Locais especializados em bronzeamento controlado garantem uma coloração saudável na pele de quem deseje “causar” neste verão
O verão já chegou ao Brasil, país tropical, mundialmente conhecido por sua extensa faixa litorânea dotada de praias paradisíacas. Um dos símbolos mais fortes da estação para as meninas é a famosa marquinha de biquíni, que se tornou quase uma representação do quanto as férias foram aproveitadas.
Entretanto, para garantir essa marquinha sensual é necessário que se adote cuidados com a exposição ao sol, e daí surgem as empresas especializadas em bronzeamento, que garantem uma cor bronze natural e saudável.
Lilia Macedo, proprietária do espaço Bronze Beach Aracaju, teve a ideia de oferecer um bronze natural para as mulheres da cidade com o clipe “Vai Malandra de Anitta. “Sempre gostei de praia, e desse clima do Nordeste, mas eu percebia que não conseguia uma marquinha ideal, a cor ideal, mesmo com uma frequência grande na praia. O bronze é muito difundido no Rio de Janeiro, ficou conhecido com o clipe da Anitta, e foi quando eu tive a ideia de montar o espaço, fiz cursos aqui, fiz fora. Montei o espaço com essa cara para você chegar, tomar um bronze, como se você estivesse na praia”, conta.
O processo é todo controlado por uma equipe que acompanha o momento do bronzeamento. “Caso a cliente não queira usar o biquíni dela, nós fazemos o biquíni com fita adesiva, depois a gente seleciona a pele do cliente e escolhe o produto mais adequado para cada tipo de pele e define o tempo de exposição ao sol, para que não ocorra o que acontece na praia, que você fica muito tempo e não sai bronzeado”, explica.
Além do biquíni de fita, Lilia conta que é buscado o maior conforto para a cliente no momento da exposição ao sol, que pode variar de 1 a 2 horas, a depender da pele da cliente. “Eu procuro oferecer um conforto maior para o cliente, as macas são altas, acolchoadas, tem a proteção de cabeça, durante todo o bronze você é hidratada com jatos de água, a gente oferece frutas da estação e geladinho de betacaroteno, que traz um frescor e ajuda no bronzeamento porque ele ativa a melanina”.
O cuidado não está só no conforto do cliente, mas também para com pele. Lilia explica que é proibida a exposição ao sol sem a proteção solar. “A gente indica o protetor que o cliente tem costume de usar, a gente faz a aplicação. Existem duas relações, uma é a proteção, que é fundamental, e o outro é a ativação de melanina, são dois processos que precisam estar juntos. Em relação ao rosto a gente tem uma preocupação a mais, aqui no espaço nós usamos os protetores na cabeça que fica em uma cabaninha”, destaca.
Lilia explica que a parafina é o que ativa a melanina, mas que há vários tipos e elas não podem ser usadas puras, e sim com outros ativos. “A diferença do bronzeador para o ativador de melanina é que você ativa a melanina e o resultado vem da sua pele, então cada pessoa responde de uma forma, cada uma tem um resultado”, conta.
Lilia destaca que é necessário buscar espaços especializados para não prejudicar a pele no futuro. “Hoje é muito bom contar com espaços e pessoas especializados no que fazem, hoje eu pego muita gente que está com a pele manchada porque não passou o produto de forma uniforme, se você tem a intenção de pegar uma cor procure um espaço especializado para isso”, explica.
Mudança de vida
Gilvânia Barros já faz bronze há cerca de dois meses e se sente em casa no espaço. “Eu seguia o Instagram daqui há quase dois anos, sempre tinha vontade de fazer, mas possuía muita vergonha porque eu sou acima do peso e eu já tenho 45 anos, e quando eu via as fotos eu via gatinhas de vinte e poucos anos, meninas bonitas com o corpo malhado. Teve um dia que eu ia viajar e estava muito branca foi quando eu decidi vir, e tive uma surpresa, porque tinham várias senhoras da minha idade, com meu peso”, conta.
Gilvânia conta que o bronze afetou diretamente na sua autoestima e no seu relacionamento. “Eu venho uma vez por semana, se eu pudesse vinha mais, mas Lilia não deixa. Minha autoestima melhorou muito, inclusive até minha vida sexual com meu marido melhorou, ele ficou alegre, me incentiva vir, busca nosso filho na escola para eu poder vir, às vezes eu acho que ele gostou até mais do que eu”, destaca.
Dermatologia
A presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Regional Sergipe, Martha Débora Lira Tenório, explica que o bronzeamento é perigoso para a pele. “A busca desenfreada pela beleza tem levado as pessoas a tomarem atitudes irresponsáveis. É preciso alertar que o bronzeamento da pele é um fator de risco para nossa saúde. O culto ao bronzeamento é perigoso e deve ser desestimulado. A exposição solar exagerada é responsável por vários prejuízos à saúde da nossa pele, tanto a curto quanto a longo prazo”, conta.
A dermatologista destaca que a exposição solar exagerada pode causar queimaduras, insolação e a desidratação. “A longo prazo a exposição solar é responsável pelo envelhecimento precoce (fotoenvelhecimento), surgimento do câncer de pele não melanoma e também do câncer de pele melanoma. Além disso a exposição solar é responsável por manchas inestéticas como melasma, melanoses solares, efélides (sardas), leucodermias gutatas (também chamadas de sardas brancas) e outras. Vale lembrar que o efeito do sol é cumulativo. O câncer de pele que aparece hoje não é devido à exposição solar do ano passado, mas sim à exposição solar de toda a vida”, destaca.
Martha destaca que são necessários cuidados com alguns produtos na hora do bronze. “O uso de produtos como fita isolantes e esparadrapos (utilizados para deixar a marca do biquíni) podem causar dermatite de contato alérgica ou irritativa primária. O uso de produtos para acelerar o bronzeamento pode levar a dermatites e alergias. Nós dermatologistas não consideramos seguro nenhum acelerador de bronze. O bronzeamento natural que tem virado moda não é seguro e deve ser banido”, comenta.
A dermatologista comenta que a exposição ao sol tem efeitos positivos e efeitos negativos. “Podemos citar como benefícios do sol: a produção da vitamina D, o efeito antidepressivo e seu efeito imunomodulador. Algumas vezes o próprio dermatologista orienta a exposição moderada ao sol durante o tratamento de doenças de pele como o vitiligo e a psoríase. Porém sempre orientamos a exposição por um período curto e no horário adequado (antes das 9h e depois das 16h). Enfim fica a mensagem que a Saúde vem na frente da Beleza. O culto ao bronzeamento é perigoso oferecendo riscos a curto e longo prazo”.