Disponível em mais de 36 mil salas de vacinação do SUS durante todo ano, a vacina contra sarampo é a melhor e mais segura forma de prevenção
Sarampo é um vírus altamente contagioso e a infecção causada por ele pode ter sérias consequências para a saúde, sobretudo das crianças, podendo levar à morte.
Por outro lado, a vacina contra o sarampo é altamente eficaz e tem salvado muitas vidas, ao longo dos anos. As diferentes estratégias de vacinação realizadas no Brasil e demais países das Américas foram determinantes para a eliminação dessa doença na região e, em 2016, a América recebeu o certificado de eliminação do vírus do seu território.
Contudo, algumas as pessoas relaxam no cuidado e não levam as crianças a um posto de vacinação para serem vacinadas e ficarem devidamente protegidas dessa doença. Como resultado, podem adoecer e até morrer pela doença, o que seria evitado pela vacinação.
No Brasil, há surtos no Amazonas, no Pará e em Roraima e casos isolados em outros 8 estados. Nos Estados Unidos, 10 estados já reportaram casos em 2019. A Organização Mundial da Saúde divulgou que a Europa registrou, em 2018, o maior número de casos de sarampo na década: 82.596.
Importância da vacinação
“É muito triste ver pessoas adoecerem por uma doença prevenível por uma vacina disponível no SUS”, lamenta a infectologista Karen Morejon, membro do Comitê de imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Para ela, a geração mais nova de pais não viu ou não vivenciou os casos de sarampo porque foi vacinada quando criança. “Eles não sabem da gravidade da doença”, alerta a infectologista.
Os sintomas do sarampo são tosse, coriza, olhos inflamados, dor de garganta, febre e irritação na pele com manchas vermelhas. Mas o vírus também pode causar pneumonia, dano cerebral permanente, surdez, parto prematuro, bebês com baixo peso ao nascer e morte.
“Alguns pacientes evoluem mal tanto pela infecção viral quanto por uma infecção bacteriana, que aproveita a imunidade baixa naquele momento. Como consequência, a pessoa pode ter pneumonia, sinusite, otite, encefalite, que é um comprometimento cerebral que causa sequelas neurológicas, e surdez”, esclarece Morejon.
A infectologista alerta, ainda, que ao não levar uma criança para se vacinar, os responsáveis estão tirando a chance dela de ser protegida. “Protejam o bem que mais amam. O bem que o pai e a mãe mais ama é o filho. Vacinar uma criança é um ato de amor”, orienta Morejon, que ressalta que há vacinas para todas as idades no SUS.
Esquema vacinal
O SUS oferece duas vacinas que protegem contra o sarampo: a vacina tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola; e a vacina tetra viral, que protege ainda contra a caxumba, a rubéola e a varicela. De acordo como Calendário Nacional de Vacinação, a vacinação contra o sarampo está indicada da seguinte forma:
Pessoas de 12 meses a 29 anos de idade têm indicação para receber duas doses de vacina contendo componente sarampo, sendo a primeira dose aos 12 meses com a vacina tríplice viral e uma dose aos 15 meses com a vacina tetra viral (esta dose corresponde à segunda dose da tríplice viral e à primeira dose da varicela). A tetra viral pode ser dada a crianças até 4 anos 11 meses e 29 dias que não tenham sido vacinadas oportunamente aos 15 meses. Pessoas de cinco a 29 anos não vacinadas ou que estejam com esquema incompleto devem receber a vacina tríplice viral conforme a situação encontrada. O indivíduo é considerado vacinado quando comprovar o recebimento de duas doses de vacina contendo componente sarampo.
Pessoas de 30 a 49 anos não vacinadas têm indicação para receber uma dose de vacina tríplice viral.
Quem comprovar a vacinação contra o sarampo conforme preconizado para sua faixa etária, não precisa receber a vacina novamente.
Transmissão do sarampo
O vírus do sarampo é de fácil transmissão por secreções das vias respiratórias. Por exemplo, se alguém tossir em um ambiente pode contaminar uma pessoa não vacinada em até duas horas depois naquele mesmo lugar.
A transmissão pode ocorrer de quatro a seis dias antes do aparecimento do manchas e até quatro dias após o aparecimento do exantema. O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema.
No mundo globalizado, em 24 horas uma pessoa viaja de um lado ao outro do mundo. Se estiver com sarampo, o vírus junto. Por isso, manter a vacinação em dia – a de sarampo e todas as outra indicadas para a sua idade – é fundamental.
Fonte: Blog da Saúde (Ministério da Saúde)