Na capital sergipana, um serviço público essencial oferecido pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), tem feito uma grande diferença na vida de muitas pessoas: o Transporte Sanitário Eletivo. Este serviço garante o deslocamento de pacientes com mobilidade reduzida ou nula para consultas, exames e tratamentos, proporcionando acesso a cuidados de saúde essenciais.
De janeiro a abril deste ano, foram realizados 11.590 deslocamentos por meio de 15 veículos, entre vans e carros/ambulâncias, os quais transportam pessoas em tratamento de hemodiálise, fisioterapia e pacientes acamados. Em 2023, o Transporte Sanitário atendeu em média 670 usuários por mês.
São sete vans destinadas ao transporte de pessoas em hemodiálise, três veículos para aqueles que fazem fisioterapia, duas ambulâncias atendem pacientes acamados e dois carros pequenos são usados para transportar cadeirantes e pacientes com dificuldades de locomoção.
O serviço funciona com dois tipos de modalidades: transporte eventual e regular, sendo o primeiro destinado aos pacientes de fisioterapia e hemodiálise, enquanto o atendimento regular é focado em consultas, exames, entre outros.
A coordenadora do serviço de Transporte Sanitário, Stephane Sampaio, conta que o principal objetivo é garantir que todas as pessoas que estão passando por dificuldades de locomoção em virtude de problemas de saúde, possam dar continuidade aos seus tratamentos, sejam eles quais forem.
“Atendemos pessoas que realmente necessitam de deslocamento em veículo tipo ambulância, devido ao seu estado clínico, ou paciente que tem mobilidade reduzida, levando o usuário com segurança e conforto até o destino solicitado, garantindo a continuidade do seu tratamento. O transporte sanitário é um setor antigo e vem melhorando com o passar do tempo. Os usuários recebem com gratidão. Nosso serviço é totalmente gratuito e sistematizado, garantindo ao usuário o acesso de forma equânime”, disse a coordenadora.
Como solicitar
Para solicitar o serviço, os usuários devem cumprir alguns critérios, como residir em Aracaju há pelo menos seis meses; apresentar mobilidade nula ou reduzida; ser usuário dos serviços da rede Municipal de Saúde; estar com cadastro atualizado na Unidade de Saúde da Família (USF) e inserido em uma equipe de Saúde da Família; ter uma declaração de agendamento da terapia pela clínica ofertada; apresentar comprovante de renda de até dois salários mínimos para aposentados e pensionistas, além de ser beneficiário do Auxílio Brasil ou do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Cumprindo os requisitos descritos, o usuário deve preencher um cadastro no site da Prefeitura de Aracaju e anexar os documentos necessários, como RG, CPF, comprovante de residência, entre outros. Após o envio, o processo de deferimento ou indeferimento é concluído em até cinco dias úteis para o transporte regular e 48 horas para o transporte eventual. Caso o cadastro online não seja possível, ele pode ser feito presencialmente na Unidade de Saúde da Família (USF) de referência.
Auxílio necessário
Cleide dos Santos, 61 anos, é tia de Alisson Bispo dos Santos, 30, que sofreu um grave acidente de trânsito em 2014, resultando em traumatismo cranioencefálico que o deixou com sérias sequelas. Pelo menos três vezes por semana ela o acompanha até o Centro de Educação e Saúde mantido pela Universidade Tiradentes, no Bairro Industrial, para tratamento com fisioterapia respiratória e neurológica.
“Ele precisa de tratamento contínuo, como fisioterapia, neurologia e pneumologia. Ele só sai de ambulância para o centro de saúde da Unit, três vezes por semana, para fazer fisioterapia. O serviço é bom e as pessoas são atenciosas,” contou.
Edvânia de Jesus Oliveira, mãe de Loa Oliveira Silva, de um ano e seis meses, relata sua experiência. “Loa tem síndrome de Down e precisa de fisioterapia. Nos cadastramos no Centro de Referência de Assistência Social e no posto de saúde. Ele é atendido três vezes por semana. O programa é ótimo, os motoristas são pontuais e estou bem satisfeita”, elogiou.
Iracema Oliveira Santos, 68, mãe de Igor, 37, que tem paralisia cerebral, também está satisfeita com o serviço. “Fazemos o tratamento desde que ele era criança, mas só comecei a usar o transporte da Prefeitura há cerca de seis anos. Se não fosse essa ajuda, não teria como trazê-lo. Fazemos o tratamento às segundas e sextas. Gosto do serviço, é essencial, é nota 10”, enalteceu.
Victória de Gondra, formanda em fisioterapia, destaca a relevância do serviço para a reabilitação dos pacientes. “Prestamos assistência aos pacientes em reabilitação e que não têm condições de vir até o Centro de Saúde. A partir desse transporte, mantemos uma rotina de assistência. A fisioterapia tem um papel fundamental, independentemente da área, seja neuroterapia, respiratória ou motora”, frisou.
O responsável técnico em fisioterapia do Centro de Educação e Saúde da Unit, Rodrigo de Faro Silva, também teceu elogios.”É extremamente importante porque garante que o paciente consiga fazer um tratamento adequado. Este transporte é fundamental para a vida de quem precisa. Na grande maioria, são pacientes que não têm poder aquisitivo para transporte”.
Fonte, Agência Aracaju de Notícias.