Militante ainda não decidiu qual cargo vai disputar nas eleições de 2018

Vera Lúcia é militante do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) há mais de 20 anos e desde 1996 participa das eleições como candidata, mas garante que ainda não sabe qual cargo vai disputar em 2018.

“Como ativista e figura pública estou à disposição do partido e dos militantes. Provavelmente serei candidata mais uma vez, porém ainda não sei para qual cargo. Tudo vai ser definido na convenção do partido que será realizada em abril e estou pronta para abraçar a missão que me confiarem”, disse Vera.

Vera comemora o fato de ter seu nome cogitado para o pleito de 2018, mas avalia tudo com cautela. “Sou lembrada, talvez, porque sou uma mulher comum, trabalhadora, negra, de um partido pequeno, mas que politicamente é muito coerente com o seu programa e estratégia. Além disso, represento um partido que participa ativamente das lutas e não se apresenta apenas nas eleições. Sou lembrada porque vivo nas ruas, nas passeatas, ando nos bairros, participo das assembleias e uso o transporte público coletivo. ”

“Defendemos a construção de uma outra sociedade. Mas acredito que as eleições não resolvem os nossos problemas. As pessoas precisam lutar ativamente de forma organizada no seu local de trabalho, de estudo e no local que mora por melhores condições”, defende.

A trajetória de Vera Lúcia no PSTU vem desde a sua fundação, quando o partido recebeu autorização para participar das eleições.

“Desde quando o PSTU teve possibilidade de participar das eleições eu fui candidata. Comecei em 1996 como candidata a vereadora de Aracaju. Ao longo desses 20 anos fui candidata a vice-prefeita de Aracaju, prefeita de Aracaju, vice-governadora, governadora e deputada federal. Mas comecei a ter visibilidade quando disputei a Prefeitura de Aracaju em 2004, quando Marcelo Déda venceu e foi reeleito. Naquela época eu já denunciava o PT como um partido que traía a classe trabalhadora. ”

Eleições 2018
Vera disse que o PSTU está pronto para as eleições deste ano e acompanha todas as lutas dos trabalhadores de perto. “Certamente o partido vai apresentar uma chapa para disputar as eleições, mas os nomes para a composição ainda não foram discutidos. Mas vamos lançar uma chapa majoritária com candidatos ao Governo, Senado, deputados estaduais e federais. Está definido que o PSTU vai lançar seus próprios candidatos”, adianta.

Vera critica a falta de espaço no horário político eleitoral. “Esta eleição vai ser a mais difícil dos últimos tempos com relação à visibilidade porque não existe democracia. Falam tanto em democracia no país mas ela é muito pouco praticada. Vamos ter ainda menos espaço e aparecer menos segundos neste ano”, lamenta.

“O PSTU pode ser compreendido pelo seu programa e nunca pelas eleições. O partido nunca se envolveu em qualquer tipo de corrupção nem escândalos e nunca fez qualquer tipo de acordo para conseguir um mandato. ”

A militante do PSTU faz uma avaliação sobre os principais problemas de Sergipe e do país e garante que o programa do PSTU pode driblar a crise financeira e econômica.

“O programa do PSTU sem dúvida é o melhor que pode atender a população neste momento em que o estado e o país estão mergulhados em uma crise política e financeira. As pessoas precisam de trabalho, saúde, educação, moradia, transporte e saneamento básico. Tudo isso vai na contramão dos interesses dos empresários. Mas na prática os governantes não têm feito nada para melhorar e as pessoas continuam sendo demitidas. Em Sergipe, tem 370 mil desempregados. A saída para a crise passa pela redução da jornada de trabalho sem alteração no salário, fim das privatizações e um plano de obras que atenda as necessidades da população”, afirma.

Adversários
Vera disse que os atuais governantes beneficiam apenas os interesses dos ricos. “O governador Jackson Barreto e o presidente Michel Temer chegaram ao poder através do PT, que está envolvido em muitos escândalos de corrupção e traição a classe trabalhadora. Jackson governa para quem é rico e para quem tem dinheiro. É um governo autoritário que retira os direitos dos trabalhadores. Retira dinheiro da saúde, da segurança, da educação, atrasa e parcela o salário do servidor público, mas os interesses e privilégios deles não são retirados”.

Sobre os nomes citados como possíveis candidatos ao Governo de Sergipe, Vera Lúcia garante que não existe nenhum nome novo.

“Todos são velhos conhecidos de longas datas. Jackson vai concorrer porque ele acha que vai ser senador da República com apoio do PT e de Temer. Ele seria a ponte para Belivaldo Chagas (MDB) que é seu candidato ao Governo. Eduardo Amorim (PSDB), André Moura (PSC), Mendonça Prado (DEM) e Antônio Carlos Valadares (PSB) não têm nada de novo e são a continuidade de tudo o que está em andamento. João Tarantela (PEN) é um empresário que se apresenta como o novo e é o representante de Jair Bolsonaro em Sergipe, ou seja, é um filhote de ditador que teve seu patrimônio triplicado em dois mandatos. Ninguém fica milionário da noite para o dia que não seja através de esquemas e falcatruas. Reconheço as lutas da Sônia Meire, mas o PSOL não sabe como fazer as mudanças que pretende. Reformar uma casa velha com uma pá de cal não é a solução. Dr Emerson (Rede) disse que vai manter a vida das pessoas, ou seja, quem é pobre continua pobre e quem é rico continua rico. ”

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