e vai muito além. Requer um acompanhamento do Ministério Público Estadual.

CORREGEDORIA EM AÇÃO

Delegada-geral promete encaminhar o caso à Corregedoria da Polícia Civil (crédito: Cinform)

Ao ser informada do caso, a SSP se manifestou por meio de nota oficial: “A Polícia Civil de Sergipe informa que o Grupo de Operações Especiais – GOE – é vinculado à Coordenadoria da Polícia Civil da Capital – Copcal – e age em ações preventivas, como blitze e apoios a diversas equipes policiais na Capital e região metropolitana de Aracaju”, informa. Bem diferente do que foi visto no último sábado.

A nota segue informando que: “as viaturas desta unidade especializada devem ser usadas exclusivamente, conforme determinação administrativa, para atividades inerentes à sua atribuição. Caso seja constatada a prática de alguma irregularidade no uso de equipamentos e viaturas, de imediato a delegada-geral, Katarina Feitoza, determinará que a corregedoria proceda com rápida apuração a fim de verificar a prática de infração disciplinar”, finaliza.

 

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