Quintou, sextou, sabadou, é assim que muitos postam em suas redes sociais a foto do look antes de ir para a balada, seja o barzinho, o show, as boates, no fim de semana todos querem curtir em um bom lugar. Mesmo com a crise que atinge o país é possível notar que o fluxo das casas de show ainda permanece alto.
O cantor Thiago Sol faz uma média de quinze shows por mês e explica que há muitas bandas e cantores na cidade para poucas casas de show. “Em minha opinião a crise não impacta a noite, porque pra festa a gente sempre da um jeitinho. O mercado noturno é bem movimentado, as maiorias das casas andam cheias, porque todos gostam de sair. A musica sempre está em evidência”, conta.
Curtir a noite gastando pouco
Daniel Oliveira, proprietário da casa de shows Vegas Karaokê, já foi sócio de casas como República (2013 a 2016) e House, hoje em dia criou o Vegas que é o point da turma LGBT jovem da cidade.
“O Vegas é basicamente um meio termo entre boteco e balada! Oferece tudo que qualquer balada oferece (mesma diversão, mesma ‘pegada’), porém com custo similar ao de um boteco, onde não se precisa gastar muito pra curtir a noite. A ideia veio do fato que muitas vezes eu queria sair e me divertir, mas não havia como sem gastar uma quantidade considerável de dinheiro. Levei um ano amadurecendo a ideia até chegar aqui!”, explica.
A boate que fica na região da Atalaia tem crescido como Daniel conta. “Que começou aos poucos em termos de estrutura, mas com MUITO know how da minha parte. Tanto na parte de sonorização, iluminação, atrações, layout, etc. E com a ajuda de uma equipe que sempre acaba completando minhas faltas (coisas que eu fico na dúvida ou não sei fazer), Vegas tem crescido cada vez mais! Recentemente passou por uma expansão que quase dobrou sua capacidade e já está com outra expansão pra rolar em breve”.
Daniel destaca que a crise apesar de impactar o cenário de entretenimento noturno na cidade não chegou ao Vegas por conta dos valores. “Quanto à crise, impacta PESADO! Na época da República, que era uma boate propriamente dita, o movimento caiu quase 50% no auge da crise.. que deu uma baita desempolgada com tudo. Não fosse isso, talvez a casa ainda estivesse aberta. Já no Vegas, não influencia tanto por que a casa é justamente pra quem não quer gastar muito! Daí a galera acaba vindo de qualquer jeito! Isso tem seus prós e contras. O pró é que quase sempre a casa está lotada, mas o contra é que o retorno é extremamente baixo diante dos demais estabelecimentos! Pra se ter ideia, um mês de Vegas equivale ao faturamento de uma noite de bom movimento em uma boate. Felizmente não faço isso pelo dinheiro.. tenho outras fontes de renda, e a grana que tiro aqui é basicamente pra manter a casa aberta e fazer acontecer. E tô feliz assim, curto fazer isso”, comenta.
Tradição com cara nova
Renato Junior, proprietário das casas de show Atlanta e Pier 13, sempre trabalhou no ramo de restaurantes já que seu pai é dono do Renatão que tem 37 anos, nas suas horas vagas frequentava as baladas, mas sempre percebeu defeitos nas casas de show, então resolveu abrir a sua para consertar o que faltava.
“No início de 2016 decidi que iria montar a minha, do meu jeito, corrigindo todos esses defeitos que a grande maioria das pessoas reclamavam! E daí surgiu o Atlanta na orla de Atalaia. Que se tornou um sucesso desde a inauguração. Com o passar de um ano, percebi que Aracaju comportava mais! O Atlanta não dava conta de todo o público, foi que surgiu a ideia de abrir o píer 13. Como a casa é muito grande, fiz um estudo e decidi fazer uma divisão no restaurante com dois ambientes. A parte do restaurante e a parte climatizada, onde é a boate”, explica.
Renato destaca que a crise tem impactado o mercado noturno. “A crise vem impactando bastante. Sempre tem aquele ditado, pra festa não falta dinheiro. Mas na minha visão, percebo que as pessoas nesse cenário atual, acabam escolhendo algum dia da semana para sair e fazendo consumos contidos. Resumindo, a grande maioria faz conta antes de escolher para onde sair à noite! Por isso acabo fazendo promoções atrativas para pegar esse público também”, destaca.
Renato conta como faz para manter as casas abertas durante a crise. “E o diferencial para manter uma casa aberta seria a transparecia entre a casa e o cliente. Com
bom atendimento, preços justos, bom relacionamento dos donos com os clientes. Fazendo do local um ambiente familiar e com isso as pessoas acabam vindo sempre tornando o local um encontro de amigos. Pois sabe que naquele local independente de atrações que iram cantar no dia a diversão será garantida”.