A população deve ficar alerta contra golpes praticados por fraudadores que se passam por representantes da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, para oferecer benefícios e extorquir segurados. De acordo com dados da Ouvidoria Geral da Previdência Social, neste ano já foram registradas cerca de 800 denúncias relatando esse tipo de fraude. Em 2016, foram cadastradas 948 manifestações na Ouvidoria reportando o golpe.
“As pessoas devem ficar atentas para não serem vítimas desse tipo de golpe. A Previdência não cobra para prestar um serviço que é direito do cidadão que contribuiu a vida inteira para ter esse benefício”, explica o secretário da Previdência, Marcelo Caetano.
A ABORDAGEM
A abordagem dos fraudadores costuma acontecer da seguinte forma: os criminosos entram em contato, por telefone, com segurados e se identificam como integrantes do Conselho Nacional de Previdência (CNP) oferecendo algum tipo de benefício.
Eles afirmam que o aposentado ou pensionista teria direito a receber valores atrasados, geralmente grandes quantias de dinheiro, e pedem que entrem em contato com eles por meio de um número de telefone. Quando o cidadão faz a ligação, os fraudadores pedem ao segurado que informem dados pessoais e solicitam o depósito de determinada quantia em uma conta bancária para liberar um pagamento que não existe.
O professor aposentado, Antônio Rodrigues, que mora no município de São Cristóvão, foi vítima desse tipo de abordagem, mas, ao invés de ligar para a quadrilha, ele entrou em contato com a Previdência para saber do que se tratava. “Eles ligaram aqui na minha casa informando que eu teria direito a receber um valor referente a uma revisão no meu benefício, mas antes de ligar para o telefone que eles me informaram entrei em contato com a Previdência e constatei que se tratava de um golpe”, afirma.
A abordagem dos estelionatários varia. Há situações em que os fraudadores enviam documentos a segurados se passando por uma falsa “Auditoria Geral Previdenciária”, convocando-os a uma “Chamada para Resgate”. Segundo o documento, os segurados teriam direito a resgate de valores devidos a participantes de carteiras de pecúlio, descontados da folha de pagamento como aposentadoria complementar.
A Secretaria de Previdência esclarece que não entra em contato com seus segurados por meio desse tipo de abordagem, muito menos tem algum tipo de relação com planos de previdência complementar para segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os benefícios pagos mensalmente pelo INSS são da previdência pública, contributiva por todos os trabalhadores filiados ao Regime Geral de Previdência Social.
Em outras situações, os criminosos abordam os segurados e afirmam que estes teriam direito a receber valores referentes a uma falsa revisão de benefícios concedidos à época do Governo Collor. Mas, na verdade, trata-se de um golpe. Todas as revisões de benefícios realizadas pela Previdência são baseadas na legislação e os segurados não precisam realizar nenhum pagamento para ter direito a qualquer benefício.
Há casos também em que a quadrilha entra em contato com o segurado para informar que teriam direito a receber precatórios, solicitando ao cidadão que entre em contato por meio de número de telefone informado, a pretexto de que o valor seja rapidamente liberado.
Outras vezes os fraudadores enviam ofícios e comunicações em nome da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, orientando os participantes e assistidos sobre o direito de resgate de contribuições de planos de aposentadoria complementar. Para isso, solicitam informações pessoais ou bancárias dos cidadãos, cobrando pelos serviços prestados ou custas judiciais.
Dados pessoais
A Previdência informou que não solicita dados pessoais dos seus segurados por e-mail ou telefone e também não realiza nenhuma forma de cobrança para prestar o atendimento nem realizar seus serviços. A principal recomendação da instituição para os segurados é que não utilizem intermediários para entrar em contato com a Previdência e, em hipótese alguma, depositem qualquer quantia para ter direito a algum benefício previdenciário.
O cidadão pode telefonar para a Central 135 e agendar uma visita a uma Agência da Previdência Social (APS), onde será atendido por um servidor especializado que tomará as providências cabíveis e prestará os esclarecimentos. A Previdência também alerta que não se forneçam os dados pessoais.
Para entrar em contato com a Ouvidoria da Previdência Social basta ligar para a Central 135 ou acessar a página da Secretaria de Previdência (www.previdencia.gov.br) na internet. A assessoria de imprensa do Sergipe Previdência informou que não existem golpes destes tipos em Sergipe.