Com a chegada do período junino, o número de vítimas de queimaduras aumenta consideravelmente nas emergências. Dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) apontam que anualmente, no Brasil, são registrados cerca de um milhão de casos de queimaduras. Porém, com as festas de São João, no Nordeste, esse número cresce devido à exposição a fogueiras e a utilização de fogos de artifício.

Segundo a enfermeira Wandressa Nascimento, gerente da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Huse, o número de profissionais foi ampliado para dar conta da demanda. “O objetivo é garantir um melhor atendimento à população. A unidade aumentou o número de anestesiologistas no Centro Cirúrgico, nas datas mais críticas, e ampliou também a carga horária do cirurgião plástico, para que ele esteja 24 horas no Pronto Socorro”, disse.

Equipe foi ampliada para melhor atender a população

Com a cultura nordestina de acender fogueiras e soltar fogos, os acidentes são mais evidentes. Por conta disso, a equipe da UTQ montou uma sala no Pronto Socorro específica para o atendimento aos queimados, para agilizar o primeiro atendimento, abastecida de todo material necessário para essa primeira abordagem, com coberturas específicas para o paciente queimado.

“Assim que o paciente entra no Pronto Socorro é feita a identificação, depois ele passa pela triagem, avaliação interdisciplinar, o cirurgião plástico é acionado, avalia e determina a conduta. Se for critério de internação, é programado jejum do paciente e levado ao centro cirúrgico geral. Após liberação pela equipe e anestesiologista, o paciente é regulado para UTQ. Se não tiver critério de internação, é realizado o primeiro curativo e encaminhado para a unidade básica, para a UPA, ou ambulatório da cirurgia plástica”, informou a gerente.

Prevenção

Wandressa alerta sobre a prevenção aos acidentes com queimaduras. Segundo ela, é importante evitar a manipulação de álcool próximo a cigarros, charutos, fósforos acesos, churrasqueiras e fogueiras. “Também não se deve utilizar álcool líquido diretamente sobre o fogo, na forma de jato, devido ao risco de explosão. Não podemos sobrecarregar o sistema elétrico ao usar muitos plugues em uma única tomada e não utilizar o celular na tomada com o carregador”, comentou.

Wandressa Nascimento, gerente da UTQ

“Não deixe a criança brincando próximo ao fogão enquanto prepara as refeições. Não deixe cabos de panelas virados para fora do fogão. Nunca use toalhas de mesa compridas que possam ser puxadas por uma criança curiosa. Nunca deixe cabos, fios elétricos e tomadas ao alcance de crianças, que são extremamente curiosas, podem colocar na boca. Já tivemos alguns casos com queimadura elétrica em boca, com perda de substância”, alertou.

De acordo com a enfermeira, se a pessoa se queimar, deve-se colocar água corrente para interromper o processo do calor, por 15 a 20 minutos. Colocar um pano seco e limpo cobrindo a área atingida e encaminhar a vítima de queimadura para uma unidade de saúde. Wandressa orienta que não se deve colocar jamais manteiga, pasta de dente ou gelo no local afetado.

Simulação realística de um paciente queimado.

Junho Laranja

Como forma de orientar a população sobre a prevenção às queimaduras, já que estamos no mês denominado de Junho Laranja, foi montado em um shopping de Aracaju um estande com simulação realística de um paciente queimado. O objetivo foi impactar a sociedade e mostrar que as queimaduras existem e trazem sequelas não somente físicas, mas também psicológicas.

“Além de criar uma cena, nós distribuímos folderes informativos com orientações do que fazer quando a pessoa se queimar, o que não pode utilizar e os tipos de queimaduras. Passamos um vídeo também com orientações e os funcionários da UTQ estiveram à disposição para tirar dúvidas. Dentro da programação, também realizamos o Curso de Atualização no Atendimento ao Paciente Queimado, que aconteceu no início do mês”, concluiu.

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