
Na última semana, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgaram o Caderno de Gás Natural do Plano Decenal de Expansão de Energia 2035 (PDE 2035). O documento projeta um avanço significativo na produção nacional de gás, impulsionado sobretudo pelo pré-sal e por novas iniciativas com processamento offshore, como o Sergipe Águas Profundas (Seap).
Considerado um dos empreendimentos mais aguardados do setor energético brasileiro e apontado como transformador para a economia de Sergipe, o Seap vem sendo acompanhado de perto pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec). O gestor da Sedetec, Valmor Barbosa, afirma que o Estado vem concentrando esforços para atrair indústrias que utilizem o gás do Seap. “A chegada dos royalties e o escoamento do gás abrirão oportunidades para a instalação de novas plantas industriais e outros empreendimentos intensivos em consumo energético, como a possível geração termelétrica para atender a um data center, por exemplo”, destaca.
O projeto, cujo prazo de início das operações foi recentemente confirmado pela Petrobras para 2030, deve contribuir para o balanço superavitário de gás natural no país. Segundo o estudo do PDE, a produção líquida de gás natural deve crescer 95% e a oferta potencial cerca de 85% até 2035. Nesse contexto, figura o Seap, estruturado em dois módulos operacionais na Bacia Sergipe-Alagoas e com capacidade de processar 120 mil barris de petróleo por dia e até 12 milhões de metros cúbicos de gás diariamente. O projeto contempla ainda a implantação de um gasoduto com capacidade de escoar até 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia, ampliando significativamente a infraestrutura de transporte e a oferta energética nacional. A manutenção do prazo de início das operações do Sergipe Águas Profundas foi reforçado pela Petrobras durante a apresentação oficial de seu Plano de Negócios 2026–2030.
No planejamento da estatal, o gasoduto de Sergipe é visto como a conexão que levará uma nova fonte de gás natural ao Nordeste e a outras regiões do país, fortalecendo a concorrência no mercado e reduzindo a dependência de GNL e de importações. Parte do gás produzido no Seap deverá atender usinas termelétricas, unidades de fertilizantes e indústrias de alto consumo energético, enquanto outra parcela deve ampliar a oferta no mercado por meio de contratos firmes ou sazonais, dando à estatal mais flexibilidade comercial. A companhia também avalia que o gasoduto pode estimular novos investimentos privados em infraestrutura.
Andamento do projeto
No fim de novembro, a Petrobras validou a proposta técnica da holandesa SBM Offshore para construir e operar os dois navios-plataforma (FPSOs), que serão responsáveis pela produção de petróleo e gás nos módulos Seap I e Seap II. A companhia apresentou a proposta mais competitiva, destacando-se em relação às proponentes Shapoorji (Índia) e Modec (Japão). Todo o andamento do projeto Seap segue sendo monitorado de perto pelo Governo de Sergipe, que mantém articulação constante para assegurar seu progresso.
Fonte, Secom – Estado.
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