Muitos ao pensar em moda já imaginam o glamour dos holofotes da passarela, modelos impecáveis apresentando a coleção de algum estilista, que ao final do desfile, será recebido aos aplausos, mas o que muitos não imaginam que até esse momento muitos profissionais estão por trás. A carreira de moda abrange diversas áreas e exige esforço e muito trabalho.
A coordenadora do curso de Design de Moda da Universidade Tiradentes, Bruna Marques, explica que a grade curricular precisou ser alterada para atender melhor o mercado Sergipano.
“Quando o curso surgiu, há três anos e meio atrás, a gente estruturou focado no designer do produto em si e as áreas como negócio de moda, consultoria eram pouco abordadas. Então a primeira turma saiu e teve dificuldade de se inserir no mercado de trabalho, foi quando remodelamos a grade do curso e focamos em dois parâmetros, o negocio de moda e a questão do designer de moda, do produto mesmo”, comenta.
Bruna destaca que o leque de profissões na área de moda permite a inserção de novos profissionais no mercado de trabalho em Sergipe. “É possível ver um crescimento positivo nos alunos, aqueles que não já tinham suas empresas estão inseridos no mercado. Cerca de 30% dos alunos formados estão em outra área, algumas viraram mães e esfriaram na área. O perfil do aluno de moda agrega sempre uma segunda graduação, então a pessoa já sabe o que quer, que gostam mesmo e estão para sugar dos professores”, conta.
A coordenadora de moda conta um pouco sobre como a área abrange diversos tipos de profissionais. “Partindo do principio dos dois grandes segmentos a gente começa com a área de modelagem, tem a computadorizada, a manual, tem a parte de produção, que vem controle de qualidade, encaminhar a produção, desenvolver fichas técnicas, produto, tem a criação, que é o estilista. Aqui em Sergipe, inclusive está absorvendo professor na área de moda. E quando você vai para área de negócio eu tenho aluno de visual merchandiser, gestor de loja de noivas, vitrinismo, agências de publicidade para montar looks, tem gente trabalhando com blog”, explica.
Mix da moda
Em meio a tantas áreas é possível se identificar com uma ou mais de uma, o negócio de moda permite uma independência de ter o próprio negócio, com muito trabalho como a profissional da moda, Tainá Castro, destaca.
“A área de moda é super abrangente e é possível seguir por diversos caminhos como profissão, o importante é aproveitar as oportunidades de um mercado em construção como o nosso aqui em Sergipe. Tenho pouco mais de um ano de formação em Design de Moda e, no momento, trabalho com Estilismo e com Produção de Moda para criação de conteúdo digital de clientes cujas mídias sociais faço o gerenciamento”.
Tainá explica um pouco do dia a dia. “O trabalho de desenvolvimento de produto é mais específico, pois gira em torno da data de lançamento planejada de uma coleção ou produto. Antes de criar, é preciso ter uma pesquisa de mercado e tendências, assim como um planejamento do mix de produtos a serem lançados. Após essa fase, é a hora de desenhar as peças, manual ou digitalmente. Já o trabalho de Produção de Moda que faço depende do planejamento do conteúdo a ser divulgado, assim como da identidade da marca, e costuma não ter uma rotina específica. No geral, é preciso pensar no produto e no objetivo do cliente com o material a ser produzido para definir o que será feito, que roupa ou acessório serão usados em que momento e lugar, etc. E, no dia da produção, ter tudo isso em mente para garantir que o resultado seja como o esperado”, destaca.
Começo
Até a peça chegar à arara para venda há diversos processos que começam com a parte técnica da moda. A modista, Raisa Freitas, viu na área uma escassez de profissionais em Sergipe, hoje produz toda a parte técnica de um produto de moda para empresas.
“Eu trabalho desenvolvendo a parte técnica de algumas empresas que trabalham com moda autoral, elas fazem a parte de pesquisa de tendência, me enviam os modelos e através de fotos e desenhos eu desenvolvo a modelagem das peças, com a gradação de tamanho P, M G, e faço as fichas técnicas, que é uma ficha que vai constando tudo que tem na peça, o processo produtivo, o consumo, quais os aviamentos que vão ter naquela peça”, explica.
Raisa conta como escolheu a área. “Depois que eu me formei eu vi um campo que não tinha muita atuação, porque as maiorias das pessoas que formam em moda querem trabalhar com a área criativa e não com a parte técnica. Então eu vi um campo promissor, eu ofereço aquilo que basicamente as pessoas que formaram comigo não querem fazer”.
Imagem
Um dos principais vieses na moda é a imagem, seja as fotos da coleção que tem a função de demonstrar o produto, seja na captura de momentos na apresentação das coleções no desfile. Juliana Satin encontrou na área o seu meio de empreender na moda.
“Eu sempre soube que queria ser empreendedora de moda, mas não sabia bem em qual área atuar e o que eu gostaria realmente de fazer. Iniciei o curso de design de moda e no decorrer dele percebi que tinha muito mais trabalhos fotográficos do que em qualquer outra área. Já tinha uma câmera profissional antes de iniciar o curso porque naquele tempo eu tinha muita vontade de criar uma marca, e para cortar custos eu mesma iria fotografar as peças. Depois de alguns meses eu tranquei o curso e comecei a estudar a fundo fotografia”, explica Juliana.
A fotografa conta mais sobre sua função. “Ser fotógrafa de moda é trabalhar com criação, criando conceitos, momentos e imagens. Além de registrar, também coordeno a linha editorial do projeto, discutindo idéias e interferindo em todas as áreas do trabalho”.