Tamanho do imóvel não importa para os estudantes. Cresce a
procura por casas em vilas nos bairros vizinhos a universidades
Morar perto da universidade, evitar depender de transporte público e pagar pouco é o que muitos universitários buscam na hora de alugar a moradia durante seu período acadêmico. Esse nicho é o que tem aquecido o mercado alugueis de imóveis populares perto das universidades da grande Aracaju. Um dos bairros mais procurados é Rosa Elze em São Cristovão, onde está localizada a Universidade Federal de Sergipe. Basta dar uma volta pelas ruas na região da UFS que é possível encontrar anúncios nas fachadas de casas e prédios onde estão as quitinetes, que são apartamentos de um quarto, com preços que vão de R$ 250 a R$ 700 reais. Esses imóveis são uma alternativa para quem vem de outras cidades para estudar aqui.
Quando a estudante Ellen Alencar se mudou para Sergipe, por não conhecer a Aracaju, resolveu procurar um imóvel para alugar perto da universidade e encontrou dificuldades em achar um apartamento. “Quando pesquisei um lugar por aqui até bateu um desespero porque não tem apartamento na região, mas achei a quitinete próximo a UFS, o que foi bom porque eu não precisaria andar de ônibus”, comentou a estudante que viu no pequeno imóvel vantagens como por exemplo, os móveis que já estavam incluídos na quitinete. “A moradia já vinha mobiliada, poucos móveis, mas o necessário para quem está indo morar sozinha pela primeira vez”, destacou.
Corina Porto pesquisou bastante antes de alugar a quitinete e o “boca a boca” a levou até o imóvel onde está residindo, que possui alguns benefícios. “A vantagem de morar em uma quitinete, além de ser próxima a universidade é a é um lugar pequeno, fácil de cuidar e fazer limpeza. Para quem mora sozinho o tamanho é ideal para uma pessoa morar. São dois cômodos e uma área de serviço”, disse a estudante.
Dona de 24 quitinetes divididos em três vilas na região, Neide Nascimento, começou a investir nesse tipo de imóveis a oito anos, observando a necessidade dos estudantes que vinham do interior. Neide explica que não registra o aluguel em cartório, apenas faz um contrato simples, pois geralmente quem assume a responsabilidade são os pais ou avós dos estudantes. “Eu solicito alguns documentos para o contrato e busco facilitar o processo para alugar”, explica.
Nas vilas no qual Neide é proprietária há regras que devem ser respeitadas e os estudantes têm de cumprir. “Nas normas que impomos o morador não pode fazer barulho, promover festa, criar animais como gato e cachorro e tem a obrigação de prezar pela limpeza do ambiente. O silêncio nas nossas casas é sagrado. Quando eu alugo mando assinar um termo e o estudante fica ciente das regras para não alegar o desconhecimento. Se alguém se recusa a cumprir solicito que o estudante desocupe o imóvel”, informou a proprietária.
Regra que a estudante Corina Porto, que mora em uma das vilas de Neide, viu como vantagem na hora de alugar. “A vantagem da vila que moro é que a proprietária avisa que nas dez quitinetes só aceita estudantes, logo eu não vou correr o risco de ter vizinhos com criança chorando, gente criando cachorro ou fazendo barulho. O bom para quem estuda é não ter vizinhos que fazem muita farra e tiram a nossa concentração”, comentou a estudante de engenharia.
Desvantagens
Apesar das vantagens em imóveis como este, a estudante Ellen Alencar comenta que não há apenas beneficios em morar em uma quitinete. “A segurança deixa a desejar, já que não há porteiro que controla quem entra e quem sai. Cada um tem sua chave. E por ser muito pequeno há algumas coisas mal projetadas, como paredes tortas e falta espaço para estender roupa, por exemplo, o que dificulta no dia a dia”, destacou.
Já Corina critica a falta de estrutura no bairro, que não há supermercados grandes e há uma carência de segurança. “A escolha do bairro é simplesmente devido a proximidade com a UFS, fora isso não agrega mais nada, já que é um bairro perigoso e possui apenas algumas mercearias”, citou.
Outros imóveis
Alguns estudantes preferem alugar uma casa para dividir, como foi a iniciativa de Pedro Ursulino, que divide as despesas com uma amiga. “Eu preferi morar no Rosa Elze pelo aproveitamento do tempo. Antes morava no augusto franco e gastava muito tempo e dinheiro com a locomoção para chegar na Universidade Federal. O tempo que passava no ônibus eu poderia estar estudando e descansando. O custo no Rosa Elze, em São Cristóvão é bem mais acessível do que morar em Aracaju. Além da comunidade de estudantes aqui, na qual faço parte, posso contar com várias pessoas amigas que moram na região”, acentuou o estudante.
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