Por Suyene Correia/suyenecorreia@cinformonline.com.br

Ontem, no Teatro Dolby, em Los Angeles, aconteceu a 91a Cerimônia de Entrega do Oscar. A festa, que este ano não contou com um mestre de cerimônias, parecia que iria ser mais rápida na distribuição dos prêmios, mas no final das contas, foram quase três horas para anunciar “Green Book: O Guia” de Peter Farrelly como o Melhor Filme do Oscar 2019.

Além desse prêmio, o drama que conta a relação de amizade entre um pianista negro e seu motorista racista, nos efervescentes anos de 1960, nos Estados Unidos, foi contemplado com a estatueta dourada nas categorias Ator Coadjuvante ( Mahershala Ali) e Roteiro Original (Peter Farrelly, Nick Vallelonga e Bryan Hayes Curry).

Eram prêmios quase certos para esse filme que ganhou força na competição, nas últimas semanas , mas o prêmio principal veio como surpresa, já que muitos não acreditavam que Peter Farrelly (mesmo diretor de Debi & Lóide- Dois Idiotas em Apuros” e “Quem Vai Ficar Com Mary ?”) pudesse, um dia, vencer o prêmio máximo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Havia uma expectativa muito grande para que “Roma” de Alfonso Cuarón fosse escolhido como o melhor da noite, mas sua vitória na categoria de Filme Estrangeiro, denotava que, dificilmente, venceria o prêmio mais cobiçado da competição. Os acadêmicos não iriam ousar tanto, em premiar a produção mexicana da NETFLIX, duas vezes como Melhor Filme. Então, preferiram manter o prêmio de Melhor Direção e Melhor Fotografia para Alfonso Cuarón e abrir a possibilidade para os outros sete concorrentes.

Com “Vice” de Adam McKay levando, para casa, apenas a estatueta de Melhor Maquiagem ( Greg Cannom, Kate Biscoe e Patricia Dehaney)- uma espécie de prêmio de consolação- , “A Favorita” saindo vitoriosa com Olivia Colman (Melhor Atriz) e “Infiltrado na Klan” de Spike Lee, vencedor na categoria Melhor Roteiro Adaptado (Spike Lee, David Rabinowitz, Charlie Wachtel e Kevin Willmot), ficaram num páreo mais acirrado, “Pantera Negra” de Ryan Coogler por ter ganho, logo no início da festa, o Oscar de Melhor Figurino (Ruth E. Carter), Melhor Direção de Arte (Hannah Beachler e Jay Hart) e Melhor Trilha Sonora (Ludwig Göransson) e “Bohemian Rhapsody” que foi contemplado com quatro prêmios: Melhor Montagem (John Ottman), Melhor Edição de Som (Nina Hartstone e John Warhurst), Melhor Mixagem de Som (Paul Massey, Tim Cavagin e John Casali) e Melhor Ator (Rami Malek).

Mas ao final, “Green Book: O Guia” prevaleceu e, por mais que a noite tenha aberto espaço para os negros (entre artistas que apresentaram os prêmios e vencedores), as mulheres (15 mulheres vencedoras em categorias) e os mexicanos, um filme com perfil de sessão da tarde desbancou produções mais contundentes como “Infiltrado na Klan” e “Roma”.

Nas categorias de Melhor Animação e Animação em Curta-metragem venceram, respectivamente, os favoritos “Homem-Aranha: no Aranhaverso” e “Bao” de Domee Shi e Becky Neiman. A força da Pixar, no segundo caso, não deu chance para a delicadeza da animação irlandesa “Late Afternoon”. Na categoria Melhor Documentário de Curta-metragem, mais uma produção da NETFLIX, “Absorvendo o Tabu” saiu como vencedora. Um dos prêmios mais merecidos da noite, diga-se, sobre o tabu da menstruação na Índia.

Já o vencedor na categoria Documentário em Longa-metragem foi “Free Solo” sobre o trabalho do alpinista Alex Honnold em sua missão de escalar uma montanha de 910 metros- El Capitán-, sem equipamento de segurança. O Melhor Curta-metragem de Ficção foi “Skin” sobre a vida de um skinhead, contrariando o favoritismo de “Marguerite”, um drama delicado de teor lésbico.

Restou a Lady Gaga, cuja idolatria dos fãs aumentou, consideravelmente, por conta de seu protagonismo em “Nasce Uma Estrela” de Bradley Cooper, contentar-se com o prêmio de Melhor Canção (‘Shallow’).

Talvez, um dos filmes mais injustiçados desse ano, tenha sido “Se a Rua Beale Falasse” de Barry Jenkins. Poderia, perfeitamente, ter concorrido a Melhor Filme, mas só conseguiu emplacar três indicações- Melhor Trilha Sonora, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Atriz Coadjuvante- vencendo nesta última, com a atriz Regina King.

Restou à super produção de Damien Chazelle, “O Primeiro Homem” com Ryan Gosling e Claire Foy contentar-se com o prêmio de Melhores Efeitos Visuais.

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