Até já havia caído de moda, essa história de CPI. Houve uma época em que havia duas, três, às vezes até quatro por ano, pelos mais diversos motivos.

Depois desses longos 14 meses de pandemia, quando uma batalha de egos políticos pipocou pelos quatro cantos do país, surge agora a CPI da Covid, um palco perfeito para exibição de artistas consagrados nos bastidores de Brasília.

Coisa para tomar espaço e glória nos telejornais da grande mídia, que adora esse tipo de alvoroço não apenas para informar, mas, também, para espinafrar os seus desafetos.

A sociedade, ah! a sociedade… Esta reflete no seu âmago o que há de mais pusilânime no comportamento humano, que é a permeabilidade para absorver desinformações exaustivamente repetidas a ponto de formarem a conhecida “opinião das massas”. É o que ensinam as cartilhas nazistas e comunistas. Sim, nesse ponto elas se afinam.

Factoides permeiam a realidade, a ponto de um sujeito do calibre de Renan Calheiros ser o nobre relator da dita CPI, para julgar comportamento de gestores públicos, ele que responde por tantos processos encalhados na Justiça.

Vejam se é possível uma comissão analisar milhares de repasses distribuídos, muitos bilhões de reais, meio às pressas, emergencialmente, para estados e municípios. Claro que ela não vai agir assim, vai mesmo é concentrar fogo nos dissidentes políticos, nos adversários em cada Estado ou em cada ente da Federação que não se alinhe com o grande poder.

Randolfe Rodrigues, senador pernambucano, político aguerrido na defesa de seus ideais esquerdistas, é o mentor intelectual da CPI, um político honesto e que se revela destemido quando luta pelo que se lhe revela justo.

Entretanto, é meio complicado vê-lo de mãos dadas com o Calheiros das Alagoas, um político camaleônico que já foi destaque em todos os cenários desse teatro de horrores.

Com essa possível composição, Omar Aziz (PSD-AM) como presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) como vice e Renan Calheiros (MDB-AL) como relator, o que mais chama a atenção é a possibilidade de a CPI descambar para um processo de impedimento de Bolsonaro, sonho do Randolfe e de outros políticos, sem falar da poderosa da Rede Globo.

Então, a grande pergunta que a sociedade deveria estar se fazendo seria: essa CPI, com essa composição, é confiável?

Caminhando para o principal objetivo, mais do que claro, de atacar o presidente da República pela sua propalada omissão, ou pelos seus equívocos, tem-se que Bolsonaro, dentro do seu estilo bateu-levou, já afirmou que somente Deus o tira da presidência, mesmo assim sem vida.

Então, o que se avizinha é um inferno de informação e desinformação, distraindo a mídia, os políticos e a sociedade do grande problema que se enfrenta hoje, a pandemia e seus quase 380 mil mortos, muitos deles por conta desse cretino jogo de interesses pessoais, que não pode ser atribuído a uma só pessoa.

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