É inegável que o governador Fábio Mitidieri (PSD) ainda atravessa um bom momento administrativo (isso não significa perfeição) e mantém boa popularidades nas ruas, exatamente um ano após sua eleição em 30 de outubro de 2022. Mas o poder tem sim suas “intempéries” e o chefe do Executivo precisa ter bastante atenção para não ver sua aprovação cair. Para seguir “em alta” com os sergipanos o primeiro passo é sempre buscar cumprir as promessas de campanha.

Algumas delas podem demorar a serem concretizadas, mas a população precisa sentir as mudanças e/ou realizações evoluindo. Mas, além da aprovação administrativa, o governador precisa também do apoio político. Ele construiu uma base sólida dentro do seu agrupamento, mas agora precisa manter essa unidade. E seu maior desafio pela frente são as eleições municipais, onde ninguém quer entregar o comando de seus respectivos “colégios” para os adversários.

Neste momento, mais do que a “caneta” de governador, Fábio Mitidieri vai precisar assumir uma posição de líder maior do processo eleitoral, delegando algumas atribuições, mas sendo ele o grande articulador de algumas pré-candidaturas, valorizando seus aliados e buscando “cicatrizar” algumas feridas abertas, sejam das eleições anteriores, sejam da disputa estadual de 2022. Por mais que respeite as decisões tomadas pelos agrupamentos, Fábio tem que liderar as discussões, estabelecer sua posição.

E isso começa, principalmente, pelos municípios da Grande Aracaju, que foram decisivos para a vitória de Mitidieri nas eleições do ano passado. O governador deverá ter aliados em Nossa Senhora do Socorro disputando a eleição, mas pré-candidaturas bem definidas em São Cristóvão e na Barra dos Coqueiros, onde nenhum dos dois prefeitos votaram com ele em 2022. Em Socorro o atual prefeito votou com Mitidieri e terá um pré-candidato, mas o deputado Samuel Carvalho também votou e vai disputar o preito municipal pela oposição.

Mas a grande “interrogação” passa por Aracaju, onde o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) votou em Fábio para governador e ouviu a promessa de que iria liderar o processo eleitoral do próximo ano. Mas o gestor da capital não tem apresentado nomes competitivos, segundo as pesquisas de intenção, e na própria base de Mitidieri outros nomes apresentam mais chances de disputar e vencer o pleito do que qualquer indicação que venha de Edvaldo.

Nesse caso não há segredo: Mitidieri precisa acertar na Grande Aracaju, na disputa do próximo ano, para se reeleger em 2026! Ou seja, o governador não pode “errar a mão”, tem que ter consciência disso, manter a cabeça no lugar e buscar a melhor estratégia, porque o resultado do pleito municipal pode ter reflexos negativos para o momento da reeleição. Sendo assim, não dá para buscar “agradar” ou “acomodar”! Neste caso os pré-candidatos escolhidos devem ir para a disputa com chances reais de vitória! Assim, mais adiante, a “recíproca” será mais do que verdadeira…

 

 

 

Por Habacuque Villacorte 

 

 

 

Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese