Alessandro não confirma pré-candidatura, mas diz que projeto do PT não é positivo para Sergipe

Desta vez a equipe do CINFORM ONLINE, conversou com o senador da República, Alessandro Vieira (Cidadania) que, apesar de enfrentar forte rejeição de alguns setores em Sergipe e de muitos dos seus próprios eleitores, acredita que vem fazendo um bom mandato em Brasília, em especial como membro da CPI da Covid. Na oportunidade a reportagem pergunta sobre várias polêmicas relacionadas a Alessandro e ele responde a tudo, com exclusividade. Ele não confirma sua pré-candidatura a governador e nem a vice-presidente, mas afirma que o projeto do PT não é bom para Sergipe, não representa mudança e sim continuísmo. Confira a seguir, e na íntegra, esta entrevista exclusiva:

 

CINFORM ONLINE: Iniciando a entrevista, falando logo da CPI da Covid, o senhor tem procurado manter um protagonismo, seja como membro, seja concedendo entrevistas na grande mídia. Mas o senhor sente que a população em geral está acompanhando os trabalhos dessa Comissão?

ALESSANDRO VIEIRA: As pesquisas apontam que cerca de 80% dos brasileiros estão acompanhando os trabalhos da CPI, com aprovação superior a 60%. Não tenho preocupação com protagonismo, mas sim com a realização de um trabalho sério e bem feito.

 

CINFORM ONLINE: Os críticos avaliam esta CPI como uma das mais políticas ou politizadas da história do Congresso Nacional, com adversários e aliados do governo federal rivalizando, numa espécie de “queda de braço”. Dá para a população esperar resultados técnicos em meio a tanta política?

ALESSANDRO VIEIRA: Toda CPI tem um componente de politização, o que é natural quando se observa que ela é realizada por parlamentares. Posso garantir que meu trabalho é técnico e teremos resultados com essa característica disponíveis no final do processo. Não posso responder por outros senadores.

 

CINFORM ONLINE: Muita gente lhe enxerga na CPI mais como delegado do que como senador. Esse é seu objetivo ou é pura coincidência? O que lhe motivou a fazer oposição dura ao governo Bolsonaro? Desde quando?

ALESSANDRO VIEIRA: Fui delegado de polícia por 17 anos, hoje ocupo o cargo de senador graças à confiança dos sergipanos. É natural que tenha maior facilidade em um inquérito do que outros senadores que não tem essa experiência. Minha atuação no Senado Federal se guia pela independência. Isso me permite votar favoravelmente em cerca de 80% das propostas do governo, mas também criticar e combater aquilo que acho errado. Hoje os erros passaram de qualquer limite razoável, fazendo com que as consequências da pandemia sejam muito piores.

 

CINFORM ONLINE: O senhor não acha que está deixando as pautas de interesse do povo sergipano de lado em BSB para se dedicar totalmente a esta CPI? Já pensou a respeito?

ALESSANDRO VIEIRA: Não. A defesa dos interesses de Sergipe está em primeiro lugar, mas isso deve ser feito com coerência e trabalho sério. Na nossa história recente só tivemos parlamentares com destaque nacional pela ficha suja. Os demais se dividem normalmente entre a adesão incondicional ao governo, qualquer governo, e a oposição radical. Não fui eleito para repetir isso, fui eleito para mudar essa realidade com trabalho e coragem. Acredito que estou cumprindo bem a missão, mas sempre existe espaço para melhorar.

 

CINFORM ONLINE: Surgiram rumores de que o senhor tinha sido convidado pelo governador do Rio Grande do Sul para concorrer em 2022 como pré-candidato a vice-presidente da República. Procede? Existe algo neste sentido? Qual a sua opinião?

ALESSANDRO VIEIRA: Não existe nenhum convite ou coisa parecida. Estou trabalhando na construção de uma terceira via, pois entendo que o retorno de Lula ou a permanência de Bolsonaro são negativas para o Brasil. Neste processo meu nome vem sendo citado como opção, o que é motivo de orgulho para Sergipe, mas meu foco está em fazer um bom trabalho como senador, nesta fase histórica tão difícil.

 

CINFORM ONLINE: Qual a sua avaliação sobre a decisão da Câmara Federal, essa semana, sobre o voto impresso? Concorda ou condena? Por que?

ALESSANDRO VIEIRA: O projeto rejeitado era muito ruim, reduzia a segurança ao invés de aumentar. Ao longo dos anos não tivemos nenhum caso de fraude nas urnas eletrônicas, mas não vejo problema em criar maiores mecanismos de segurança, além dos vários que já existem.

 

CINFORM ONLINE: O Cidadania terá candidato a presidente da República ou apoiará alguém? Quer seria? Sua decisão de deixar o partido é assunto encerrado? Sem Danielle Garcia e Dr. Emerson, quem será o candidato do partido para a Câmara Federal?

ALESSANDRO VIEIRA: O foco do Cidadania é garantir a viabilidade de uma terceira via. Isso pode acontecer com candidatura própria ou apoiando algum nome consensual. Teremos chapa completa para deputado estadual e federal, aproveitando os bons nomes que já temos e outros que estão chegando.

 

CINFORM ONLINE: Falando neles (Daniela e Emerson), por que alguns quadros políticos importantes estão deixando o Cidadania? Existem rumores que mais gente vai

deixar a legenda em breve. Procede? Tem alguma informação? E quem chegará ao partido? Tem articulado isso para 2022?

ALESSANDRO VIEIRA: São situações diferentes. A saída de Danielle foi uma estratégia para ampliar o número de partidos genuinamente de oposição em Sergipe e dar oportunidade dela liderar um processo de construção partidária. Já a saída de Emerson foi uma opção pessoal dele, que merece todo respeito. Não existe nenhuma expectativa de saída de outros quadros relevantes.

 

CINFORM ONLINE: O senhor é pré-candidato a governador de Sergipe? Tem conversado com outras legendas? Faz alguma restrição? Como fortalecer seu agrupamento e prepara-lo para uma eleição deste porte?

ALESSANDRO VIEIRA: Não existe definição de pré-candidatura, não acredito em projetos personalistas. Existe a definição de que o grupo vai apresentar uma candidatura que represente efetivamente a mudança política em Sergipe. A construção de possíveis alianças passa por esta compreensão: é um projeto de renovação, que não comporta velhas práticas.

 

CINFORM ONLINE: Existe alguma possibilidade de o senhor retirar a pré-candidatura para apoiar o projeto político do também senador Rogério Carvalho e do PT em Sergipe? Podem caminhar juntos ou isso está descartado?

ALESSANDRO VIEIRA: Tenho todo respeito pelos militantes do PT, mas não acredito que o projeto de poder petista seja positivo para Sergipe. Já estão no poder há quase 3 décadas e os problemas do estado continuam graves. Como já disse, nosso projeto é de mudança, não de continuísmo.

 

CINFORM ONLINE: Por que o partido não se esforçou para manter a filiação de Daniele Garcia? Não dava para garantir a ela uma pré-candidatura de deputada federal ou senadora da República? Por que ela saiu? O senhor pode ir para o Podemos?

ALESSANDRO VIEIRA: A ida de Danielle para o Podemos não gerou nenhum tipo de ruptura ou mal estar. Ela amplia a atuação do grupo que efetivamente quer a mudança em Sergipe. Tenho uma excelente relação com a bancada do Podemos no Senado e com a presidente nacional, mas estamos reestruturando o Cidadania para a próxima eleição nacional.

 

CINFORM ONLINE: Concluindo a entrevista, quando muitas pessoas que votaram no senhor em 2018 hoje dizem que não votam mais, isso não é um indicativo que há algo errado? O senhor já fez este tipo de reflexão? Por que essa rejeição?

ALESSANDRO VIEIRA: Cada cidadão é dono de seu voto e tem direito de opinar e fazer suas escolhas. Respeito cada fala, mas faço meu trabalho com coerência e seriedade. Não alterei uma vírgula dos compromissos que assumi em campanha. Nas caminhadas por Sergipe e nas próprias redes sociais, a recepção é muito positiva. Para cada comentário ácido recebo centenas de mensagens positivas, de apoio e reconhecimento. Isso motiva a seguir a caminhada.

 

 

Por Habacuque Villacorte

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