A Pneumonia é uma doença respiratória que afeta os pulmões, mais precisamente as vias aéreas inferiores. Ela é causada por bactérias, vírus e, em alguns casos, fungos. A bactéria Streptococcus pneumoniae é uma das causas mais comuns de pneumonia bacteriana. A doença é uma das principais causas de internação no Brasil e no mundo e se não for tratada adequadamente pode levar à morte.
Algumas pessoas têm maior risco de desenvolver a doença, como idosos, crianças pequenas e indivíduos com sistema imunológico comprometido (alcóolatras, diabéticos descompensados, por exemplo), fumantes e pessoas com doenças crônicas pulmonares, como DPOC e asma. Os sintomas mais comuns são: tosse (que pode ser produtiva ou não), febre, calafrios, dor torácica ao respirar ou tossir, falta de ar, fadiga e mal-estar.
O tratamento depende de vários fatores, incluindo a etiologia da infecção, a gravidade dos sintomas, a idade do paciente e a presença de comorbidades. “Para a pneumonia causada por bactérias, o tratamento padrão envolve antibióticos. A escolha do antibiótico dependerá do organismo suspeito ou identificado e da resistência local a antibióticos específicos”, explica o médico pneumologista, Dr George Amado.
Dr George Amado, pneumologista
Em muitos casos, a terapia pode ser iniciada empiricamente com antibióticos de amplo espectro antes que o agente causador seja definitivamente identificado. Nos casos de pneumonia viral, o tratamento é principalmente de suporte, incluindo repouso, hidratação e controle da febre. Antivirais podem ser usados em algumas situações, como na pneumonia causada pelo vírus da influenza.
De acordo com o especialista, para todos os tipos de pneumonia, o suporte adicional pode incluir oxigenoterapia para manter níveis adequados de oxigenação sanguínea e ventilação mecânica em casos graves.
“Se a pneumonia não for tratada adequadamente, ela pode ser fatal, particularmente em populações vulneráveis, como idosos, crianças e indivíduos com sistema imunológico comprometido. Mesmo com tratamento, certas cepas de organismos resistentes a medicamentos podem ser difíceis de tratar, aumentando o risco de complicações graves e mortalidade”, alerta.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de uma combinação da presença dos sintomas, exame físico (onde se ouvem ruídos pulmonares anormais) e exames complementares, como radiografias de tórax (ou tomografia de tórax). Em algumas situações, exames de sangue e culturas de escarro são necessários para identificar o agente causador. Identificar a pneumonia precocemente é fundamental para um tratamento eficaz.
A doença pode ser classificada de várias formas: comunitária – quando adquirida fora de ambientes hospitalares; hospitalar – quando desenvolvida durante a estadia em um hospital; e aspirativa – causada pela inalação de alimentos, líquidos, gases ou poeira. As complicações da doença podem incluir abscessos pulmonares, derrame pleural, insuficiência respiratória, septicemia e piora de doenças crônicas principalmente pulmonares, como asma e DPOC.
A vacina anual contra gripe é crucial
Prevenção
A vacinação é uma intervenção preventiva essencial na proteção contra a pneumonia, especialmente nos portadores de doenças respiratórias crônicas como DPOC e asma, que estão em maior risco de complicações. As vacinas pneumocócicas são recomendadas para estes grupos de pessoas (portadores de doenças crônicas), reduzindo substancialmente a incidência de infecções invasivas e pneumonia pneumocócica.
“Ademais, a vacina anual contra gripe é crucial, pois a influenza pode predispor a pneumonia bacteriana secundária, exacerbando condições respiratórias pré-existentes e aumentando o risco de hospitalização e morbidade severa nesses pacientes”, alerta Dr George.
A prevenção da pneumonia em indivíduos de alto risco envolve uma abordagem multifatorial que inclui imunização adequada, como a administração de vacinas pneumocócicas (contra pneumonia) e antigripais, adesão rigorosa à higiene respiratória e das mãos, e o controle ótimo de doenças crônicas, principalmente as respiratórias.
“O manejo de doenças crônicas, como a DPOC e a asma, através de terapêutica medicamentosa apropriada e a reabilitação pulmonar, também são cruciais para minimizar a susceptibilidade a infecções respiratórias”, conclui o médico.