O corpo humano tem diversas peculiaridades, por isso a área de saúde sempre está se renovando para buscar uma melhor qualidade de vida para a população. Na fisioterapia uma especialidade que é pouco conhecida é a fisioterapia pélvica que pode prevenir e tratar disfunções na região.
A fisioterapeuta pélvica, Tathiany Moura, explica como surgiu essa especialidade pouco conhecida na área. “É uma área pouco conhecida, inclusive até pelos fisioterapeutas, a fisioterapia pélvica por um tempo foi conhecida como fisioterapia uroginecologica que tinha muito como foco incontinência urinaria. A uroginecologica é mais voltada para saúde da mulher, já a fisioterapia pélvica é mais abrangente, a gente diz que atendemos todo mundo que tem pelve, independente se é homem, mulher, idoso ou criança, porque todo mundo pode ter uma disfunção pélvica”, conta.
Tathiany comenta que a fisioterapia pélvica não abrange somente problemas de incontinência urinária “Retenção urinária, bexiga hiperativa, que é uma doença neurológica que a bexiga dispara sem que a pessoa tenha controle sobre ela. Tem muito paciente de pré-parto, que é para evitar a laceração durante o trabalho de parto, para evitar que a mulher tenha diástase e também a disfunção sexual no pós parto. E esse trabalho com gestante é tanto para as que querem parto normal quanto cesárea, pois a gravidez acontece do mesmo jeito, independente da via de parto”.
A especialidade da fisioterapia é ampla. “A gente atende mulher que tem cólica menstrual, a gente tem ação para minimizar os incômodos da cólica e é bastante efetivo, pacientes com endometriose. É uma atuação muito ampla porque dentro da pelve a gente tem um mundo, porque a gente tem útero, bexiga, o reto, tem a musculatura e tudo isso pode ter uma disfunção”, comenta.
Tathiany destaca que a fisioterapia pélvica pode ser utilizada para prevenir problemas na pelve. “Você não precisa esperar ter uma disfunção para procurar um fisioterapeuta pélvico, até porque a nossa pelve, tem a pelve que é uma estrutura óssea, mas no meio tem um buraco que só tem músculo dentro para sustentar os órgãos pélvicos. Então todo mundo deveria fazer um acompanhamento porque precisa fortalecer, precisa aprender a contrair e relaxar, que é a consciência perineal. Pense em uma mulher jovem que faz musculação e vai fazer um agachamento, pega peso demais, que é normal nas academias, se ela não tem a consciência perineal, aquele asoalho pélvico estará recebendo uma carga muito grande sem algo que dê suporte, é uma região que está sempre sendo agredida”, destaca.
Homens
Ao contrário da fisioterapia uroginecologica, a fisioterapia pélvica é indicada para todo tipo de pessoa, Tathiany comenta quais os casos que levam homens ao seu consultório. “O mais comum de aparecer em consultório no caso dos homens é de paciente que realizaram cirurgia de prostectomia, que é quando o paciente tem o tumor na próstata e faz a retirada, durante a cirurgia tem o risco, é compensado ao tirar o tumor do câncer, mas existe o risco do paciente ficar com uma incontinência urinaria uma disfunção erétil, então ele é encaminhado para fisioterapia pélvica”, conta.
Sexualidade
Uma das áreas que tem crescido na fisioterapia pélvica é em termos de sexualidade, no qual o tratamento pode aliviar dores na hora da penetração, vaginismo, entre outros problemas. “É importante as pessoas é que as disfunções pélvicas têm prevenção e tem tratamento, porque a gente vê que muita gente tem sintoma, mas não sabe que o tratamento existe, ou quando pensam em procurar um tratamento pensam em um psicólogo porque acham que é só emocional”, comenta Tathiany.
Crianças
A fisioterapeuta pélvica, Tathiany, comenta que o mais comum em crianças é a Enurese noturna (xixi na cama) e disfunção miccional (falta de controle sobre as enficters), mas que com a fisioterapia é possível tratar.
Tathiany explica que a fisioterapia pode auxiliar na hora do desfralde. “As vezes um desfralde mal conduzido deixa a criança bagunçada, um desfralde traumático, o certo é que o desfralde venha da criança, mas normalmente vem dos pais ou da escola, a gente diz que a fralda não é tirada e sim deixada”, comenta.
Porém Tathiany diz que a procura é pouca, normalmente os pacientes pediátricos são filhos de uma mãe que já conhece a fisioterapia pélvica.