Especialistas apontam os cuidados que as mulheres devem ter nesse período
O estrogênio e a progesterona são os hormônios femininos responsáveis pelas características secundárias, como o tamanho dos seios, a ovulação, regulação do ciclo menstrual e são importantes para a manutenção do feto durante a gravidez. Porém, entre os 45 e os 55 anos, em média, as mulheres entram na menopausa. Um ciclo normal na vida da mulher, mas que exige muito cuidado.
É nesse período que o organismo da mulher deixa de produzir, de forma lenta e gradativa, o estrogênio e a progesterona. O que gera vários sintomas, como: ressecamento vaginal, ondas de calor, diminuição do desejo sexual, depressão, mas a principal característica desse período é a ausência da menstruação.
“O diagnóstico da menopausa é dado pela ausência da menstruação nos últimos 12 meses. Mas para fechar de forma definitiva o diagnóstico, nós também podemos ver as alterações nos índices hormonais, principalmente do FSH”, comenta a ginecologista Jacqueline Mazzotti.
Esse é um período que pode ser extremamente difícil para algumas mulheres. Como para uma de nossas leitoras que prefere não ser identificada.
“Logo no primeiro mês que a menstruação não veio eu pensei que estava grávida. Acabei fazendo cinco testes de gravidez, mas todos deram negativo. E só depois o médico me explicou que eu estava entrando na menopausa. Os sintomas foram piorando. Eu ficava muito triste e estressada, eu não queria mais ter relações com o meu marido. Mas depois do tratamento eles melhoraram”, lembra.
TRATAMENTO
Existem alguns tratamentos que aliviam os sintomas da menopausa, mas antes de defini-lo, é preciso avaliar como a menopausa está afetando a vida da mulher.
“Algumas pacientes passam pela menopausa sem sentir nada. Mas se a paciente está sofrendo com os sintomas, nós precisamos definir que tipo de reposição vai ser feita. E para isso é feito todo um estudo do histórico médico, analisamos o risco da paciente desenvolver certos tipos de câncer, fazemos um check-up completo e avaliação física”, explica a ginecologista.
Mas apesar de existirem diversas formas de fazer a terapia de reposição hormonal (géis, comprimidos, adesivos), nem todas as mulheres podem fazer reposição hormonal.
“Aquelas mulheres que tem risco de desenvolver câncer de mama, se fizerem a reposição, terão esse risco aumentado. Mas existem algumas terapias alternativas que ajudam a melhorar a qualidade de vida dessa mulher, como o chá de amora”, comenta.
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
A parada na produção de estrogênio provoca uma alteração no perfil lipídico da mulher. E isso faz com que os riscos de desenvolver uma doença cardiovascular aumentem consideravelmente.
“As doenças cardiovasculares representam a maior causa de morbidade e mortalidade em mulheres após a menopausa. Isso se deve a parada na produção de estrogênio pelo ovário, que promove alteração no perfil lipídico, como a elevação do Colesterol Total, LDL e Triglicérides”, explica a cardiologista Estela Farias.
Ainda segundo a cardiologista, a hipertensão, o tabagismo, diabetes, sedentarismo, o colesterol alto e o uso de estatinas são fatores de risco para as mulheres no pós-menopausa.
HÁBITOS MAIS SAUDÁVEIS
A alimentação saudável pode ser uma importante ferramenta de apoio para as mulheres que estão na menopausa, seja para aliviar alguns sintomas quanto para prevenir algumas doenças, como as cardiovasculares e a osteoporose.
A nutricionista Isabelle Santri lembra que é importante começar a cuidar da alimentação e da saúde como um todo antes mesmo da menopausa chegar. Assim, a prevenção dos sintomas acaba sendo mais eficaz.
“Uma vez chegando na menopausa, sem os devidos cuidados de prevenção, o interessante é procurar uma atividade física que te promova bem estar. Depois de começar a atividade física, é hora de procurar alimentos que promovam “bem estar”, como banana, ovos, peixes e frutos do mar. Devemos lembrar também que nesse período a mulher deve consumir alimentos ricos em cálcio para a prevenção da osteoporose, como o leite e seus derivados, e folhosos verde escuros, e evitar alimentos muito calóricos, enlatados e embutidos”, alerta.