Oposição quer CPI do lixo autorizada pelo Tribunal de Justiça
Os áudios da gravação das conversas entre o prefeito Edvaldo Nogueira e o dono da Torre Empreendimentos, José Antônio Torres Neto, entregues à procuradora regional eleitoral, Eunice Dantas, repercutem no mundo jurídico, mas também aquecem o debate no meio político.
Na Câmara Municipal de Aracaju, os vereadores de oposição aguardam a procuradora Eunice Dantas abrir investigação após análise dos áudios e oferecer denúncia ao Tribunal Regional Eleitoral contra o prefeito Edvaldo. Os vereadores acreditam que a investigação do Ministério Público Eleitoral pode fazer com que a CPI do Lixo retorne à Câmara Municipal de Aracaju (CMA), após o julgamento do recurso no Tribunal de Justiça.
A revelação de uma parte do conteúdo da conversa entre Edvaldo e Antônio Torre é um indício forte de que existe alguma coisa errada, segundo a procuradora Eunice Dantas. Para a vereadora Emília Correa (PEN) a entrega desses registros é um grande avanço e motivo de esperança para a população. “A gente fica feliz quando a Justiça sergipana age nesse sentido de encaminhamento. Nós esperamos que esse ciclo se feche, que a verdade seja esclarecida”.
Para o vereador Cabo Amintas (PTB) o principal objetivo dessas investigações é esclarecer ao povo aracajuano a origem do dinheiro utilizado nas campanhas eleitorais e de que forma esse dinheiro é devolvido pelos eleitos. “Eles recebem dinheiro durante a campanha com promessas de devolver depois de vencerem a eleição”, comenta.
Já o vereador Élber Batalha (PSB) vê com alívio o andamento das investigações dos crimes de Caixa 2 e doação irregular de campanha. “Isso é muito grave! Isso é o que pauta hoje o cenário nacional e todos os escândalos políticos atuais. É importante que Aracaju se atente para isso e que o Estado de Sergipe também protagonize a limpeza desses processos eleitorais passados, para que agora nós possamos ter outra perspectiva”, acrescenta Batalha.
CPI DO LIXO
A CPI do Lixo foi suspensa na Câmara Municipal de Aracaju por determinação do Desembargador Roberto Eugênio da Fonseca Porto, que cassou uma liminar concedida pela juíza Simone de Oliveira Fraga, da 3ª Vara Cível, que autorizava a instalação imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as contratações, pela prefeitura, das empresas de prestação de serviços de coleta de lixo.
Elber Batalha, um dos autores que ingressaram na justiça para obrigar a Câmara a instalar a CPI do lixo, exige celeridade no julgamento do mérito do recurso que será analisado pelos desembargadores. “Foi dado o efeito suspensivo ao recurso, ou seja, a CPI está parada e o Tribunal não julga. É necessário que o julgamento ocorra”, reclama.