De acordo com dados divulgados na última semana pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Sergipe perdeu mais de 10 mil empregos formais. Frei Paulo e Salgado foram os mais prejudicados, em razão do fechamento da fábrica de calçados do grupo Dok.

No relatório de janeiro deste ano, o Caged identificou que dos cinco setores observados, o setor do comércio perdeu 594 vagas, o setor industrial perdeu 373 vagas e a agropecuária 147 vagas. O setor de construção gerou 377. Frei Paulo perdeu 347 empregos formais , seguido por Salgado com 189 vagas ociosas. A Barra dos Coqueiros gerou 122 postos de trabalho.

Secretário Thiago França (Foto: Assessoria)

O secretário municipal de Indústria e Comércio da Barra dos Coqueiros, Thiago França, destacou que Barra dos Coqueiros tem assumido uma posição de destaque nos últimos anos, que tem dois fatores predominantes: o geográfico e o energético/comercial. “No que tange à posição geográfica, a Barra está a uma distância média de 9 km da capital sergipana, fazendo parte da Grande Aracaju. Além disso, nosso município possui um porto, o Inácio Barbosa, que realiza o transporte marítimo de todas as matérias primas da metrópole aracajuana, como também, de todos municípios de Sergipe. Ademais, a Barra possui uma característica que os demais municípios sergipanos não possuem, o privilegiado potencial energético que atrai várias empresas exploradoras de gás natural e petróleo, e o rico espaço litorâneo, que propicia um vasto investimento em serviços imobiliários de baixo, médio e alto padrão”, destacou.

Thiago acrescentou que fatores como esses aumentam a demanda por mão de obra, o que favorece o crescimento da criação de empregos. “Além do mais, com a finalidade de estimular cada vez mais a geração de emprego, a Prefeitura da Barra dos Coqueiros, através da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, está executando o projeto da criação de um centro de confecção e de um centro de capacitação no município, com o intuito de aumentar a qualificação da mão de obra, proporcionando, consequentemente, melhores oportunidades para a população barracoqueirense”, completou o secretário municipal.

Para o economista Márcio Rocha, o fechamento das fábricas de calçados influenciou na queda dos postos de trabalho neste período. Mas, a situação pode ser revertida, sem nenhuma dificuldade, basta haver uma maior integração do Poder Público com a classe empresarial, a classe da indústria, já que as duas unidades provocaram esta perda de postos de trabalho. Rocha explicou que também existe uma questão de sazonalidade que aqueles empregos temporários geralmente encerram em janeiro, ou mesmo em fevereiro. Habitualmente, janeiro é o mês em que o número de empregos baixa, refletindo até fevereiro. A expectativa é que entre junho e julho seja retomado o crescimento dos postos de trabalho.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Salgado lamentou o fechamento da fábrica Dok Calçados. “Infelizmente a continuidade do seu funcionamento não dependia da atual gestão, mas foi por decisão pura e exclusivamente da empresa que decidiu fechar as portas. Como já vinha fazendo, a Prefeitura de Salgado vai seguir trabalhando para gerar mais empregos para os salgadenses”, finalizou a nota.

A Prefeitura do Município de Frei Paulo não quis se pronunciar sobre a situação.

 

NOTA DA SEDETEC

 

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Codise) informam que a fábrica Dok Calçados, localizada em Frei Paulo, está em pleno funcionamento, gerando em torno de 1.700 empregos. O que houve foi o rompimento de um contrato existente na unidade da fábrica em Salgado, com uma determinada marca, ocasionando a perda de 450 empregos, já que não havia possibilidade de a empresa manter essas vagas.

O Governo do Estado mantém o seu propósito de gerar empregos e atrair investimentos para Sergipe, evidenciando os atrativos do estado às empresas de grande e médio porte do país. Diversas companhias já têm demonstrado interesse, dentre elas as V Power e CNTIC, envolvidas na implantação de duas usinas termelétricas movidas a gás natural. O investimento é de aproximadamente R$ 3 bilhões, com expectativa de geração de 3.500 empregos na construção e 500 na fase de operação.

Outra empresa que também demonstrou interesse por Sergipe foi a companhia indiana de transmissão de energia Sterlite Power. A empresa deve gerar 873 vagas diretas e 3.500 indiretas com sua nova subestação de energia. A obra já foi iniciada em Barra dos Coqueiros, região metropolitana de Aracaju.

A fábrica de cimento IRO Industrial também tem o estado como foco dos seus

próximos investimentos. A empresa pretende gerar 250 empregos diretos e 1.250 indiretos com o reinício das operações. Também serão gerados postos de trabalho com a revitalização do complexo. Já Ribeirópolis deverá sediar a instalação da Master Pack Nordeste, empresa especializada em embalagens que pretende gerar 100 empregos diretos.

O governo vem mantendo um canal direto com empresários, dinamizando as trocas de informações. O estado se destaca pela sua infraestrutura logística. Em fevereiro, o secretário da Sedetec, Valmor Barbosa, e o presidente da Codise, Ronaldo Guimarães, visitaram uma indústria calçadista em Florianópolis (SC), que tem intenção de vir para o município de Carira e gerar mais de 800 empregos.

Na última quinta-feira, 23, foram anunciados investimentos também no setor

hoteleiro, da ordem de R$ 300 milhões, na construção do empreendimento Maldivas Aracaju. O empreendimento será um complexo residencial, de comércio e serviços, além de contar com marina e resorts e deverá gerar empregos tanto na fase de construção, quanto de operação.

É importante destacar também que na próxima semana, entre os dias 27 e 29 de março, a equipe do Governo estará em Santa Catarina, na Feira Internacional de Negócios (FIN Brasil), onde poderá dialogar com dezenas de empresas e prospectar ainda mais investimentos para Sergipe.

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