Registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apenas em 2015, o Partido Novo se coloca como algo diferente dos partidos de esquerda e de direita que existiam na política brasileira até então. Com uma proposta neoliberal, o partido se recusa a utilizar o fundo partidário e propõe que o Estado interfira menos na vida dos brasileiros.

Um dos valores do Partido Novo é acreditar que o indivíduo é um agente de mudanças. Para eles, através da sua atuação e voto consciente, o indivíduo tem o poder de realizar as mudanças e reformas necessárias para um país melhor.

“A gente precisa entender que o nosso voto é muito importante para a mudança. Nós precisamos entender que existe a culpa pela ação e pela omissão, e nós brasileiros temos uma culpa muito grande pela nossa omissão. Nós não podemos ficar mais só nas redes sociais reclamando e nada fazendo, porque isso não vai resolver o problema”, comenta Adriana Mallezan.

Muitos dos 20 mil filiados ao partido em todo o país são egressos dos movimentos sociais que foram às ruas brasileiras em 2015 pedindo o fim da corrupção. Pessoas que entenderam que a única forma de tentar mudar o país seria entrar de fato na política para tentar mudar o que é feito, ao invés de apenas criticar.

“Nós não precisamos da política. Graças a Deus a nossa vida está tranquila, mas nós resolvemos assumir a nossa responsabilidade como cidadãos porque nós temos filhos. Então é por eles, é pelas próximas gerações… Para ver se conseguimos deixar uma semente que melhore o país para eles”, comenta Aurélio Barreto.

Para os membros do partido, a máquina administrativa do governo deveria ser mais enxuta, os gastos e a carga tributária menores, que o Estado seja um parceiro e não um sócio da sociedade. E é com esse discurso que eles esperam que mais pessoas que juntem ao partido, seja como filiado ou voluntário.

“O que nos une é o desejo de mudar a situação do nosso país. Nós estamos cansados de pagar tantos impostos e não ter retorno. Nós pagamos o IPVA e as ruas são esburacadas. Pagamos o IPTU e a taxa de esgoto, mas a fossa passa na nossa porta. O que nós queremos é um estado eficiente. Dinheiro o país tem, mas está sendo mal aplicado e roubado”, afirma Francinaldo Rodrigues, secretário de assuntos legais e finanças do partido em Sergipe.

Por acreditarem que o dinheiro do fundo partidário deveria ser utilizado em outras áreas, como a saúde e a educação, o partido estuda uma forma devolver essa verba para o Tesouro Nacional. Colocando aplicando o discurso na prática, eles utilizam um escritório compartilhado como sede do diretório estadual para reduzir os gastos, uma vez que a única verba utilizada vem das doações dos seus filiados.

ELEIÇÕES DE 2018

Para ser candidato a qualquer cargo nas eleições, o filiado ao partido passa por uma seleção que envolve até mesmo provas de compatibilidade com os valores e propostas do Novo para só então ser confirmado como candidato a qualquer cargo político.

Em Sergipe, dois participantes do processo seletivo foram aprovados para a 4ª e última etapa da seleção. A advogada tributarista Adriana Mallezan e o analista de sistemas Aurélio Barreto fazem agora uma capacitação para o cargo de deputado federal, mas somente após a prova final e elaboração de um projeto de lei, poderão ser candidatos oficialmente pelo partido.

“O que o Novo busca com esse processo seletivo é a meritocracia. Saber se tem uma pessoa que vai realmente levar os ideais do partido e que tenham a capacidade de exercer aquele mandato. Não ser simplesmente um puxador de votos, como a gente vê nos demais partidos”, comenta Adriana.

Por ter apenas quatro vereadores eleitos em todo o país, o Partido Novo não terá direito ao tempo do horário no rádio e na TV. Para conseguir atingir o seu público e apresentar os seus ideais, os candidatos do partido apostam no poder das redes sociais, como o Facebook e o Instagram.

“Nós acreditamos que a campanha para as próximas eleições será feita basicamente nas redes sociais. E, principalmente, como o Novo não tem os recursos como os demais partidos, nossa ferramenta principal terá que ser as redes sociais”, explica Adriana.

“As redes sociais são realmente o nosso forte. Nós somos o partido em primeiro lugar no Facebook e o 3º no Twitter. Então nós iremos apostar muito nisso. E como nós não teremos tempo de televisão, o nosso foco é atingir o nosso público através das redes sociais”, acrescenta Aurélio.

O Partido Novo ainda não definiu se terá uma chapa completa para as eleições deste ano em Sergipe, mas já adianta que, caso não tenha, não apoiarão nenhum candidato de fora do partido.

MULHER NA POLÍTICA

Para Adriana Mallezan, uma das coisas que afastam as mulheres da política é a carga horária de trabalho excessiva, dentro e fora de casa. Mas também o fato de que muitos partidos políticos não dão voz a elas.

“Alguns partidos políticos não dão tanta voz as mulheres. Eles simplesmente colocam algumas para atingir a cota de 30%, mas não investem na imagem de uma mulher para que ela seja eleita e represente as demais mulheres. Mas aqui no Novo não tem essa diferenciação. As mulheres são muito bem-vindas e nós precisamos delas ”, comenta.

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