A Praça Alda Teixeira, zona Sul da cidade, era movimentada pela quantidade de food trucks que ficavam ali aos finais de semana, mas hoje, vive em um triste abandono

A praça Alda Teixeira, localizada no bairro Jardins, zona sul da capital, era conhecida e movimentada devido à grande quantidade de food trucks que ali ficavam de quinta-feira a domingo. Porém, desde que o rodízio de caminhões foi implementado pela Prefeitura de Aracaju e, consequente dispersão dos vários comerciantes que ali ficavam, o que se vê hoje é uma praça vazia, largada ao bel prazer das pouquíssimas pessoas que ainda frequentam o local – às vezes para atos ilegais.

Antes, já no início da tarde os comerciantes começavam a chegar para prepararem a praça e seus food trucks para receberem as várias pessoas que tinham a oportunidade de provar comidas dos mais diversos tipos e países, caminhar com seus cães, além de curtirem os brinquedos para as crianças. Nossa equipe de reportagem foi até a praça em um dia e horário em que ela normalmente estaria cheia: sábado à noite.

Jader Sales comercializava na praça Alda Teixeira

Ao chegar lá, o local estava praticamente vazio. Apenas alguns jovens conversavam em um dos quiosques da praça. Nem mesmo os moradores dos prédios vizinhos ali estavam passeando com seus cães, como sempre estavam nos tempos áureos da praça. Jader Sales era um dos que comercializavam alimentos na praça. Ele conta que como os food trucks começavam a chegar no início da tarde, usuários de drogas se sentiam intimidados e acabavam deixando o local.

“Começamos a comercializar na Alda Teixeira em novembro do ano passado, e  pegamos o final do grande movimento. Mas ainda assim, era muito bom. Quando o sistema de rodízio começou e dois ou três food trucks ficavam na praça, nós e os frequentadores nos sentíamos inseguros porque a gente dividia a praça com drogados. Antes, quando os carros começam a chegar no início da tarde, essas pessoas ficavam intimidadas e não ficavam lá. Hoje em dia os moradores nem usam a praça para passear com seus cachorros”, lembra.

FALTA DE POLICIAMENTO NA ALDA TEIXEIRA

Uma das atribuições da Guarda Municipal de Aracaju é fazer o policiamento nos espaços públicos municipais, como a Praça Alda Teixeira. Quando a nossa equipe foi até o local não havia nenhuma viatura fazendo ronda pelo local.

Segundo a assessoria de comunicação da GMA, não havia nos relatórios da Guarda nenhuma denúncia do uso ou comércio de drogas na localidade. O que dificulta a atuação dos guardas que fazem ronda pela cidade. “Atendemos todos os espaços públicos, porém as prioridades são baseadas em estatísticas, tanto da mancha criminal quanto de denúncias”, comenta.

A assessoria da Guarda informou ainda que, diante das denúncias recebidas pela nossa equipe, as informações seriam repassadas para o setor de estatística e operacional para avaliar in loco a situação da praça.

“É importante que as pessoas denunciem as condutas ilícitas e criminosas a fim de que possamos desprender nossos esforços nas regiões e locais mais necessários. As pessoas podem denunciar através do telefone 153 (ligação gratuita) ou pelo WhatsApp 98166-7790”, informa a GMA.

A praça ficava movimentada durante todo o final de semana por causa dos food trucks (Foto: Julia Freitas)

RODÍZIO DE FOOD TRUCKS

No início de abril deste ano, a Prefeitura de Aracaju, através da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), implementou um sistema de rodízio para o comércio de food truck na capital. Segundo a prefeitura, o objetivo da fiscalização e rodízio dos food trucks nas ruas e praças da cidade era “promover segurança e organização do comércio de alimentos na capital”.

Mas o que aconteceu foi a dispersão dos comerciantes, que, para fugirem do sistema de rodízio, por trabalharem também com entregas, procuraram terrenos para a criação de food parks, mudaram para outras praças ou acabaram fechando.

“A Alda Teixeira era uma praça que tinha como ponto de referência dos aracajuanos, girava muito dinheiro lá. Reconheço que deveria ser organizado sim, mas não da forma que o governo fez. Depois que eles implementaram esse sistema, cerca de 15 food trucks fecharam e os que continuaram demitiram 80% dos funcionários ”, comenta Jader.

Ele, que agora comercializa cachorro-quente artesanal no Parque da Sementeira, comenta que precisa pagar uma taxa mensal de R$ 270 à Prefeitura. “Agora eles nos cobram uma taxa 270 reais para usarmos o espaço da Sementeira, sendo que eles mesmos não fazem nada pelo espaço. É tudo a gente”, comenta.

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