
Celebrado nessa quinta-feira, 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação chama atenção para a importância de garantir o direito humano à alimentação adequada, em qualidade e quantidade. Em Sergipe, a data ganha destaque diante do lançamento de novos programas estaduais coordenados pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), que reforçam as políticas de segurança alimentar e convivência com o semiárido.
Na última quarta-feira, 15, o governador Fábio Mitidieri lançou o edital do Programa Estadual de Aquisição de Alimentos (PEAA), assinou os contratos de expansão do Prato do Povo e da retomada do Programa Cisternas, iniciativas que se somam às ações já consolidadas de combate à fome no estado. Segundo dados do IBGE divulgados neste mês, Sergipe registrou redução de 27% no número de domicílios com algum grau de insegurança alimentar em apenas um ano, colocando o estado como o segundo do país com maior avanço nessa área.
“Reduzir a insegurança alimentar e as desigualdades sociais é uma prioridade da nossa gestão. Os números mostram que estamos no caminho certo, e o foco do governo é garantir dignidade às pessoas”, destacou o governador.
A secretária Érica Mitidieri reforçou o impacto dessas políticas. “Sergipe figura como o segundo estado do Brasil com maior redução da insegurança alimentar. Cada ação reflete nosso compromisso com uma política pública que vai além da entrega de alimentos, promovendo inclusão, autonomia e cidadania.”
Ações que unem comida e dignidade
O PEAA investirá R$ 10 milhões na compra de produtos da agricultura familiar, que serão destinados a cozinhas comunitárias, bancos de alimentos, restaurantes populares e entidades socioassistenciais. A previsão é beneficiar cerca de 20 mil famílias em todo o estado e movimentar três mil toneladas de alimentos.
Para diretora de Segurança Alimentar e Nutricional da Seasic, Sabrina Oliveira, o programa representa um avanço importante. “O PEAA foi pensado com um olhar sensível para os grupos que mais sofrem com a insegurança alimentar. Inserimos critérios de priorização para comunidades quilombolas, indígenas, povos e comunidades tradicionais e para a população negra. É uma política que promove justiça social e fortalece o trabalho dos agricultores familiares”, afirmou.
O programa surgiu da necessidade de ampliar o trabalho de fortalecimento da agricultura familiar e combate à insegurança alimentar que a Seasic já realizava com a execução no estado do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), iniciativa que, com recursos federais, movimentou quase 2 mil toneladas de produtos, aplicou mais de R$ 28 milhões e alcançou 75 mil famílias e 700 agricultores em diversos municípios sergipanos.
O Prato do Povo, por sua vez, segue em expansão e chegará a quatro novos municípios: Nossa Senhora de Lourdes, Amparo do São Francisco, Brejo Grande e Cedro de São João, garantindo 200 refeições diárias em cada local. Em todo o estado, o programa já distribuiu mais de 1,5 milhão de refeições, com investimento superior a R$ 16 milhões.
“Essas ações levam comida e dignidade ao nosso povo. O Prato do Povo vai atingir cerca de 10% da população de Amparo, com 200 refeições diárias, e também teremos o programa de Cisternas, que levará água às famílias. São iniciativas que transformam vidas e fortalecem nossa população mais vulnerável”, declarou o prefeito de Amparo do São Francisco, Marcos Sandes.
De Brejo Grande, o prefeito Luiz Carlos reforçou o impacto social do programa. “A partir deste momento, o governo do Estado, junto com a Seasic, proporciona um grande gesto: colocar comida no prato do povo, reduzindo a fome e levando dignidade a quem mais precisa. Que essas ações cresçam ainda mais, beneficiando nosso município e todo o estado de Sergipe”, afirmou.
Entre os beneficiários do Prato do Povo, o impacto é sentido diariamente. Camerino Moura da Conceição, morador de Muribeca, conta que o programa mudou a rotina da família. “Levo a comida todos os dias e almoçamos juntos em casa. É uma ajuda enorme, os alimentos são bons e variados”, relatou. Já Irailde Matos destacou a importância da iniciativa. “É sempre bom ter uma comida de qualidade, ajuda muito no dia a dia”, disse.
Outro destaque é o Restaurante Popular Padre Pedro, que ultrapassou a marca de 1,6 milhão de refeições servidas entre 2023 e 2024 e teve sua capacidade de atendimento ampliada. Instalado no Espaço Zé Peixe, o equipamento oferece 1.500 refeições no almoço e 450 no jantar, garantindo alimentação de qualidade a preços acessíveis. Além disso, o serviço foi descentralizado, com a entrega de refeições nos bairros Santa Maria e Bugio, e há previsão de expansão para o Japãozinho, ampliando o alcance do atendimento e fortalecendo a política de combate à fome na capital.
Para fortalecer o sistema alimentar do estado, a Seasic conta ainda com iniciativas como como o Programa Estadual de Compras Governamentais da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Pecafes),que destina 30% das compras governamentais à agricultura familiar; a Rede de Hortas Sergipanas, com 1,2 tonelada de produção anual e 100 famílias capacitadas; e a implantação dos Bancos de Alimentos e da Cozinha Comunitária do bairro Santos Dumont, em Aracaju, que servirão refeições diárias a comunidades em vulnerabilidade.
As Feiras da Agricultura Familiar, já consolidadas como espaços de incentivo à economia local e ao consumo de alimentos saudáveis, somam 56 edições realizadas, reunindo 100 expositores de 21 municípios, com expansão prevista para 18 novas cidades.
O CMais Inclusão, programa de distribuição de renda da Seasic já soma quase 600 mil benefícios pagos, com mais de R$89 milhões investidos, levando ajuda para quem mais precisa. O Mão Amiga, que promove auxílio financeiro e capacitação profissional para trabalhadores do campo durante os períodos de entressafra, por sua vez, já beneficiou mais de 22 mil pessoas e está em expansão, contemplando o extrativismo da mangaba, ampliando oportunidades de renda no campo.
Água e convivência com o semiárido
Promover o acesso à àgua em todo o estado também é um compromisso do Governo de Sergipe para garantir saúde, segurança alimentar e fortalecer a agricultura familiar. Um exemplo desse compromisso é o Programa Cisternas, retomado em parceria com o Governo Federal, que garantirá a construção de 1.309 unidades, beneficiando famílias de 14 municípios com investimento superior a R$ 8,5 milhões.
A ação será executada por três entidades: o Centro Dom José Brandão de Castro, a Sociedade de Apoio Sócio-Ambientalista e Cultural (Sasac) e a Associação Mão no Arado de Sergipe (Amase). “É um projeto lindo, que transforma vidas e traz dignidade para pessoas que não têm acesso à água. Estamos muito felizes com essa retomada e prontos para cumprir nossa missão. Serão 371 cisternas que iremos executar, levando água e esperança para quem mais precisa”, afirmou Arley Cleiton, diretor financeiro da Sasac.
Representando o Centro Dom José Brandão de Castro, Helisson Santos Macedo reforçou a importância social do programa. “O trabalho começa com o cadastramento e a capacitação das famílias, que aprendem a lidar com a cisterna e a compreender que o acesso à água é um direito universal. Sabemos que a seca não deixará de existir, mas essas famílias agora terão condições de viver com dignidade e planejar o futuro com mais segurança”, explicou.
Erradicação da pobreza e fortalecimento da cidadania
A semana também é marcada pelo Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, celebrado em 17 de outubro, uma oportunidade para celebrar o sucesso das políticas que colocaram Sergipe em uma posição de destaque no combate às desigualdades, que começam com o acesso à alimentação e também viabilizam oportunidades de inclusão social
Para a presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consean/SE), Carivalda Ribeiro Sousa, as políticas estaduais representam uma mudança de paradigma. “Graças a esse governo e ao trabalho da secretária Érika Mitidieri, conseguimos contemplar pessoas que antes não eram incluídas, como comunidades tradicionais, povos ciganos, pessoas em situação de rua. Sergipe saiu do mapa da fome e hoje vive um novo momento. A fome ainda existe, mas deixou de ser estrutural porque há um governo que ouve, inclui e garante direitos”, afirmou.
Com o fortalecimento de programas que integram a Política Sergipe sem Fome, o Governo reafirma seu compromisso com o direito humano à alimentação adequada, a superação da pobreza e a promoção de um estado mais justo e solidário.
Fonte, Secom – Estado.