Em “As Cores da Fé” e “Cangaço Moderno”, artista transita entre tempos e espaços
Com duas exposições em cartaz, Crec Leão é um dos artistas visuais que mais se destaca em Sergipe. Com um processo criativo que desperta o diálogo com o contemporâneo, a arte de Crec transita com fluidez entre tempos e lugares.
“Quando comecei a expor minha produção me dei conta da aceitação dos interessados na área. Quando cheguei em Aracaju, tinha como objetivo continuar na arte, nunca abri mão disso. E como nunca deixei de rabiscar, não dei as costas pra esta linguagem, e quando percebi estava acontecendo”, revela o artista.
“AS CORES DA FÉ”
A exposição “As Cores da Fé” traz em suas 18 obras um tom mais humano e moderno para os ícones religiosos presentes nas vidas e casas de tantos brasileiros, mas sem a abordagem de culpa e castigo da inquisição, como revela Crec Leão.
“A arte sacra é bem presente na casa dos brasileiros. Lembro que em toda casa que ia com minha mãe quando criança, ficava sentado distraindo-me com alguma coisa, enquanto ela conversava com os adultos”.
A visitação à exposição “As Cores da Fé” segue até o dia 4 de agosto, de terça a sábado, das 09h às 18h, no Café da Gente – anexo ao Museu da Gente Sergipana –.
“CANGAÇO MODERNO”
Na inédita exposição “Cangaço Moderno”, pinturas e instalações conectam o instinto de sobrevivência de ícones que marcaram a história, como Lampião e seu bando.
“A história e suas peculiaridades do Lampionismo sempre me causaram interesse. Quis trazer o cangaço pros dias atuais e um futurismo de histórias em quadrinhos, ficção cientifica, na verdade crio situações de tensão e desconforto para os personagens do bando de Lampião”, conta Crec.
A exposição “Cangaço Moderno” segue aberta de segunda a sexta-feira, das 08h às 17h, na Galeria de Arte J. Inácio – anexo Biblioteca Pública Epifânio Dória – até dia 31 de agosto.
CREC LEÃO
Natural de Pernambuco e radicado em São Paulo, Crec Leão é um artista nato. Desde muito pequeno já sentia a veia da Arte pulsar e estimular suas expressões. Cresceu em meio de um turbilhão cultural, onde se afeiçoou pela música, atuou no teatro e cinema, escreveu roteiros, e sempre desenhou.
“Eu desenho desde os 4 anos por influência das HQs de heróis. Entrei na música muito cedo, e deixei arquivado na minha cabeça a técnica da terceira arte [pintura], queria ser o Mick Jagger, não o Michelangelo. Depois de 22 anos em cima dos palcos, há cinco anos retomei o que não tinha começado, me senti à vontade e não consigo ficar um dia sem produzir nada relacionado a minha pintura. Dão meia dúzia de individuais, algumas coletivas e intervenções urbanas”, conta Crec.
O artista já recebeu o reconhecimento dos seus trabalhos vendidos para fora do país, além de projetos e exposições que já passaram por estados como São Paulo e Pernambuco, e continua participando de editais pelo Brasil.
Além disso, vale destacar que Crec Leão ainda divide seu tempo com a coordenação do Fórum de Artes Visuais de Sergipe – FAVS –. “Aceitei este desafio por entender poder contribuir para a cena de artes visuais local, a intenção é fortalecer e ofertar melhor qualidade de produção para o mercado de artes de Sergipe, reduzir a distância para a arte contemporânea, fazendo com que o artista do estado tenha uma maior visibilidade no mercado nacional, através de intercâmbios também”.