Em alusão aos ‘Dia da Consciência Negra’ e com o objetivo de fortalecer as ações de conscientização junto ao trabalho de investigação, a Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio da Coordenação de Prevenção à Violência e à Criminalidade (Cgpsvc), e a Universidade Federal de Sergipe (UFS) lançaram as Cartilhas de Identidade Religiosa e de Identidade Étnico-Racial. O material destaca as ações de enfrentamento aos crimes motivados por crença e raça, além de trazer orientações direcionadas à população. A relevância do conteúdo é evidenciada pelos 328 registros de crimes cometidos em razão de cor e raça somente em 2025, conforme o mapeamento da Coordenadoria de Estatística e Análise de Dados da SSP (CEACrim). Entre os registros mais comuns estão a injúria racial, com 213 casos, seguidas pelos 102 casos de racismo. O lançamento das cartilhas ocorreu nesta quarta-feira (19).

De acordo com a oficial investigadora e coordenadora de Prevenção à Violência e à Criminalidade da SSP, Abigail Souza, as cartilhas fazem parte das ações do Dia Internacional da Consciência Negra e tratam dos preconceitos raciais e religiosos, especialmente no contexto das políticas de prevenção. “Esse material é importante porque os dados mostram um cenário de subnotificação: muitos casos de preconceito acontecem, mas não chegam oficialmente aos sistemas de registro”, destacou.

No cotidiano, seja no ambiente escolar, seja nas comunidades, há sinais evidentes da ocorrência de situações de racismo. “Percebemos claramente essa necessidade de enfrentamento. As cartilhas surgem como mais uma ferramenta para fortalecer nosso trabalho, promover a desconstrução de práticas discriminatórias e avançar no combate ao preconceito”, completou Abigail Souza.

Para a diretora do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), delegada Mariana Diniz, as cartilhas representam um instrumento importante para orientar a população sobre como identificar e denunciar crimes, especialmente aqueles relacionados à violência. “O material também auxilia no aprimoramento da atividade investigativa, e esta iniciativa reforça o compromisso da Polícia Civil e da Secretaria da Segurança Pública em promover informação, fortalecer a lei e garantir mais proteção à sociedade”, avaliou.

Conforme a integrante do Observatório Permanente dos Preconceitos em Escolas de Sergipe (Oppes), Rita de Castro Oliveira, as cartilhas foram construídas a partir de pesquisa, para que a população, estudantes e profissionais conheçam os preconceitos que ainda existem na sociedade. “Essas informações e dados ajudam a refletir sobre as formas de preconceito e sobre como enfrentá-las”, afirmou.

Ação nas escolas

Para a construção destes materiais, a UFS também mapeou as situações mais comuns no ambiente escolar, conforme detalhou Barbara Santana, integrante do Observatório do Preconceito nas Escolas. “Identificamos quais são os principais preconceitos e como eles aparecem no ambiente escolar. A partir disso, desenvolvemos os materiais pensando em estratégias de enfrentamento dentro das unidades escolares”, específicou.

Este trabalho de conscientização, permeado também pelas cartilhas, é levado às unidades de ensino. “Nas escolas, o trabalho é feito por meio de intervenções. Nós, pesquisadores, dialogamos com os alunos, construímos materiais junto com eles e também realizamos formação com professores. Muitos chegam até nós com dúvidas sobre como abordar temas delicados, então oferecemos todo o suporte e manejo necessário”, explicou Rita de Castro Oliveira.

Com as ações preventivas, o foco é mostrar que todas as pessoas têm os mesmos direitos na sociedade. “O preconceito ainda é muito presente, especialmente nas escolas. Ele se expressa de várias formas, às vezes de maneira bastante violenta, e conversamos com estudantes, professores e coordenações e percebemos o quanto esse problema é grave e afeta crianças e adolescentes. Por isso, esse trabalho de conscientização acabou se tornando uma verdadeira paixão para nós”, finalizou Bárbara.

Fonte, Secom – Estado.

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