Centro é responsável pela distribuição gratuita de medicamentos
Muitos cidadãos que precisam dos serviços oferecidos pelo Centro de Atendimento à Saúde de Sergipe (Case) reclamam da demora para a liberação dos remédios. Isso quando eles não estão em falta.
Na última semana, o CINFORM recebeu a denúncia de um leitor afirmando que muitos usuários vindos do interior acabam perdendo o transporte na volta para casa devido à demora no atendimento no Case.
“Eu, assim como os demais que vem do interior, dependemos do transporte público municipal para ir e voltar. Esse tipo de transporte tem hora para voltar, no máximo às 11 horas da manhã e é aí que está o problema. Muitos perdem o horário por causa da morosidade do Case e ficam à deriva em Aracaju, sem ter como voltar, pois, muitos não têm dinheiro para comprar uma passagem de volta e ficam dependendo da ajuda de terceiros para voltarem para suas casas”, reclama o leitor Marcelo Ferreira.
O pai de Marcelo é portador de uma incapacidade renal crônica a oito anos e depende dos remédios dados pelo Case, uma vez que eles são caros e a família não tem condições de comprar.
“Ele é portador de uma incapacidade renal crónica. Só tem oito por cento de atividade renal. Faz hemodiálise há 8 anos três vezes por semana. Ele toma um tipo de injeção que é um hormônio numa pequenina ampola que custa cerca de 400 reais. Se ele ficar 15 dias sem tomar, morre de ataque cardíaco”, comenta o filho que precisou largar o emprego para cuidar do pai.
DEMORA NO ATENDIMENTO
Durante a última semana a equipe do CINFORM foi até o Centro de Atendimento à Saúde de Sergipe (Case), no bairro Capucho, e ouviu muitos usuários reclamarem que, além da oscilação do sistema, alguns serviços demoram muito no Case.
“Eles colocaram mais gente para atender, mas de que adianta? Cheguei cedo para pegar a senha e estou esperando a quase duas horas para fazer a renovação da solicitação”, reclama um usuário que aguarda na fila.
Procurada pela equipe de reportagem a coordenação do Centro explicou que a renovação e abertura de cadastro demora porque todos os documentos precisam ser checados, mas que novos atendentes serão contratados para agilizar o serviço.
QUEDAS NO SISTEMA
Dependente do sistema nacional do Ministério da Saúde para a liberação dos medicamentos, servidores e usuários do Case sofrem com as oscilações e quedas do sistema chamado Hórus.
No início da última semana, os servidores não conseguiam nem mesmo fazer login no sistema, e, com o sistema inoperante, não havia a possibilidade de entrega dos medicamentos. “O estado pode perder dispensações pela não visualização do cadastro do usuário e precisar pagar a contrapartida”, explicou a Secretaria de Estado da Saúde (SES).
“Todos os dias estamos informando os usuários da lentidão do sistema e pedindo compreensão, mas fazendo de tudo para que sejam atendidos até o horário final de expediente dos servidores. Após o meio-dia ele melhora um pouco, e até às 16h vamos tentar fazer essas dispensações”, comenta a farmacêutica do Case, Tais Andreza Costa Dantas.
Em nota enviada ao CINFORM, a Secretaria de Estado da Saúde informou que registrou via e-mail a reclamação pelas quedas e oscilações do Sistema Hórus junto ao Ministério da Saúde. E que pretendem melhorar o atendimento no Case, colocando pessoas mais próximas dos usuários, para tirar dúvidas e dar atenção.