É tempo de cultivo do milho em Sergipe. A produção de milho em condições de sequeiro para comercialização do grão tem safra estimada pelo IBGE em 748.992, garantindo posição de Sergipe como 4º maior produtor de milho do Nordeste e o 2º em produtividade, com média de 4.662 Kg por hectares. Pelos dados fornecidos pela Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Emdagro), caso se mantenha um bom período chuvoso e aplicação correta das tecnologias é possível um rendimento médio melhor na colheita prevista para o mês de outubro.
O milho já se consolidou como principal lavoura sergipana, aumentando exponencialmente a quantidade produzida nos últimos dez anos, sem que decorram aumentos na mesma proporção em sua extensão territorial. O secretário de estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, explica que a liderança da cultura do milho decorre de várias causas. “Podemos afirmar que o aumento na produção e produtividade do milho tem vários fatores, entre eles, a introdução das boas práticas cultivares, mecanização de alta tecnologia e insumos adequados, acesso ao crédito por bancos públicos – entre eles o Banese e Banco do Nordeste. Além disso, os preços atrativos no mercado nacional e internacional e os incentivos fiscais do Governo de Sergipe, que desde 2019 reduziu a alíquota do ICMS de 12% para 2%, são também fatores significativos para a conformação do milho como produto do agronegócio”, avalia.
Para a equipe técnica da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), o processo de expansão da cultura do milho se estende principalmente pelos territórios agrestino e sertanejo. O grão já está presente em dezesseis municípios e ocupa mais de 90% das áreas de lavoura em todos eles, sendo Carira e Simão Dias os que apresentam maior produção e produtividade. O chefe do escritório da Emdagro em Simão Dias, Cézar Valadares, destaca o crescimento na produção local. “Nossa previsão é de crescimento de 26 mil hectares plantados em 2021 para 28 mil hectares em 2022. Aqui no município 90% das áreas já estão plantadas e outros 10% aguardam as chuvas nesta segunda quinzena de maio para fazer o plantio”. Ele também destaca a alta na produtividade com acompanhado rendimento médio dos últimos anos entre 6 a 7 quilos por hectare.
O produtor Neilson Conceição Santos, no povoado Coração de Maria, município de Simão Dias, conta que já tem 150 hectares plantados com o milho germinado e mais 320 hectares em fase de plantio. “As chuvas foram boas em abril e muitos colegas já plantaram, mas como meu maquinário é maior resolvi aguardar as chuvas do mês de maio que atrasaram um pouco, mas nossa expectativa é de boa produção. A janela de plantio está aberta até meados de junho”. Segundo Neilson, a grande dificuldade é o aumento no custo de produção em mais de 100%. “O que mais está impactando no custo são os preços do diesel e dos fertilizantes”, destaca o produtor.
O produtor Antônio Souza de Moraes, conhecido como Cipriano no povoado Aroeira, disse que apesar do aumento no custo de produção espera vender o milho com o preço justo para o produtor. “A procura do milho é boa em todo o Brasil, eu particularmente já vendi para vários estados, mas tenho vendido principalmente para Pernambuco. O preço da saca de milho está sendo vendida hoje a R$ 80, mas esperamos que melhore por causa do aumento no custo de plantio. Se permanecer por esse preço vamos ter prejuízo”, explica.
No município de Carira a previsão também é positiva. Para o chefe do escritório local, José Ananias Rezende, a previsão é de que a área plantada seja maior que a média municipal de 30 mil hectares de milho. “Aqui em Carira, cerca de 50% dos produtores já realizaram o plantio, mas os demais aguardam uma situação climática mais benéfica para a safra de milho atual. As chuvas são fundamentais para o desenvolvimento de todo ciclo de plantio, importante para quem já plantou em abril e para quem pretende plantar até meados de junho”, pontua Ananias.