SEAGRIs dos dois estados buscam o desenvolvimento de cadeias produtivas da citricultura, grãos e pecuária

Na última semana, uma equipe da Secretaria de Estado da Agricultura Pecuária, Irrigação e Aquicultura da Bahia esteve em Sergipe realizando visitas técnicas, juntamente com a Seagri Sergipe, para conhecer melhor a agropecuária local e fortalecer parcerias voltadas para as cadeias produtivas comuns aos dois estados. A comitiva chefiada pelo secretário de Estado da Agricultura da Bahia, Lucas Teixeira Costa, foi recepcionada pelo secretário André Luiz Bomfim Ferreira (Seagri/SE). Os gestores participaram integralmente da agenda, que possibilitou conhecer pesquisas da Embrapa Tabuleiros Costeiros, visitar a agroindústria Maratá Sucos, conhecer a cadeia produtiva do leite em Nossa Senhora da Glória, além de incluir uma reunião com o presidente da Faese, Ivan Sobral, e uma visita a uma propriedade citrícola em Cristinápolis.

Uma das grandes oportunidade da comitiva foi conhecer as linhas de pesquisa da Unidade da Embrapa voltadas a sistemas de produção para a região “Sealba” – nova fronteira agrícola de alto potencial, que engloba 171 municípios dos Tabuleiros Costeiros e Agreste de Sergipe, Alagoas e Bahia. Segundo o chefe-geral da Embrapa em Sergipe, Marcelo Fernandes, só de milho – na região da Sealba – ultrapassou-se a marca de 1 milhão de toneladas de grãos produzidos. “Considero importante o apoio da secretaria de Estado para a transferência de tecnologia, a exemplo do plantio direto e da integração lavoura pecuária”, disse Marcelo.

Citricultura e agroindústria
Dados do Observatório de Sergipe indicam que o suco de laranja congelado foi o principal produto mais exportado no último mês de novembro, com 48%. Essa é uma notícia boa para as secretarias da BA e SE, considerando que a citricultura é um importante cultivo na fronteira entre os dois estados. Em visita à Maratá Sucos, em Lagarto, os gestores da Agricultura foram informados da existência de uma capacidade ociosa de beneficiamento de frutas cítricas. “Temos uma capacidade de moagem de 200 mil toneladas/ano, mas, infelizmente, hoje nós estamos com 50% desta capacidade por falta de frutas. Por isso, acho de fundamental importância essa visita para unirmos indústria, secretarias dos estados e o produtor. Podemos transformar a região em um grande cinturão de produção citrícola”, destacou o coordenador de compras da Maratá, Jorge Alves. Ele informou ainda que em 2019, a empresa produziu cerca de 110 toneladas de suco concentrado, sendo que 90% foi para exportação.

Pecuária leiteira
Em Nossa Senhora da Glória, as equipes técnicas conheceram a criação intensiva de rebanhos de ovinos e bovinos, como também o beneficiamento do leite. O secretário municipal da Agricultura de Glória, Djalci Aragão, apresentou dados que revelam a força da cadeia produtiva leiteira. “Com o preço médio de R$ 2,00 o litro de leite para o produtor e um volume de leite que chega a 1 milhão de litros/dia nas agroindústrias, a movimentação financeira chega a R$ 60 milhões/mês”, revelou.

O gestor da Agricultura em Sergipe, André Bomfim, destacou a importância do agronegócio para o setor econômico e avaliou que a presença da comitiva da Seagri Bahia é importante para uma ação integrada de abrangência regional. “A cada visita, se confirma a importância dos investimentos feitos por nossos empresários, criando um círculo virtuoso na geração de empregos diretos e indiretos e crescimento econômico da região. Nos colocamos à disposição dos produtores e empresários para ver de que forma a Seagri pode ajudar no fortalecimento do processo produtivo”. O secretário acrescentou que a receptividade dos empresários tem sido positiva, no sentido de firmar parcerias com o Estado.

Também na avaliação do secretário de Agricultura da Bahia, Lucas Teixeira, a missão em Sergipe foi extremamente produtiva. “Começarmos com a Embrapa, mostrando a aptidão agrícola que a gente tem, as novas pesquisas que vem surgindo para ajudar o nosso produtor que já vem crescendo em produção de milho, falando agora em soja e trigo aqui, nos tabuleiros costeiros, reunindo agora os três estados: Sergipe, Bahia e Alagoas. Eu tenho certeza de que vai ajudar muito a nossa produção agrícola, os nossos produtores, a nossa agroindústria. O que vimos na Maratá foi algo surpreendente, mostrando a grande parceria entre Bahia e Sergipe e se disponibilizando para reforçar a parceria. Em Glória conhecemos os ovinos e caprinos, e nos surpreendemos muito com a questão da genética e nutrição praticada aqui na região. Conhecemos também uma fazenda leiteira e vimos o alto nível tecnológico, sendo produzidos 140 mil litros de leite por dia, mostrando um produto de altíssima qualidade e o potencial local. Só vejo possibilidades de crescimento de nossa parceria. Essa união entre os três estados apresenta uma fronteira agrícola muito importante para o nosso país”, finaliza o secretário.

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