Por Suyene Correia
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Na noite do dia 31 de maio, oficialmente, acontece a “Festa da Virada” do Samba de Coco do Povoado da Ilha Grande, em São Cristóvão. Porém, no último sábado, à tarde, a comunidade esteve em festa por conta do lançamento do CD “Samba de Coco da Ilha” com muita música e dança. As mestras da cultura popular Madá e Adelaide entoaram as 14 faixas presentes no disco que foi gravado no Estúdio Ori, em Aracaju, com recursos do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras (PEAC), desenvolvido pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).
O produto fonográfico procura resgatar e valorizar os saberes tradicionais da comunidade da Ilha Grande através dos cânticos entoados pelos ancestrais sobre o amor, o alimento que se produz, o trabalho que se realiza em comunidade e o modo de vida que teima em resistir na defesa de seu território.
“A gente brincava de samba de coco desde criança. Nossos pais e nossos avós tocavam e a gente fazia rodas. De uns tempos para cá, essa tradição vinha acabando, mas com o CD voltamos a dançar. Tem sido bom demais voltar a viver o samba da gente”, comenta a mestra, pescadora e artesã, Madá.
Herdado da cultura indígena e com forte influência africana, o samba de coco pulsa vivo entre os povos e comunidades tradicionais do Estado de Sergipe. Caracterizado pela dança em roda e pelo uso de instrumentos de percussão como o tambor, a caceteira e a onça, o samba de coco traz para o centro da música e da dança as mestras da cultura popular e o poder da oralidade de manter acesa a chama da memória.
“Atualmente, a formação do Samba de Coco da Ilha varia de 15 a 17 componentes, sendo a maioria, mulheres. O CD foi doado pelo PEAC ao Samba de Coco, mas os participantes decidiram comercializar o disco e reverter a renda para a manutenção do grupo. Para quem quiser adquirir o CD “Samba de Coco da Ilha”, ele será comercializado ao preço de R$ 10, na Casa das Bonequeiras, no Centro Histórico de São Cristóvão”, diz a produtora do grupo, Rosângela Reis.
Crédito da Foto: Equipe de Educomunicação PEAC