As escolas que compõem a rede pública estadual de Sergipe estão cada vez mais debatendo e refletindo sobre a importância do combate ao racismo dentro das salas de aula. Desde o início do ano, 170 escolas já receberam o certificado do Selo Antirracista Professora Maria Beatriz Nascimento pelas ações desenvolvidas em suas unidades educacionais.

Na primeira edição, em 2024, 123 escolas receberam a certificação. A premiação fortalece o cumprimento à Lei nº 11.645, de 2008, cujo propósito é implantar nas aulas as histórias de luta e conquista dos povos indígenas e afro-brasileiros e representa o compromisso do Governo do Estado em fomentar um território de equidade no ambiente escolar.

Desempenhando trabalhos antirracistas para além do dia 20 de novembro, o Colégio Estadual Zumbi dos Palmares desenvolve ações anuais, levando pessoas relevantes no cenário sergipano, que abordam temas raciais para conversar com os alunos. O corpo docente também realiza projetos e oficinas nas práticas cotidianas da escola.

Emocionado, o professor Erebet Souza destacou a importância destas ações para a comunidade escolar. “Passamos para eles ações que desenvolvem uma consciência negra efetiva, para que se orgulhem da cor da pele, do seu estilo de vida, de sua vestimenta, do que escutam e tentem também aflorar esses sentimentos para aqueles que ainda não têm consciência disso”, expressou o professor.

Ele pontua o quanto a equipe diretiva e os professores do Zumbi dos Palmares estão cada vez mais empenhados em tornar a escola num lugar de acolhimento para esses alunos. “Como resultado, estamos colhendo a conscientização desses alunos. Eles estão desenvolvendo consciência do seu processo histórico, absorvendo o entendimento sobre o seu papel positivo na sociedade e transferindo essas informações para aqueles que ainda não têm essa conscientização”, finalizou o professor.

Em Porto da Folha, o Colégio Indígena Estadual Dom José Brandão de Castro, única escola indígena do estado, busca conscientizar e sensibilizar cada vez mais seus alunos para trabalhar a temática antirracista. Por meio de projetos e oficinas, a equipe escolar transmite aos alunos a importância de suas origens e de levar essa história para além dos muros da escola. “Trabalhamos essas ações para que cada vez mais tenhamos uma sociedade sem discriminação de nenhum tipo. Com isso, buscamos formar cidadãos que compreendam a importância de abordar temáticas antirracistas constantemente”, disse Mariana Apolônio, professora do colégio indígena.

A Escola Estadual Professor Diomedes Santos da Silva, vinculada à Diretoria Regional de Educação da Grande Aracaju (DRE 8), carrega no nome a história de um professor negro que lutou para promover práticas antirracistas e combater o preconceito racial. A escola realiza essas práticas diariamente, por meio de leitura de textos, músicas, poemas, dança, teatro e atividades plásticas que dialogam com o movimento antirracista. “Eu gosto sempre de reiterar que isso faz parte da nossa prática. É algo realizado diariamente em nossa comunidade escolar, que abraça nossas atividades e conscientiza nossos alunos”, destacou Magna dos Santos, gestora da instituição.

Projetos

A Secretaria de Estado da Educação (Seed) firmou, em 2024, uma parceria com o Instituto Guetto (Gestão Urbana de Empreendedorismo, Trabalho e Tecnologia Organizada), criando o projeto Quilombo Educacional. Em 2025, três escolas estaduais sergipanas foram ao Rio de Janeiro para o lançamento do e-book ‘Quilombo Educacional’, que conta com a participação de gestores dos estados do Maranhão e Alagoas, além da parceria com o Instituto Unibanco.

O e-book é um material colaborativo que busca tornar a escola um ambiente seguro e antirracista. Nessa ocasião, o estado foi representado pelo Centro Estadual de Educação Profissional Berila Alves de Almeida, em Nossa Senhora das Dores, pelo Centro de Excelência Barão de Mauá, em Aracaju e pelo Colégio Estadual João Batista Nascimento, em Nossa Senhora do Socorro, além da diretora do Serviço de Educação do Campo e Diversidade da Seed, professora Geneluça Santana.

Para Dilson Gonzaga Santana, diretor do Colégio Estadual João Batista Nascimento, é de suma importância o apoio que o Governo do Estado e a Seed oferecem à comunidade escolar. “Nós temos 53% de população negra. As escolas públicas são um verdadeiro quilombo, no sentido da negritude, e, como comunidade, ter esse aporte, esse suporte do Governo do Estado e da Seed faz com que consigamos desenvolver e ampliar as práticas antirracistas que já implementamos em nossa escola”, finalizou.

Fonte, Secom – Estado.

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