Hoje, as mulheres mostram que podem
empreender nas mais diferentes áreas

Dados extraídos da pesquisa “Quem são elas?”, da Rede Mulher Empreendedora (2016)

Há anos as mulheres vêm ganhando – com muita luta e esforço – espaço no mercado de trabalho. Nas mais diferentes áreas, do setor de serviços ao de tecnologia, antes dominado pelos homens. Mas, muitas mulheres têm um objetivo diferente. Além de trabalharem, elas querem empreender, serem donas de seus próprios negócios.

Segundo o levantamento mundial Global Entrepreneurship Monitor 2017, que no Brasil é realizado em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), mais de metade dos novos negócios abertos em 2016 foi fundada por mulheres. Naquele ano, a porcentagem foi de 48,5% para homens e 51,5 % para mulheres.

Aqui em Sergipe essa realidade não é tão diferente. Várias mulheres e suas empresas vêm ganhando espaço no mercado sergipano, como é o caso de Márcia Cruz. Quando tinha apenas 26 anos, a empresária fundou uma empresa de serviço de locação de outdoor. Ela lembra que o começo foi muito difícil porque, além de não ter muito conhecimento sobre o segmento, ela concorria com grandes empresas já consolidadas e experientes.

Márcia Cruz, empresária e publicitária

“Eu concorria com empresas consolidadas e experientes, sendo que eu não tinha conhecimento algum a respeito daquele segmento. A facilidade que eu tinha era a habilidade em vender os anúncios, daí, com a demanda a gente partia para a operacionalização. Uma solução que eu encontrei na época foi contratar um ex-funcionário experiente da concorrência para executar os serviços”, lembra.

Trabalhando com locação de outdoors, Márcia percebeu um novo caminho para empreender. Muitos de seus clientes a procuravam para anunciar pagando com permutas, ou seja, em troca de algum serviço ao invés de dinheiro. A startup PermutBank foi o primeiro banco de permutas criado no Brasil e hoje possui mais de 200 associados e, segundo sua fundadora, já movimentou mais de R$ 1 milhão de reais dentro da plataforma.

“Quando surgiam produtos ou serviços que não me interessavam, eu não perdia a oportunidade de fechar negócios. Então eu guardava as cartas de créditos e depois procurava negociar com empresas que comercializavam a matéria-prima das quais eu necessitava. Assim percebi que se existisse uma empresa que gerisse essas trocas, poderia solucionar o problema de diversas empresas”, comenta.

SEM FUGIR DO DESTINO

Em sua cidade natal (Nossa Senhora Aparecida/SE), sua mãe sempre fez muitos doces, mas Raiane Pereira não queria seguir esse caminho. Mas, depois de trabalhar em três restaurantes de Aracaju, ela recebeu a proposta para assumir a confeitaria de uma famosa delicatessen da cidade, onde ficou por quase quatro anos.

“Enquanto eu trabalhava lá, eu fazia brownies em casa sem muita pretensão. Apenas para ganhar um dinheiro extra. Eu comecei vendendo para amigos por encomenda. Foi algo bem despretensioso, mas que aos poucos foi ficando séria”, lembra.

Há dois anos, Raiane decidiu sair do emprego na delicatessen e investir na sua própria confeitaria. Segundo ela, no início as vendas eram feitas apenas por encomenda, até que, de tanto os clientes pedirem, ela teve a ideia de colocar uma barraquinha na Praça Alda Teixeira, que na época tinha um grande fluxo de pessoas por causa dos food trucks, e depois próximo a uma universidade no bairro Farolândia.

Dados extraídos da pesquisa “Quem são elas?”, da Rede Mulher Empreendedora (2016)

“A nossa barraquinha ficava toda quinta-feira próxima à universidade, e de sexta a domingo na Praça Alda Teixeira. Quando a prefeitura decidiu fazer o rodízio dos food trucks pela cidade, a praça perdeu movimento. Foi aí que tivemos a ideia de abrir um cantinho onde as pessoas podiam retirar as encomendas, comprar produtos de pronta entrega lá ou pelo delivery, e durante toda a semana”, comenta.

Hoje, além da sua loja física, Raiane fornece produtos para oito estabelecimentos que atendem os mais variados públicos e, para conseguir atender à demanda, ela já conta com três funcionários fixos que atuam na produção e entrega.

“Eu tenho plena consciência de que a gente cresceu muito nesses dois anos. Quando eu paro para olhar… eu cheguei muito mais longe do que eu um dia imaginei que iria chegar”, comemora.

DE FUNCIONÁRIA A EMPRESÁRIA

Kelly Sandes, empresária do ramo de calçados

Kelly Sandes sempre teve o desejo de inovar, investir em algo lucrativo e gerar empregos. No ramo de calçados desde 2013, quando passou a administrar uma loja, ela batalhou até se tornar dona da sua própria loja de calçados, já no ano seguinte.

A empresária conta que ao longo do tempo precisou se reinventar devido à queda de vendas que o mercado sofreu nos últimos anos, e, para isso, as redes sociais foram suas principais aliadas.

“Com a queda no comércio, vimos a necessidade de nos reinventarmos, através das mídias sociais, e nos adaptarmos ao mundo virtual, interagindo mais com os clientes e proporcionando uma maior comodidade em suas compras e fidelidade à nossa loja. Acredito que essa interação com nossos clientes através do meio virtual, conseguiu, de certa forma, amenizar essa queda, levando nosso produto até o cliente, despertando, assim, o interesse de vir até nossa loja”, comenta.

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