Cê vai dando passos em direção a Budega do Jorjão é já vai recebendo a suavidade em formato de música, a coluna já vai amolecendo: Cartola, Beth Carvalho, Demônios da Garoa… até que Arlindo vem nos receber. Não o Cruz. O Arlindo garçom. Chapeuzinho Panamá, estilo bamba, e muito solicito.
A Budega tem um varandão típico de quem vai encostar ali na sexta pra almoçar com os amigos e vai engrenar no happy hour. TV passando jogo, ladrilhos nas paredes… peraí que chegou um SMS: ‘foque na comida, tá bom de papo’. Interatividade com o leitor é tão mágico.
À comida então! Um bom petisco pra servir como entrada. Daqui da mesa da pra ver uma bela coifa e uma cozinha bem estruturada. Frango a passarinho, isca de frango… barquinha de siri, catado de caranguejo… vamos ver, vamos ver… caldeirada de camarão… coxin. Ei, coxinha de aratu! É ela. Acompanha a pimenta ‘Chora, negão!’, que um bom baiano vai tomar de canudo. Só o nome assusta. A coxinha é muito gostosa. Crocantezinha e com aratus suculentamente acomodados em seu interior.
Arlindo, venha sambando com uma sugestão: ‘rapaz, tem galinha ao molho par’… é essa! Lembrar meus bons tempos d’O Tropeiro, homi. Traga. Ela acompanha feijão tropeiro (acho que combina mais com feijão em calda, mas tá valendo), macarrão de caminhoneiro, arroz e farofinha de manteiga. É só bater o concreto, fazer a laje e começar a construção do prato. Vem moela, vem pescoço, vem muita carne e um caldo muito bem preparado pra quem até quem não sabe o que é molho pardo se escaldar. Ah, a galinha é de capoeira.
E o Jorjão? Tá lá de olho em tudo. Gente boa todo.
SERVIÇO
Onde: Naquela rua em frente ao New Hakatta. R. Ver. João Calazans – 13 de Julho, Aracaju
Quanto: coxinha de aratu, R$ 10/3 und.;
Coisa boa: não tem wifi
Coisa ruim: uma budega que se preze precisa ter uma cachaça com uma cobra dentro
Funcionamento: qua-qui, a partir das 17h; sex-dom, a partir das 11h.
Estacionamento: aí depende. Se for de taxi, não precisa. Se for de moto, é de boa.