O Ministério Público de Minas Gerais retirou a mineradora Vale do processo de cadastramento das famílias atingidas pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG). Até a decisão do MP/MG, o cadastramento estava sendo realizado pela empresa Sinergia, associada à Vale.
A decisão é resultado de esforços do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) junto ao Ministério Público de Minas Gerais, à Defensoria Pública da União e de Minas Gerais e outras instituições do Gabinete de Crise. Para o MAB, se o levantamento for realizado por instituições públicas, que não possuam vínculo com a Vale, é maior a chance de que os direitos das vítimas do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão sejam respeitados.
Receio
Na listagem feita, até então pela Sinergia, além dos atingidos, eram solicitadas informações sobre os bens e perdas materiais após o rompimento da barragem, na última sexta-feira.
“Imagina realizar cadastros em situação de extremo desespero. As famílias não são capazes de identificar realmente quais foram os danos e perdas, porque nesse primeiro momento ainda é impossível dimensionar. Então, atuamos junto do Ministério Público, da Defensoria Pública do Estado e da União para impedir que a Vale continue centralizando as informações, o banco de dados dos cadastros, inclusive possibilitando a omissão de informações”, explica Pablo Dias, que integra a coordenação do MAB.
A partir de agora, será feito um levantamento emergencial das famílias que foram afetadas, sem mensurar perdas e danos materiais. A coleta destas informações será realizada por uma instituição pública, que ainda será definida e que produzirá um banco de dados dos atingidos.
A Sinergia também trabalhou no cadastramento das famílias atingidas após o rompimento de uma barragem da Samarco, em Mariana (MG).